Lucas Bomfim Lhamas, de 34 anos, apontado como o principal suspeito pelo assassinato da namorada, a fonoaudióloga Aline Candalaft, de 31, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, foi preso na quinta-feira (24), no Rio de Janeiro. O homem, que deixou um recado para o sogro avisando que ela estava ‘morta já faz tempo’, continuava mandando mensagens para um primo da vítima após a fuga. Elas ajudaram a polícia a fazer a localização dele.
O suspeito passou a ser monitorado e foi preso quando estava no estacionamento de um supermercado, na Zona Oeste da cidade. Assim, os policiais cumpriram o mandado de prisão temporária contra ele, que ainda deve passar por uma audiência de custódia. Só depois disso será trazido para São Paulo.
Lucas e Aline estavam juntos há pouco mais de dois meses, quando ela foi achada morta, no domingo (20). O pai da fonoaudióloga disse que desde o dia 17 mandava mensagens para a filha, mas o namorado respondia dizendo que não era possível, pois eles estavam passeando ou que o celular dela estava com problemas.
No entanto, três dias depois Lucas confessou em uma mensagem: “Infelizmente, a Aline está morta. Ela está morta já faz bastante tempo. Sinto muito, eu a amava, mas não teve jeito”.
Assim, o pai acionou a Polícia Militar e os agentes foram até a casa dela, onde encontraram seu corpo já em estado avançado de decomposição. Aline estava deitada na cama e enrolada em um edredom e apresentava marcas de facadas no pescoço. Nas mãos, segurava um terço e duas mensagens bíblicas.
Esquizofrenia
O suspeito tem diagnóstico de esquizofrenia desde os 9 anos e confessou à Justiça que, em 15 de fevereiro de 2016, matou o próprio pai, Lourival Garcia. Conforme o site G1, na época, ele já tinha passado por tratamento em várias clínicas de reabilitação por conta do vício em drogas.
A mãe contou em depoimento que o tinha transtorno psiquiátrico e fazia tratamento no Hospital Mário Covas. Mesmo assim, a cada seis meses tinha surtos e, por isso, era socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) com frequência.
Ainda segundo o relato da mãe, antes de matar o pai, o filho tinha deixado de tomar a medicação. Ao ser ouvido pela Justiça, Lucas afirmou que “ouvia vozes” e “estava cumprindo uma missão”.
O juiz considerou que ele é inimputável pela morte do pai, mas deveria seguir em tratamento. No dia 2 de janeiro de 2018, outro laudo concluiu pelo diagnóstico de esquizofrenia paranoide e “incapacidade parcial para os atos da vida civil”.
Em 2019, ele foi mantido em tratamento no Hospital de Custódia, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, de onde foi liberado em 2021. Apesar disso, deveria continuar em tratamento em regime ambulatorial em CAPS-AD.
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