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VÍDEO: MC é preso após fazer música ironizando morte de soldado da Rota no litoral de São Paulo

Ele vai responder por apologia e associação ao tráfico; assassinato de PM motivou Operação Escudo

Morte do PM motivou a Operação Escudo
MC Juninho DBC foi preso após aparecer em vídeo cantando música e debochando da morte de soldado da Rota, no Guarujá, no litoral de SP (Reprodução/Twitter)

A Polícia Civil prendeu Adelso dos Santos de Almeida Júnior, de 21 anos, mais conhecido como MC Juninho DBC, no Guarujá, no litoral de São Paulo. Ele apareceu em um vídeo, que viralizou nas redes sociais, cantando uma música que ironiza a morte do soldado Patrick Bastos Reis, das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota). O caso motivou a realização da Operação Escudo, que visa reprimir o tráfico de drogas na região e já soma 16 suspeitos mortos.

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No vídeo, divulgado pelo jornal “A Tribuna”, o MC canta uma música na qual afirmou que trocava tiros com o Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e com a Rota, e ressaltando que integra o crime organizado. Além disso, sobre a morte do soldado, citou que os “menores cheios de ódio” balearam dois de uma vez e que tinha uma “nove na cintura”, em referência à arma usada para matar o policial (veja o vídeo abaixo).

Após a repercussão das imagens, MC Juninho DBC acabou preso na tarde de quinta-feira (4), no Jardim Progresso, no Guarujá, enquanto estava nas proximidades de um supermercado. Ele foi autuado em flagrante por apologia ao crime e por associação ao tráfico de drogas.

O delegado Fabiano Barbeiro, da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Santos, disse à “TV Tribuna” que o funkeiro pode pegar até 12 anos de prisão por conta dos crimes cometidos com a música.

“Fizemos a identificação desse indivíduo, que é uma pessoa que se autointitula como MC, fazendo apologia ao crime, aliás, em um momento delicado como esse, onde morreu um policial da Rota”, disse.

“Ele fazia essa apologia dizendo que era matador de polícia e que policial deveria morrer, que ele mesmo iria matar, ostentando armas nas redes sociais. Além disso configurar uma ameaça grave, ainda está ampliando esse tipo de mensagem para muitas pessoas que podem acabar aderindo a essa ideia”, ressaltou o delegado.

O advogado Silvano José de Almeida, que defende MC Juninho DBC, disse que o rapaz estava alcoolizado durante a gravação do vídeo e negou que ele tenha qualquer ligação com tráfico de drogas.

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“Ele não faz parte de organização criminosa e não estava presente no dia dos fatos que vitimaram lamentavelmente o policial militar. Está arrependido”, complementou o defensor, que disse que vai tentar a soltura do cliente.

Ouvidoria afirma que 10 foram mortos
Soldado da Rota Patrick Bastos Reis, de 30 anos, foi morto durante patrulhamento no Guarujá; polícia realiza Operação Escudo como retaliação ao crime organizado (Reprodução/Arquivo pessoal/Carlos Abelha)

Morte do soldado

O soldado Patrick Bastos Reis, que integrava a equipe da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), foi morto no último dia 27 de julho, enquanto fazia um patrulhamento em uma comunidade do Guarujá. Ele teria sido baleado por Erickson David da Silva, de 28 anos, que atuava como uma espécie de “sniper” por traficantes que atuavam no local.

Conforme a investigação, Erickson teria atirado em direção ao soldado da Rota de uma distância de mais de 50 metros. Além de Patrick, um cabo também foi atingido por um tiro e levado a uma UPA. Ele não corre risco de morte.

Erickson passou a ser procurado após o crime e foi preso no domingo (30), na Zona Sul de São Paulo. Ele passou por uma audiência de custódia na segunda-feira (31), quando teve a prisão temporária decretada.

O advogado Wilton Felix disse que suspeito se diz inocente e estava na comunidade da Vila Zilda, em Guarujá, para comprar drogas. “Ele [Erickson] alega e atesta que não participou do evento morte. Na fatalidade, ele estava comprando droga, por fazer uso de entorpecentes, quando ouviu vários tiros e no pavor da situação, ele fugiu do local”, explicou Felix.

Em depoimento à polícia, Erickson negou ter matado o soldado e disse que quem atirou foi um homem chamado Marco Antonio, conhecido como Mazaropi, que já está preso. No entanto, para a polícia, ele confundiu a viatura em que estava o policial e acabou disparando.

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