O ciclone extratropical que atingiu a Região Sul do país matou 21 pessoas no Rio Grande do Sul e uma em Santa Catarina, segundo balanço divulgado na noite de terça-feira (5). Pelo menos 64 cidades foram afetadas, prejudicando mais de 52 mil pessoas, sendo que 1,6 mil ficaram desabrigadas e mais de 3 mil desalojadas. As operações de resgate continuam em busca de desaparecidos.
A morte em Santa Catarina ocorreu na cidade de Jupiá, na segunda-feira (4), quando um homem que seguia em um carro foi atingido por uma árvore. No momento, a ventania passava dos 110 km/h.
Já no Rio Grande do Sul, das 21 mortes, 15 ocorreram na cidade de Muçum, no Vale do Taquari. Os corpos das vítimas foram encontrados por agentes da Defesa Civil, enquanto faziam vistorias em uma casa que ficou praticamente submersa. O nível do Rio Taquari que corta a cidade subiu pelo menos 25 metros, alagando residências, escolas, estabelecimentos comerciais e até hospitais.
Os municípios de Roca Sales, Lajeado, Estrela, Arroio do Meio, Encantado e Colinas também foram afetados pela cheia do rio e somaram muitos estragos.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, classificou o incidente como “maior volume de mortes em evento climático já registrado no estado.
“Eu recebo a informação de 15 corpos localizados no município de Muçum, o que causa imensa dor e faz elevar o número de mortes de seis para 21. O que está configurando o maior número de mortes em evento climático no estado do Rio Grande do Sul”, revelou ele.
Estragos
Imagens que circulam nas redes sociais mostram a dimensão dos estragos causados pelo ciclone extratropical. Em Santa Catarina, a Defesa Civil confirmou a ocorrência de um tornado no município de Santa Cecília, na comunidade de Anta Morta.
Já no Rio Grande do Sul, a Defesa Civil alertou para o transbordamento do Rio Caí, que continua em elevação a partir do município de São Sebastião do Caí. Há risco de deslizamentos de terra, pois o solo continua úmido e as famílias estão sendo retiradas de suas casas de forma preventiva.
O estado registrou também queda de granizo, ventos fortes e tempestades, com os chamados transtornos associados (como enxurradas e inundações). Os estragos ocorreram, principalmente, na região dos Vales, no Norte e na Serra Gaúcha.
Novo ciclone
Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, a preocupação continua, pois os temporais na região de fronteira entre a Argentina e a Campanha gaúcha devem voltar nesta quarta-feira (6).
Na quinta-feira (7), feriado de Sete de Setembro, os meteorologistas alertam para a passagem de um novo ciclone extratropical, semelhante ao anterior. No entanto, a previsão é que este se desloque mais rápido até o oceano, concentrando as tempestades até o início da tarde de sexta-feira (8). As pancadas de chuva deverão ser fortes.
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