A família da gerente de loja Julia Ferraz, de 27 anos, que morreu após ser atingida por um tiro no peito na saída de um bar em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, cobra punição ao caso. O disparo foi efetuado pelo policial militar Maicon de Oliveira Santos, de 35, que foi preso em flagrante, mas solto em audiência de custódia. Ele alegou que atirou para revidar a uma tentativa de assalto praticada por dois bandidos. No entanto, um dos disparos vitimou a jovem.
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“Ele fez dez disparos em plena avenida, com muita gente circulando. Foi muita imprudência. Vi que já foi solto. Não posso falar em nome de toda a família, mas acho muita injustiça”, disse uma prima da vítima, que não quer ser identificada, em entrevista ao “Estadão”.
“Ela estava no auge da vida, tinha recebido uma nova proposta de trabalho e estava feliz. Deixou duas filhas pequenas, que o pai delas e a família vão continuar apoiando, como sempre fizeram”, lamentou a prima.
O caso aconteceu na madrugada de segunda-feira (14), na Avenida Independência, uma das mais movimentadas da cidade. Um vídeo de câmeras de segurança mostra que a vítima seguia a pé pelo canteiro central da via, em direção ao cruzamento com a Avenida Professor João Fiúsa.
A poucos metros dali, dois homens aparecem em uma moto e, em seguida, o policial, que também estava em uma motocicleta, se aproxima. Logo depois, a jovem cai o chão. Ela morreu antes da chegada do socorro (veja no vídeo abaixo divulgado pelo portal “A Cidade On Ribeirão”).
Conforme o boletim de ocorrência, o policial estava de folga quando disse que viu a tentativa de roubo e decidiu reagir. Os homens apontados como alvo dos tiros também ficaram feridos e foram detidos ao darem entrada em um hospital. Eles negam qualquer atividade criminosa.
Prisão e soltura do PM
A delegada Vanessa Matos da Costa, responsável pelas investigações, disse ao site G1 que houve excesso na conduta do PM e, por isso, ele foi preso em flagrante. “Ainda que se configure uma legítima defesa em razão de um roubo tentado - a princípio não está configurado -, a meu ver, houve um excesso”, afirmou a investigadora.
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O PM passou por uma audiência de custódia na terça-feira (15), quando foi solto e vai responder pelo caso em liberdade. O advogado do soldado, Gustavo Henrique de Lima e Santos, não se pronunciou sobre o caso.
Já a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi registrado como homicídio, homicídio tentado e roubo tentado e que a PM acompanha as investigações.
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