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Saiba o que Anna Jatobá disse sobre Isabella em exame psiquiátrico que liberou regime aberto

Ela foi solta do presídio há dois meses e mora em um apartamento de luxo do sogro, na Zona Norte de SP

Saiba o que Anna Jatobá disse sobre Isabella em exame psquiátrico que liberou regime aberto
Saiba o que Anna Jatobá disse sobre Isabella em exame psquiátrico que liberou regime aberto Reprodução - Arquivo - TV Globo

Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte da menina Isabella Nardoni, vive em um apartamento de luxo do sogro, em Santana, na Zona Norte de São Paulo, desde que obteve o regime aberto, há dois meses. Antes da progressão de pena, ela passou por um processo para avaliar sua capacidade de reintegração na sociedade, entre eles um exame psiquiátrico, no qual afirmou que mantinha uma relação de afeto com a enteada.

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“Quando ela ficava comigo, eu cuidava como se fosse a minha filha”, disse ela durante o exame, segundo revelado pelo site G1.

Durante a avaliação, ela também revelou que fez uma tatuagem em homenagem a Isabella, a Alexandre Nardoni e seus dois filhos durante uma saída temporária. Sobre seu casamento, disse que ainda mantém relacionamento com o marido e que eles se encontraram durante saídas temporárias e conversavam por meio de cartas.

A reportagem destacou que Jatobá também foi avaliada por uma assistente social, que destacou que a condenada tem planos de retomar os estudos e de abrir um ateliê de costura. Além disso, o imóvel de Antônio Nardoni, sogro da mulher, declarado no processo como sua residência fixa, contou como fato determinante para que a Justiça considerasse que ela tem “amparo familiar, com possibilidade de, em meio aberto, receber o tratamento psicoterápico necessário para auxiliá-la em seu processo de reintegração social”.

Antes de obter a progressão de pena, Jatobá deixou o presídio 22 vezes em saídas temporárias. Durante os 15 anos em que ficou detida na Penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, a P1 feminina de Tremembé, ela passou 13 anos trabalhando em uma oficina de costura e não cometeu faltas disciplinares, o que também contou para a ida dela ao regime aberto.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) recorreu contra o benefício concedido, mas o recurso ainda não foi julgado. Já a defesa de Anna Carolina Jatobá não quis comentar o assunto.

Progressão de pena

Anna Carolina Jatobá foi solta no último dia 20 de junho. A defesa dela tentava o regime aberto, mas o juízo de execução penal havia exigido a realização do Teste de Rorschach, que é uma avaliação psicológica. Os advogados dela recorreram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) alegando que ela já foi submetida a um exame criminológico há cinco meses e que a manutenção dela em regime fechado representava um “constrangimento ilegal”.

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O STJ, por sua vez, determinou em junho passado que a Justiça de São Paulo voltasse a analisar o pedido da defesa da presa, o que foi feito pela juíza Márcia Domingues de Castro, da 2ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté. A magistrada concedeu o benefício e, assim, ela foi liberada do presídio.

Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, madrasta e pai de Isabella, respectivamente, foram condenados pelo assassinato da garota, que tinha cinco anos. Ela foi morta e jogada da janela de um apartamento, na Zona Norte da capital paulista, em março de 2008.

O julgamento do casal ocorreu em 2010, quando a madrasta pegou 26 anos de prisão. Já Alexandre foi condenado a 30 anos de prisão e cumpre pena na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, conhecida como P2 de Tremembé. Em 2019, ele também já obteve o benefício do regime semiaberto, podendo fazer saidinhas temporárias. Mas ele passa a maior parte do tempo estudando dentro do presídio.

Morte de Isabella Nardoni

Isabella Nardoni tinha cinco anos quando foi jogada pelo pai e pela madrasta da janela de um apartamento que ficava no sexto andar do Edifício London, no dia 29 de março de 2008.

Inicialmente eles alegaram que foi uma queda acidental, mas a investigação apurou que a criança apresentava marcas de que tinha sido agredida e morta antes de ser arremessada.

O Ministério Público destacou durante o julgamento do casal que as provas periciais obtidas pela Polícia Civil não deixavam dúvidas sobre a autoria do assassinato. A acusação destacou que a madrasta esganou Isabella e, em seguida, o casal cortou a tela de proteção da janela e o pai jogou o corpo da filha.

Mesmo após a condenação, ambos negam o crime. Eles alegam que uma outra pessoa entrou na residência e matou a criança.

Documentário

Estreia hoje na Netflix o documentário “Isabella: O Caso Nardoni”. Mãe da menina, a bancária Ana Carolina Oliveira, de 39 anos, disse que relutou em participar da produção para não expor ainda mais a família, mas acabou topando para que a morte da filha não seja esquecida.

Em uma entrevista exclusiva divulgada pelo Universa, do site UOL, ela ressaltou que não acha justo o fato de Anna Carolina Jatobá estar em regime aberto.

“Não acho justo ela estar voltando para casa. Daqui a pouco, pode ser ele [Alexandre Nardoni]. A minha filha nunca vai voltar para casa. Repito: a minha filha nunca vai voltar. Tenho que aceitar as decisões da Justiça do meu país porque não tenho como mudar esse curso, mas acho justo? Não, não acho. Acho que se a minha filha não volta para casa, eles também não têm que voltar”

—  Disse a mãe de Isabella

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