O motorista de aplicativo Regilânio da Silva Inácio, de 42 anos, que foi atingido por um aparelho de musculação enquanto treinava em uma academia, em Juazeiro do Norte, no Ceará, diz que confia na sua recuperação. Os médicos dizem que ele tem 1% de chance de voltar a andar, ainda assim ele mantém a esperança e disse que não pretende processar o estabelecimento ou o fabricante do equipamento.
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“Pra mim é um recomeço. Uma aprendizagem que você está começando a aprender tudo. É uma nova vida”, disse ele em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo.
“E estou confiante, por poucas esperanças que às vezes ao pessoal me passa assim: você tem 1% só de poder andar. Enquanto eu ver um uma luzinha lá naquele túnel, eu vou estar correndo atrás dela. Eu não vou desistir, não. Eu vou voltar a andar”, afirmou Regilânio.
Ele contou que já tinha treinado antes no aparelho, chamado “hack squat”, mas não soube precisar o que causou a queda dele. Ao ser atingido, ele sentiu uma dor muito forte e já imaginou que estava gravemente ferido.
“Assim que eu recebi a pancada, eu senti a gravidade também. Eu nunca vi uma dor daquelas não, insuportável. Já veio logo na cabeça que eu não ia ter mais possibilidade de andar”, relatou ele.
Durante os seis dias em que ficou internado, o motorista de app passou por uma cirurgia para colocação de pinos e parafusos para redução de uma fratura na coluna, com objetivo de fazer o realinhamento ósseo e descompressão da medula. Na sexta-feira (11), ele recebeu alta e voltou para casa.
Para ajudar nos custos do tratamento, já que Regilânio está completamente impossibilitado de trabalhar, a família criou uma vaquinha online para arrecadar doações. Na última atualização, mais de R$ 206 mil já tinham sido obtidos.
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Aparelho
Também ao “Fantástico”, o dono da academia garantiu que o aparelho que atingiu o aluno estava com a manutenção em dia e acredita que a causa do acidente foi o mal uso.
“Ele já havia recebido as instruções para utilizar a máquina. A máquina é extremamente nova, a manutenção dela estava em dias. Provavelmente a máquina não foi travada corretamente”, afirmou Fábio Ferreira.
A reportagem convidou a a professora de educação física da Universidade Regional do Cariri, Simonete Silva, para testar o equipamento, sem acréscimo de peso extra. Ela disse que falta uma trava extra de emergência no aparelho.
“Essa segunda trava, ela é utilizada como limitador de movimento porque no momento em que o usuário está na sua série nas últimas repetições é onde se instala fadiga e esse momento é passível de que aconteça uma não possibilidade de manter a execução do movimento e aquela carga tem que ser parada”, destaca a professora.
Já a Promed serviços de equipamentos médicos, empresa fabricante do aparelho, informou que todos os seus equipamentos são fabricados dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade. Sobre o acidente, explicou que a máquina estava funcionando de forma regular.
Relembre o caso
Um vídeo que mostra o momento do acidente, ocorrido no último dia 4, viralizou nas redes sociais. Nas imagens é possível ver quando Regilânio foi atingido pelo aparelho (assista abaixo).
O aluno estava usando o aparelho e saiu para colocar mais peso. Depois, ele apareceu sentado para descansar na borda do equipamento, que estava preso pela trava. Sem que ninguém se aproximasse, o travamento soltou e ele foi atingido nas costas com força, em uma pancada equivalente a 150 kg.
A vítima ficou caída no chão, enquanto outros alunos correram para socorrê-la.
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