A menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, que foi baleada enquanto estava no carro da família, no Arco Metropolitano, em Seropédica, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, teve uma piora do quadro de saúde. Segundo a Secretaria de Saúde de Duque de Caxias, ela sofreu uma parada cardiorrespiratória na madrugada desta quinta-feira (14), mas foi reanimada pelos médicos. Apesar disso, o estado dela é considerado gravíssimo.
A criança segue internada no Centro de Terapia Intensivo (CTI) do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes. O boletim médico divulgado nesta manhã aponta que os médicos levaram seis minutos para reanimá-la, mas a paciente “está hemodinamicamente instável e segue entubada”.
Heloísa foi baleada no último dia 7 de setembro. Além dela e dos pais, estavam no carro da família a irmã, de 8 anos, e uma tia. A família, que mora em Petrópolis, passou o feriado do Dia da Independência em Itaguaí e, enquanto voltava para casa, passou por um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O pai dela, William Silva, conduzia o veículo e afirma que os policiais rodoviários atiraram antes de fazer uma abordagem. Apenas a menina foi baleada e, desde então, segue internada no CTI.
Após a repercussão do caso, a PRF afastou três agentes envolvidos no caso. Em depoimento, o agente Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter feito os disparos de fuzil contra o carro da família. Segundo ele, a placa indicava que o veículo tinha sido roubado e, mesmo depois de dar ordem de parada, o motorista seguiu viagem.
Ainda no depoimento, o policial disse que os agentes escutaram um som de disparo de arma de fogo, quando decidiram reagir. Assim, Ferreira disse que disparou três vezes.
Os outros agentes envolvidos, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva, confirmaram a versão do colega. O caso segue sendo apurado pela Corregedoria da PRF e pela Polícia Civil.
Invasão a hospital
Depois que Heloísa foi internada, um agente da PRF foi flagrado ao entrar no CTI do hospital sem autorização. Ele foi flagrado por câmeras de segurança e, sem se identificar, foi seguido por um segurança até o corredor da emergência pediátrica.
O pai da menina confirmou que foi procurado por esse agente, mas sem saber a motivação da visita. O policial foi identificado e agora é alvo de uma investigação por parte do Ministério Público Federal (MPF) e da PRF.
“A Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal foi ao hospital no mesmo dia e identificou o policial que esteve na unidade sem autorização. Por padrão, a PRF não divulga informações pessoais dos seus servidores. Como a presença se deu sem autorização e sem o conhecimento da PRF, foi aberto um procedimento na Corregedoria para apurar as razões”, informou a PRF, em nota.
Relembre o caso
O caso aconteceu na noite do último dia 7 de setembro. O pai de Heloísa contou que eles voltam para casa, quando passou por um posto da PRF. Ele ressaltou que estava na velocidade permitida e não foi abordado. Mas, logo depois, percebeu quando um veículo da corporação passou a segui-lo. Assim, o motorista disse que deu seta e, antes de conseguir parar, os agentes efetuaram disparos.
“A Polícia Rodoviária Federal estava parada ali no momento que a gente passou. A gente passou e eles vieram atrás. Aí eu falei: ‘Bom, tudo bem, mas eles não sinalizaram para parar’. E aí, como eles estavam muito perto, eu dei seta e, neste momento, quando meu carro já estava quase parado, eles começaram a efetuar os disparos”, disse o pai em entrevista à TV Globo, reproduzida pelo site G1.
“Eu coloquei a mão para o alto, saiu todo mundo, só a minha menorzinha que ficou dentro do carro”, lamentou o pai.
Silva disse, ainda, que os policiais ficaram “desesperados” e alegaram que os tiros vieram de outro local. Porém, o homem contesta essa versão. “Disseram que disparos vieram de outros locais, sendo que só tinha o meu carro e o carro deles no Arco Metropolitano, escuro, de noite”, afirmou.
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