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Mãe de brasileiro fugitivo nos EUA afirma que filho não deve se entregar: “Melhor morrer logo”

Ela diz que mandou mensagem para ele após pedido da polícia, mas acha injusta a prisão perpétua

Ele fugiu após ser condenado à prisão Perpétua
Polícia dos EUA faz verdadeira caçada pelo brasileiro Danilo Cavalcante, de 34 anos, considerado perigoso e armado (Reprodução/Chester County District Attorney)

A caçada ao brasileiro Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, que fugiu após ser condenado à prisão perpétua pela morte da maranhense Débora Evangelista Brandão, também de 34 anos, em Phoenixville, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, continua. No início da semana ele invadiu a casa de um morador e roubou um rifle, mas fugiu novamente e ainda não foi localizado. Mãe dele, Iracema Cavalcante disse que o filho não deve se entregar e acha que a pena dada a ele foi injusta.

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“Se for para ir para um lugar sofrer e morrer naquele lugar [cadeia], é melhor morrer logo. Você não precisa sofrer tanto”, disse Iracema em entrevista ao jornal “The New York Times”, cuja reportagem foi reproduzida pela “Folha de S.Paulo”.

Morando no interior do Brasil, Iracema diz que nunca falou com a polícia norte-americana. No entanto, por meio da filha dela, Eleni Cavalcante, que agora foi presa e será deportada, enviou um áudio no qual pedia para que Danilo se entregasse. Porém, depois da repercussão sobre a fuga dele, ela disse que hoje já vê o filho “como morto”.

“Em um lugar estranho, pisoteado, todo mundo mentindo sobre ele, dizendo que ele é algo que não é”, ressaltou ela, que destacou que se pudesse mandar um novo recado diria que “ele peça a Deus que o perdoe pelo que fez”.

Ainda na entrevista, a mãe reconheceu os crimes cometidos pelo filho, mas disse que ele “não representa uma ameaça para ninguém”. Iracema destacou que a família é humilde e disse que Danilo ainda está vivo por conta de tantas dificuldades que já enfrentou ao longo da vida. “Seu treinamento foi seu sofrimento”, afirmou.

Cavalcante é procurado desde que escalou um muro para escapar da prisão do condado de Chester, na Pensilvânia, no dia 31 de agosto. Ele tinha acabado de ser condenado pela morte de Débora Evangelista. Sobre essa vítima, a mãe do brasileiro disse que ele teve que a matar “por causa do controle que ela exercia sobre ele, da postura que ela assumiu com ele.”

A polícia norte-americana oferece recompensa de US$ 25 mil (cerca de R$ 123 mil) pelo foragido, que classifica como perigoso e armado. Além disso, o nome de Danilo entrou na lista vermelha da Interpol, a polícia internacional, o que significa que ele será preso assim que entrar em qualquer país que integra o tratado mundial.

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Ele não aceitava o fim do relacionamento
Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, foi condenado a prisão perpétua pela morte da maranhense Débora Evangelista Brandão, de 34, nos EUA (Reprodução/Departamento de Polícia de Chester County/Arquivo Pessoal)

Prisão da irmã

No domingo (10), Eleni Cavalcante foi detida pelo órgão de Imigração e Fiscalização Aduaneira dos EUA (ICE). Os detalhes sobre o motivo da prisão não foram revelados, mas ela deve ser deportada ao Brasil “o mais rápido possível”.

Conforme reportagem do jornal “Philadelphia Enquirer”, o tenente-coronel da Polícia do Estado da Pensilvânia, George Bivens citou que Eleni teve “alguns problemas de imigração”.

Ainda segundo o “Philadelphia Inquirer”, o brasileiro também entrou ilegalmente nos Estados Unidos. Segundo as autoridades, ele fugiu do Brasil após ter a prisão expedida pela morte de um homem, cometido no Tocantins, em 2018. Assim, seguiu até Porto Rico, onde obteve o documento falso e conseguiu entrar em território norte-americano.

Depois disso, passou a viver em Chester County, onde conheceu Débora Evangelista e os dois se relacionaram.

Condenação por morte

Segundo a acusação, o homem não aceitava o fim do relacionamento e atacou Débora a facadas. Os dois filhos da mulher presenciaram o crime.

O caso aconteceu no dia 18 de abril de 2021. Débora morava há cerca de cinco anos nos Estados Unidos e seus familiares contaram que a vítima tentou terminar o relacionamento com Cavalcante por várias vezes, mas ele se recusava e continuava insistindo.

Ainda conforme o processo, desde 2020 o homem fazia constantes ameaças, até que executou Débora. Ele foi preso no estado da Virgínia, mais ou menos 1h30 após o assassinato.

A promotora do caso, Deborah Ryan, disse durante o julgamento que o réu matou a vítima porque ela teria ameaçado de contar às autoridades de que ele já tinha sido acusado de assassinato no Brasil. “Ele teria sido exposto, e quis silenciá-la. É uma tragédia triste e sem sentido”, afirmou.

Já o juiz Patrick Carmody disse que Danilo é egoísta e um “homem pequeno” por não admitir culpa e o sentenciou à prisão perpétua.

Na ocasião, a defesa do brasileiro não foi encontrada para comentar o assunto.

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