A Universidade Santo Amaro (Unisa) anunciou que expulsou os alunos de medicina da instituição que simularam uma masturbação coletiva durante um jogo de vôlei feminino. A instituição informou que a expulsão vale para todos os estudantes “identificados até o momento”, mas não divulgou o número exato de quantos foram alvos da sanção.
As imagens foram gravadas em abril deste ano, quando as jovens disputavam uma partida de vôlei feminino na Intermed, jogos esportivos entre faculdades de medicina. Os estudantes da Unisa foram flagrados dando uma “volta olímpica” na quadra com as calças abaixadas e tocando suas partes íntimas. No último fim de semana, as cenas viralizaram na internet (veja no vídeo abaixo).
Olá @UnisaOficial - o Brasil está esperando o posicionamento de vcs quanto aos alunos de medicina q se masturbaram publicamente nos jogos universitários, cometendo crimes.
— Felipe Neto 🦉 (@felipeneto) September 17, 2023
A faculdade não vai se pronunciar? Não vai fazer nada?pic.twitter.com/5tg0Qxp3Eh
Em nota, a Unisa disse que tomou conhecimento das “gravíssimas ocorrências” durante a manhã de segunda-feira (18). “Assim que tomou conhecimento de tais fatos, mesmo tendo esses ocorrido fora de dependências da Unisa e sem responsabilidade da mesma sobre tais competições, a Instituição aplicou sua sanção mais severa prevista em regimento”, disse a universidade.
A Unisa disse que também levou o caso para as autoridades e que vai colaborar com as investigações e providências cabíveis. Por fim, a universidade repudiou o comportamento dos alunos.
Após a repercussão do caso, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou “que assim que tomou conhecimento dos fatos, iniciou diligências para apurar o ocorrido. A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos já iniciou as investigações para o total esclarecimento dos fatos”.
Já o Ministério da Educação (MEC) notificou a Unisa e deu prazo de 15 dias, a contar de segunda-feira, para a universidade informar quais as providências tomadas.
“Em relação ao episódio que envolveu estudantes do curso de medicina da Universidade de Santo Amaro (Unisa), durante partida de vôlei feminino, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), já notificou a instituição para apurar quais as providências tomadas pela Unisa em relação aos fatos ocorridos, sob pena de abertura de procedimento de supervisão e adoção de medidas disciplinares.”
Repúdio
As “cenas de masturbação coletiva” levaram o influenciador Felipe Neto a cobrar uma atitude do ministro da Justiça, Flávio Dino. “Olá, ministro. Sei que pode parecer ‘pouco’, mas não é. Que recado o país está dando ao deixar que esses alunos de medicina façam isso impunemente?”, disse ele em uma postagem no X (antigo Twitter).
“Isso é crime. Teremos o silêncio das autoridades por se tratarem de futuros médicos? Ou algo será feito? Confio em você”, disse o influenciador em sua conta na rede social.
Os centros acadêmicos e a UNE (União Nacional dos Estudantes) se manifestaram e repudiaram o ato praticado pelos alunos.
“Absurdas as cenas dos alunos de medicina da Unisa durante os jogos universitários. Esses estudantes precisam ser responsabilizados pelos crimes cometidos em uma conduta inaceitável durante um jogo de vôlei feminino. Não podemos tolerar que casos como esse continuem acontecendo”, disse a UNE, em nota.
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) classificou as imagens como nojentas e criminosas. “Simplesmente nojento e criminoso o que estudantes de Medicina da Unisa fizeram no Intermed, torneio esportivo entre faculdades de Medicina de São Paulo. Esperamos que a Unisa tome providências, porque é um horror pensar que esses homens serão futuros médicos”.
“O ato se configura como importunação sexual e deve ser encarado com a seriedade que merece”, manifestou a deputada petista Marina do MST.