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Sequestrada, torturada e morta: mãe acredita que professora era ameaçada e tentou proteger família

Polícia diz que ex-sogra, ex-namorada e tio mataram Vitória Graça, 26, por motivação financeira

Suspeitas pelo crime seguem detidas.
Polícia diz que a professora Vitória Romana Graça, de 26 anos, foi sequestrada e morta por ex-namorada e ex-sogra, no RJ (Reprodução/Redes sociais)

A família da professora Vitória Romana Graça, de 26 anos, que foi sequestrada, torturada, morta e teve o corpo carbonizado, em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, acredita que ela estava sendo ameaçada antes do crime. Mãe da vítima, Maria Zélia, de 66 anos, diz que estranhou quando a filha decidiu se mudar repentinamente, mas agora acredita que o objetivo dela era protegê-los.

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“A Vitória se mudou tão rápido, e sem nenhum motivo. E ela nem estava morando naquela casa direito, havia acabado de levar as coisas, foi uma atitude estranha. Na minha cabeça, ela já estava sendo ameaçada há algum tempo e resolveu sair de casa para proteger a gente”, contou a mãe ao jornal “O Globo”.

Maria Zélia relatou, ainda, que notou que a filha estava com um comportamento estranho, aparentava estar cansada e triste, mas na época pensava que se tratavam de problemas no trabalho. Agora, depois de saber do assassinato cruel da jovem, ela acha que ela estava sendo extorquida, ameaçada, e não revelou nada aos pais para que eles não se tornassem alvos dos criminosos.

Conforme a investigação, a ex-sogra de Vitória planejou o crime, pois, depois que a vítima rompeu a relação com sua filha, de 14 anos, parou de fazer repasses de dinheiro para a família. Assim, a mulher armou uma emboscada e, com a ajuda do irmão, eles torturaram e mataram a jovem.

Paula Custódio Vasconcelos, sua filha e seu irmão, Edson Alves Viana Junior, são apontados como autores do assassinato. A mulher e o homem tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Já a menor foi apreendida e levada a uma instituição correcional.

A ex-sogra e a ex-namorada da vítima negaram envolvimento no caso. Porém, Edson confessou o crime ao ser preso e revelou que Paula planejou extorquir e assassinar a ex-nora. Ele detalhou como a vítima foi torturada em seus últimos minutos de vida.

Três estão detidos pelo crime
Professora Vitória Romana Graça, de 26 anos, foi sequestrada, torturada e morta por familiares da ex-namorada, no RJ (Reprodução/Redes sociais)

Torturada e queimada viva

Edson disse que a professora chorou e implorou para não ser morta “a todo tempo”. Mesmo assim, ele afirmou que a irmã queria matá-la desde o princípio. “O declarante afirma que, mesmo se conseguisse os R$ 2 mil ou qualquer quantia a mais , Vitória não sairia dali viva, pois a intenção de Paula era mesmo matá-la”, disse em trecho do depoimento.

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Segundo o homem, a irmã pegou uma corda e eles a esticaram em torno do pescoço de Vitória. Ambos ficaram puxando, cada um de um lado, fazendo uma espécie de cabo de guerra para enforcar a vítima. Essa sessão de tortura levou entre 20 e 30 minutos, o que fez com que a professora desmaiasse. Foi aí que eles jogaram álcool em seus olhos e, como ela não reagiu, a colocaram em uma mala e atearam fogo.

Ele destacou que a sobrinha de 14 anos, ex-namorada da professora, esteve presente durante toda a sessão de tortura, mas não participou do enforcamento em si.

Ainda conforme o suspeito, após carbonizarem o corpo da professora, ele e Paula foram até um caixa eletrônico sacar R$ 1,2 mil da conta da vítima. Além disso, a ex-sogra começou a fazer contato com algumas pessoas para tentar vender o carro dela.

As defesas dos suspeitos não foram encontradas para comentar o caso até a publicação desta reportagem.

Relembre o caso

Edson revelou que, no último dia 10, esteve com Paula na escola em que Vitória trabalhava e eles marcaram um encontro para aquela noite. O pretexto era de que a mãe queria saber o motivo do relacionamento dela com sua filha. Porém, segundo o homem, a irmã estava decidida a matar a ex-nora.

Assim que Vitória chegou ao lugar combinado, Paula a teria imobilizado e a prendido em uma cadeira com fitas adesivas. Depois disso, pegou o celular da vítima e passou a fazer retiradas da conta bancária dela, sendo que quatro pix, com valores que variavam de R$ 100 a R$ 500, foram feitos para Edson.

Assim, a enforcaram com uma corda, a colocaram em uma mala e atearam fogo. O laudo pericial apontou que a professora morreu por inalação de fumaça, o que indica que ainda estava viva quando foi queimada.

No dia seguinte ao sequestro, a mãe de Vitória recebeu uma ligação, na qual foi informada que sua filha tinha sido sequestrada e que o resgate custaria R$ 2 mil.

O caso foi denunciado ao 35º Distrito Policial de Campo Grande e, durante diligências, agentes descobriram que Paula e sua filha tinham sido expulsas da comunidade Cavalo de Aço por sequestrar uma mulher. Ambas foram encontradas, sendo a mãe presa e a filha, apreendida.

As apurações mostraram que a vítima se tratava da professora e que o corpo dela tinha sido recolhido por um rabecão, já carbonizado. Ela foi identificada por meio das impressões digitais.

No dia em que desapareceu, a professora teria desabafado com um amigo, dizendo que não aguentava mais as cobranças de Paula e sua filha, pois não tinha mais condições de ajudá-las financeiramente. Ela foi orientada por ele a se encontrar com a dupla em um local público. Ainda assim, ela foi sequestrada e morta.

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