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Suspeito de matar namorada é encontrado pela PM após suposto ‘julgamento’ de traficantes, no RJ

Rapaz foi agredido e estava com os dois braços quebrados; ele nega a morte de Jenifer Carvalho Paes, de 19 anos

A Polícia Militar localizou Gabriel de Oliveira Leal, apontado como o principal suspeito pela morte de Jenifer Carvalho Paes, de 19 anos, encontrada sem vida na casa em que morava na Rocinha, no Rio de Janeiro. Segundo a corporação, o rapaz foi achado na noite de terça-feira (29), logo depois de ser “julgado” por traficantes que atuam na comunidade. Ele apresentava várias escoriações e estava com os dois braços quebrados.

Leal foi levado até o 11º Distrito Policial da Rocinha, onde prestou depoimento sobre o suposto feminicídio. Ele negou que tenha matado a namorada e disse que fez a mesma afirmação aos traficantes, mas mesmo assim foi agredido por eles.

O rapaz relatou que dormia ao lado da namorada, quando acordou com o barulho de tiro. Segundo ele, os dois tinham discutido horas antes e acredita que ela se matou. Apesar dessa versão, a perícia coletou material para apurar se havia resquícios de pólvora tanto nas mãos da vítima, quanto nas de Leal.

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Após o depoimento, o rapaz foi levado até o Hospital Miguel Couto para receber atendimento médico. A defesa dele não foi encontrada para comentar o assunto.

A família de Jenifer não acredita que a jovem tenha se matado e revelou, inclusive, que Leal ligou para a mãe dela momentos após o crime e avisou: “Vai buscar tua filha que ela tá morta”.

Relembre o caso

O corpo de Jenifer foi encontrado na segunda-feira (28), depois que uma amiga desconfiou do sumiço dela e decidiu ir até a casa para onde a jovem tinha se mudado há pouco mais de um mês com o namorado. Chegando lá, a vítima estava deitada em uma cama. A Polícia Militar foi acionada, mas o rapaz não estava no local.

Avó da jovem, Thania Leandro Paes disse ao site G1 que a garota tinha terminado o namoro, mas acabou cedendo e voltou a viver com o rapaz. O relacionamento dos dois era conturbado e há suspeita de que ele mantinha a vítima em cárcere privado.

“Ele deixava ela trancada, mantinha em cárcere privado, sem celular, sem uma televisão, sem geladeira, sem contato. Ele deixava ela com fome. Ela anotava tudo que ela passava em um caderno, era só isso que ela tinha. Foi a amiga dela que ajudou a gente a encontrar onde estava o corpo, ela que achou. Ela não tinha a liberdade de conversar com ninguém. Uma vez ela contou para o pai que ele [namorado] tinha batido nela, e ela estava com a cabeça machucada. Todos dissemos que ela podia voltar para a nossa casa, ficar com a gente”, disse a avó.

Após o crime, o namorado ainda teria tentado dizer que Jenifer tinha se matado. “Ele ainda tentou botar culpa nela dizendo que ela se matou, mas foi ele que matou! Ele já batia nela! Ele falou que ela se matou! Estava cheia de pele debaixo da unha dela porque ela tentou se defender dele enquanto ele batia nela”, relatou a avó. “Ela apanhou muito antes de morrer”, lamentou Thania.

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