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Caso Isabella: condenado pela morte da filha, Alexandre Nardoni tenta reduzir pena; entenda

Colunista revelou que ele quer remissão de 96 dias da sua condenação de 30 anos de prisão

Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha, Isabella, quer reduzir essa pena. Segundo o colunista Ancelmo Gois, do jornal “O Globo”, ele busca a remissão de 96 dias no total dos dias em que tem que ficar preso. Até agora, ele já passou 15 anos na cadeia.

Conforme a reportagem, o pedido de remissão de pena ocorreu em razão dos 277 dias trabalhados por Nardoni na prisão, entre maio de 2022 e julho de 2023. Por lei, por cada três dias trabalhados em reclusão, o detento tem direito a reduzir um dia da sua pena.

Além dos dias trabalhados, o condenado também incluiu na conta sua participação em um projeto de leitura, onde fez uma análise da obra “Carta ao pai”, de Franz Kafka.

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A solicitação feita pela defesa de Nardoni ainda é analisada pela Justiça de São Paulo.

Condenação

Alexandre Nardoni e a esposa, Anna Carolina Jatobá, foram condenados pela morte da menina Isabella, de 5 anos, ocorrida em março de 2008. Segundo a acusação, a menina foi asfixiada e jogada de um prédio em São Paulo. O pai pegou 30 anos de prisão e a madrasta da menina, 26 anos.

O condenado cumpre pena na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, conhecida como P2 de Tremembé. Em 2019, ele também já obteve o benefício do regime semiaberto, podendo fazer saidinhas temporárias. Mas ele passa a maior parte do tempo estudando dentro do presídio.

Já Anna Jatobá obteve a progressão de pena para o regime aberto, há dois meses. Desde que deixou o presídio, a madrasta mora em um apartamento de luxo do sogro, Antonio Nardoni, em Santana, na Zona Norte de São Paulo.

Documentário

O documentário “Isabella: O Caso Nardoni”, que estreou no último dia 17 de agosto na Netflix, relembrou os detalhes no crime. Além de trazer depoimentos fortes da mãe e avó da menina, a produção também relembra como foi o julgamento e condenação do casal. No entanto, em alguns pontos, fica no ar uma dúvida sobre até onde a madrasta teve culpa no crime.

A produção revela que, no início, Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, não desconfiava que o pai e a madrasta podiam ter cometido o crime. No entanto, ao longo das investigações, os fatos foram sendo revelados pela investigação policial e a mãe ressaltou que só queria buscar justiça.

Chamou a atenção no documentário o fato de, durante as investigações, o casal Nardoni não falar muito sobre a dor da perda de Isabella e por tentar atribuir a culpa a um suposto invasor. No entanto, segundo a polícia, não há dúvidas de que os dois cometeram o assassinato. Eles negam o crime até hoje.

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É exatamente sobre essa sustentação da inocência durante anos que o advogado Roberto Podval, que defende o casal Nardoni, questionou se, de fato, eles são culpados. Além disso, o defensor afirmou que, durante o julgamento, a acusação não conseguiu provar quem matou a menina e quem a jogou pela janela, deixando claro que houve a condenação, apesar dessa lacuna nunca explicada pela investigação policial.

Já Ilana Casoy, que é escritora e criminóloga, fala no documentário sobre como Alexandre Nardoni era o “dominante” na relação com Anna Jatobá e destaca que há indícios de que ela era vítima de violência patrimonial, já que é a família do marido que tem dinheiro e, até hoje, sustenta seus filhos.

Mãe não deseja vingança

Apesar da perda trágica da filha, Ana Carolina de Oliveira revelou que nunca teve desejo de se vingar de Alexandre Nardoni.

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“Eu nunca tive esse sentimento de ódio. Eu, Carol, nunca pensei: ‘Vou matar ele’ [Alexandre Nardoni]. Isso nunca passou na minha cabeça. Mas sou da seguinte opinião, entre eu e ele, que seja ele pelo que ele cometeu. Porque vai ser fácil morrer, o mais difícil é pagar. E Deus sabe de todas as coisas”, afirmou.

Em entrevista ao podcast “Ticaracaticast”, dos humoristas Marcos Chiesa (Bola) e Carioca, ela também lembrou quando passou a desconfiar sobre a culpa do casal. O primeiro estranhamento ocorreu quando eles foram acusados e não queriam se entregar às autoridades (assista abaixo).

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“No dia que saiu a prisão deles, eu falei com o pai dele [Antônio Nardoni], pois eles não se entregavam. E eu ainda tinha esse contato assim [com o pai de Alexandre]. Então eu perguntei o que estava acontecendo, pois, imagina você, estar sendo acusada de uma coisa que você não fez, cara, eu vou gritar pra Deus e o mundo. Vai me prender? Estou aqui, não tenho nada a esconder (...) vou provar para você que eu não fiz até o fim da minha vida. Então eu perguntei os motivos de não se entregarem e ele disse que estavam ‘dando um jeito deles se entregarem’. Como assim? Foi nessa hora que eu vi que algo de errado não estava certo nessa história”, revelou.

Morte de Isabella Nardoni

Isabella Nardoni tinha cinco anos quando foi jogada pelo pai e pela madrasta da janela de um apartamento que ficava no sexto andar do Edifício London, no dia 29 de março de 2008.

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Inicialmente eles alegaram que foi uma queda acidental, mas a investigação apurou que a criança apresentava marcas de que tinha sido agredida e morta antes de ser arremessada.

O Ministério Público destacou durante o julgamento do casal que as provas periciais obtidas pela Polícia Civil não deixavam dúvidas sobre a autoria do assassinato. A acusação destacou que a madrasta esganou Isabella e, em seguida, o casal cortou a tela de proteção da janela e o pai jogou o corpo da criança.

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