A verdadeira “caçada” da polícia norte-americana, que resultou na prisão do brasileiro Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, teve a ação fundamental de um agente: o cão farejador Yoda, de 4 anos, um macho belga Malinois. Ele integrava a equipe que flagrou o fugitivo se escondendo embaixo de uma pilha de madeira, nas proximidades de South Coventry. Ao avistar os policiais, o homem tentou fugir pela vegetação rasteira, mas foi impedido pelo cachorro, que o mordeu e segurou até a abordagem.
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“Ele foi essencial no que diz respeito ao rastreamento e busca, assim como vários outros K-9 que estavam aqui”, disse Robert Clark, vice-marechal supervisor dos EUA para o distrito leste da Pensilvânia, em entrevista à CNN. “Todos esses K-9 foram utilizados por diferentes equipes táticas da área e eram recursos simplesmente incríveis”, ressaltou ele.
Armado com um rifle, Cavalcante dormia quando foi avistado por um helicóptero, que usava um detector de calor. Assim, os agentes cercaram o perímetro e, ao perceber a movimentação suspeita, o policial soltou Yoda, que rapidamente imobilizou o fugitivo.
Clark ressaltou que o cachorro é treinado para “morder e segurar” e só solta o alvo após receber ordens. Primeiro ele mordeu o fugitivo no couro cabeludo e, na sequência, nos membros inferiores. Após ser preso, o brasileiro foi avaliado por uma equipe médica, que constatou que as lesões eram superficiais. Apesar disso, ele foi fotografado com o rosto cheio de sangue.
Depois de receber atendimento, ele foi levado pelas autoridades até o Departamento de Correções da Pensilvânia. Na sequência, transferido para a Instituição Correcional Estadual Phoenix, localizada no condado de Montgomery, um presídio de segurança máxima.
Fuga
Cavalcante era procurado desde que escalou um muro para escapar da prisão do condado de Chester, na Pensilvânia, no dia 31 de agosto. Ele tinha acabado de ser condenado pela morte de Débora Evangelista, quando conseguiu escapar.
As autoridades publicaram um vídeo que mostra uma parte da fuga. Nas imagens é possível ver um detento sem camisa, em primeiro plano. Do lado esquerdo, em um corredor, aparece o brasileiro, que caminha até o fundo e inicia sua técnica para escalar a parede (assista abaixo).
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🚨 Imagens inacreditáveis da fuga do brasileiro Danilo Cavalcante da penitenciária da Pensilvânia. Ele segue foragido desde quinta-feira. pic.twitter.com/27wv6DE9mV
— Eduardo Barão (@eduardobarao) September 6, 2023
Durante os dias em que ficou foragido, ele mudou a aparência, se escondeu na mata, roubou uma van que estava com a chave no contato, roubou um rifle e ainda trocou tiros com o dono da arma.
Por causa da fuga de Cavalcante, atrações turísticas chegaram a ser fechadas por tempo indeterminado e a orientação aos moradores era a de que acionassem as autoridades a qualquer suspeita da aproximação dele.
Ele foi visto por vários moradores circulando pela região e a polícia montou uma operação, com a participação de mais de 500 homens, para a recaptura. Uma recompensa de US$ 25 mil (cerca de R$ 123 mil) chegou a ser oferecida para quem ajudasse a prendê-lo. Além disso, o nome do brasileiro entrou para a lista vermelha de procurados da Interpol, a polícia internacional.
Apesar das tentativas de Cavalcante, ele acabou sendo recapturado na manhã de quarta-feira, 14 dias após a fuga do presídio. Conforme o tenente-coronel George Bivens, da polícia estadual da Pensilvânia, o brasileiro portava um rifle e tentou fugir ao avistar os policiais, mas foi impedido pelo cão farejador.
“A captura de Cavalcante dá fim ao pesadelo das duas últimas semanas, e agradecemos a cada um dos policiais regionais, estatuais e federais que saíram às ruas em todas as condições, dia e noite”, declarou a polícia do condado de Chester, na Pensilvânia, em um comunicado.
Condenação à prisão perpétua
Segundo a acusação, o homem não aceitava o fim do relacionamento e atacou Débora a facadas. Os dois filhos da mulher presenciaram o crime.
O caso aconteceu no dia 18 de abril de 2021. Débora morava há cerca de cinco anos nos Estados Unidos e seus familiares contaram que a vítima tentou terminar o relacionamento com Cavalcante por várias vezes, mas ele se recusava e continuava insistindo.
Ainda conforme o processo, desde 2020 o homem fazia constantes ameaças, até que executou Débora. Ele foi preso no estado da Virgínia, mais ou menos 1h30 após o assassinato.
A promotora do caso, Deborah Ryan, disse durante o julgamento que o réu matou a vítima porque ela teria ameaçado de contar às autoridades de que ele já tinha sido acusado de assassinato no Brasil. “Ele teria sido exposto, e quis silenciá-la. É uma tragédia triste e sem sentido”, afirmou.
Já o juiz Patrick Carmody disse que Danilo é egoísta e um “homem pequeno” por não admitir culpa e o sentenciou à prisão perpétua.
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