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Melancias, barbeador e fezes enterradas: brasileiro contou como fugiu por 14 dias e quais eram seus planos

Danilo Cavalcante foi recapturado após uma ‘caçada’ nos EUA; cão farejador foi determinante para prisão

Ele foi levado a presídio de segurança máxima
Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, foi recapturado após fugir por 14 dias nos EUA e agora está em presídio de segurança máxima (Reprodução/Twitter)

O brasileiro Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, que foi recapturado após uma verdadeira “caçada”, nos Estados Unidos, contou como conseguiu se esconder por 14 dias. Segundo a polícia norte-americana, ele revelou que se alimentou de melancias e tomava água em um riacho, usava a estratégia de enterrar as fezes e, como tinha um barbeador na mochila, conseguiu mudar a aparência para não ser facilmente identificado.

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“Ele disse que encontrou melancias em uma fazenda e que vivia delas, bebia água de um riacho e se deslocava apenas durante a noite”, disse Robert Clark, vice-marechal supervisor dos EUA para o distrito leste da Pensilvânia, em entrevista à NBC.

“Seu objetivo final era roubar o carro de alguém (...) E seguir para o norte, talvez para o Canadá, ou pretendia ir para Porto Rico”, afirmou Clarck. “Esse era seu plano nas próximas 24 horas, assim foi o melhor momento para o localizarmos e prendê-lo”, ressaltou o policial.

Cavalcante era procurado desde o último dia 31 de agosto, quando fugiu da prisão do condado de Chester, na Pensilvânia. Ele tinha acabado de ser condenado à prisão perpétua pela morte da maranhense Débora Evangelista Brandão, também de 34 anos, em Phoenixville.

As autoridades publicaram um vídeo que mostra uma parte da fuga. Nas imagens é possível ver um detento sem camisa, em primeiro plano. Do lado esquerdo, em um corredor, aparece o brasileiro, que caminha até o fundo e inicia sua técnica para escalar a parede (assista abaixo).

‘Caçada’

Durante os dias em que ficou foragido, Cavalcante mudou a aparência, se escondeu na mata rasteira, roubou uma van que estava com a chave no contato, roubou um rifle e ainda trocou tiros com o dono da arma.

Por causa da fuga do homem considerado “perigoso”, atrações turísticas chegaram a ser fechadas por tempo indeterminado e a orientação aos moradores era a de que acionassem as autoridades a qualquer suspeita da aproximação dele.

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Ele foi visto por vários moradores circulando pela região e a polícia montou uma operação, com a participação de mais de 500 homens, para a recaptura.

Uma recompensa de US$ 25 mil (cerca de R$ 123 mil) chegou a ser oferecida para quem ajudasse a prendê-lo. Além disso, o nome do brasileiro entrou para a lista vermelha de procurados da Interpol, a polícia internacional.

Recapturado

Apesar das tentativas de Cavalcante, ele acabou sendo recapturado na manhã de quarta-feira, 14 dias após a fuga do presídio. Conforme o tenente-coronel George Bivens, da polícia estadual da Pensilvânia, o brasileiro portava um rifle e tentou fugir ao ver os policiais. Porém, não contava com a ação do cão farejador Yoda.

O animal integrava a equipe que flagrou o fugitivo se escondendo embaixo de uma pilha de madeira, nas proximidades de South Coventry. Cavalcante ainda tentou se arrastar pela vegetação, mas foi impedido pelo cachorro, que o mordeu e segurou até a abordagem.

Robert Clark ressaltou que o cachorro é treinado para “morder e segurar” e só solta o alvo após receber ordens. Primeiro ele mordeu o fugitivo no couro cabeludo e, na sequência, nos membros inferiores. Após ser preso, o brasileiro foi avaliado por uma equipe médica, que constatou que as lesões eram superficiais. Apesar disso, ele foi fotografado com o rosto cheio de sangue.

Depois de receber atendimento, ele foi levado pelas autoridades até o Departamento de Correções da Pensilvânia. Na sequência, transferido para a Instituição Correcional Estadual Phoenix, localizada no condado de Montgomery, um presídio de segurança máxima.

Ele ficou com rosto coberto de sangue após ser mordido
Brasileiro Danilo Cavalcante, de 34 anos, foi imobilizado pelo cão Yoda e recapturado pela polícia dos EUA (Reprodução/Twitter)

Condenação à prisão perpétua

Segundo a acusação, o homem não aceitava o fim do relacionamento e atacou Débora a facadasOs dois filhos da mulher presenciaram o crime.

O caso aconteceu no dia 18 de abril de 2021. Débora morava há cerca de cinco anos nos Estados Unidos e seus familiares contaram que a vítima tentou terminar o relacionamento com Cavalcante por várias vezes, mas ele se recusava e continuava insistindo.

Ainda conforme o processo, desde 2020 o homem fazia constantes ameaças, até que executou Débora. Ele foi preso no estado da Virgínia, mais ou menos 1h30 após o assassinato.

A promotora do caso, Deborah Ryan, disse durante o julgamento que o réu matou a vítima porque ela teria ameaçado de contar às autoridades de que ele já tinha sido acusado de assassinato no Brasil. “Ele teria sido exposto, e quis silenciá-la. É uma tragédia triste e sem sentido”, afirmou.

Já o juiz Patrick Carmody disse que Danilo é egoísta e um “homem pequeno” por não admitir culpa e o sentenciou à prisão perpétua.

Ele não aceitava o fim do relacionamento
Danilo Sousa Cavalcante, de 34 anos, foi condenado a prisão perpétua pela morte da maranhense Débora Evangelista Brandão, de 34, nos EUA (Reprodução/Departamento de Polícia de Chester County/Arquivo Pessoal)

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