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Brasileiro preso após ‘caçada’ nos EUA é levado para presídio de segurança máxima; saiba como é o local

Danilo Cavalcante, que já foi condenado à prisão perpétua, também deverá responder por roubos que cometeu enquanto fugia

O brasileiro Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, que passou 14 dias foragido após ser condenado à prisão perpétua pela morte da maranhense Débora Evangelista Brandão, também de 34 anos, em Phoenixville, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, foi recapturado após uma verdadeira “caçada”. Ainda na quarta-feira (13), ele foi levado para um presídio de segurança máxima.

Antes de fugir, o brasileiro estava sob custódia do estado da Pensilvânia. Depois de ser recapturado, o caso foi encaminhado ao Departamento de Correções e, na sequência, Cavalcante foi transferido para a Instituição Correcional Estadual Phoenix, localizada no condado de Montgomery, que fica vizinho a Chester.

O presídio tem capacidade para quase 4 mil detentos. Ao todo, 1,2 mil funcionários trabalham no local em tempo integral para garantir a segurança, segundo revelou o governo da Pensilvânia.

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A cadeia também tem serviços de educação básica para adultos e cursos profissionalizantes, além de oferecer programas para tratamento de agressores sexuais, usuários de drogas, prevenção de violência, entre outros.

A ala leste do presídio abriga detentos que violaram a liberdade condicional e recém-chegados, como é o caso de Cavalcante. As celas, em geral, são ocupadas por dois presos que dividem um beliche e tem cerca de 7,5 metros quadrados. Além de uma escrivaninha, um armário, pia e vaso sanitário, cada local conta com um interfone para acionar os funcionários, em caso de emergência.

Autoridades norte-americanas disseram que a pena do brasileiro não deve mudar, uma vez que ele já foi condenado à prisão perpétua. No entanto, também irá responder por roubos que cometeu durante a fuga e por trocar tiros com um morador.

Uma foto divulgada pela polícia já mostra o brasileiro no novo presídio. Veja abaixo:

Fuga

Cavalcante era procurado desde que escalou um muro para escapar da prisão do condado de Chester, na Pensilvânia, no dia 31 de agosto. Ele tinha acabado de ser condenado pela morte de Débora Evangelista, quando conseguiu escapar.

As autoridades publicaram um vídeo que mostra uma parte da fuga. Nas imagens é possível ver um detento sem camisa, em primeiro plano. Do lado esquerdo, em um corredor, aparece o brasileiro, que caminha até o fundo e inicia sua técnica para escalar a parede (assista abaixo).

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Durante os dias em que ficou foragido, ele mudou a aparência, se escondeu na mata, roubou uma van que estava com a chave no contato, roubou um rifle e ainda trocou tiros com o dono da arma.

Por causa da fuga de Cavalcante, atrações turísticas chegaram a ser fechadas por tempo indeterminado e a orientação aos moradores era a de que acionassem as autoridades a qualquer suspeita da aproximação dele.

Ele foi visto por vários moradores circulando pela região e a polícia montou uma operação, com a participação de mais de 500 homens, para a recaptura. Uma recompensa de US$ 25 mil (cerca de R$ 123 mil) chegou a ser oferecida para quem ajudasse a prendê-lo. Além disso, o nome do brasileiro entrou para a lista vermelha de procurados da Interpol, a polícia internacional.

Prisão

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Apesar das tentativas de Cavalcante, ele acabou sendo recapturado na manhã de quarta-feira. Conforme o tenente-coronel George Bivens, da polícia estadual da Pensilvânia, o brasileiro portava um rifle e tentou fugir ao avistar os policiais, mas foi impedido por um cão farejador e rendido por um policial.

“Ele começou a escalar levando o rifle [que havia roubado de um morador]. Um dos agentes estava com um cão, soltou esse cão. Ele foi cercado, o cão derrubou ele, que continuou a resistir. Ninguém ficou ferido, mas ele teve um ferimento leve de mordida [de cachorro]. Ele foi levado sob custódia e vai ser transferido para uma unidade prisional onde retomará o cumprimento de pena”, revelou Bivens ao canal CBS News.

Segundo o tenente-coronel, o cerco contra o brasileiro ocorreu em uma área de floresta perto do South Coventry depois que o alarme de uma casa disparou durante a madrugada de hoje. A operação então passou a focar pelas buscas naquela área, mas uma tempestade, com muitos raios, acabou fazendo com que os trabalhos fossem suspensos.

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Já durante a manhã, quando a chuva diminuiu, os policiais avançaram e uma aeronave, equipada com câmeras térmicas que detectam o calor humano, identificou uma movimentação em uma área de vegetação baixa.

Os agentes continuaram fechando o cerco e Cavalcante foi localizado, tentando se esconder embaixo de uma pilha de madeira. “Ele ainda tentou rastejar pela vegetação rasteira, levando o rifle que tinha com ele”, disse Bivens.

Porém, o policial soltou o cão farejador que o acompanhava e o brasileiro foi capturado. Ferido, foi atendido por um médico, que constatou que a lesão era superficial. Na sequência, ele foi levado de carro até a sede da polícia local.

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“A captura de Cavalcante dá fim ao pesadelo das duas últimas semanas, e agradecemos a cada um dos policiais regionais, estatuais e federais que saíram às ruas em todas as condições, dia e noite”, declarou a polícia do condado de Chester, na Pensilvânia, em um comunicado.

Condenação à prisão perpétua

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Segundo a acusação, o homem não aceitava o fim do relacionamento e atacou Débora a facadas. Os dois filhos da mulher presenciaram o crime.

O caso aconteceu no dia 18 de abril de 2021. Débora morava há cerca de cinco anos nos Estados Unidos e seus familiares contaram que a vítima tentou terminar o relacionamento com Cavalcante por várias vezes, mas ele se recusava e continuava insistindo.

Ainda conforme o processo, desde 2020 o homem fazia constantes ameaças, até que executou Débora. Ele foi preso no estado da Virgínia, mais ou menos 1h30 após o assassinato.

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A promotora do caso, Deborah Ryan, disse durante o julgamento que o réu matou a vítima porque ela teria ameaçado de contar às autoridades de que ele já tinha sido acusado de assassinato no Brasil. “Ele teria sido exposto, e quis silenciá-la. É uma tragédia triste e sem sentido”, afirmou.

Já o juiz Patrick Carmody disse que Danilo é egoísta e um “homem pequeno” por não admitir culpa e o sentenciou à prisão perpétua.

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