A Justiça do Distrito Federal condenou André Felipe de Souza Pereira Alves pelo vazamento das imagens da autópsia da cantora Marília Mendonça. Ele foi considerado culpado por sete crimes (veja os detalhes abaixo) e pegou 8 anos de reclusão e 2 anos e 3 meses de detenção. O regime inicial do cumprimento de pena será o semiaberto, no qual ele poderá trabalhar e estudar durante o dia e dormir na cadeia.
ANÚNCIO
Preso desde abril deste ano, Alves também confessou ter divulgado nas redes sociais imagens do corpo do cantor Gabriel Diniz. O juiz Max Abrahao Alves de Souza, da 2ª Vara Criminal de Santa Maria, considerou que o réu agiu com o objetivo de “humilhar e ultrajar” os artistas.
“A natureza das fotografias expostas e os comentários realizados pelo réu através do seu perfil na então rede social Twitter demonstraram o inequívoco objetivo de humilhar e ultrajar os referidos mortos [...] Após estas considerações, é seguro concluir que o acusado, com vontade livre e consciente, vilipendiou os cadáveres de Marília Dias Mendonça e Gabriel de Souza Diniz”, escreveu o magistrado.
Além do vilipêndio de cadáver cometido no seu perfil no antigo Twitter (atual “X”), ele também fez “postagens ameaçadoras, com armas de fogo e racistas”, além de usar documento falso no momento em que foi preso. Assim, no total, ele foi considerado culpado por sete crimes.
Veja a lista abaixo:
- Vilipêndio a cadáver: um ano de detenção para cada crime (Marília Mendonça e Gabriel Diniz);
- Divulgação do nazismo: dois anos de reclusão;
- Crime de xenofobia: dois anos de reclusão;
- Crime de racismo de procedência nacional: dois anos de reclusão;
- Uso de documento falso: um ano de reclusão;
- Crime de atentado contra serviço de utilidade pública: um ano de reclusão;
- Incitação ao crime: três meses de detenção.
“A materialidade dos delitos apurados foi demonstrada por todas as provas coligidas aos autos, em especial pelos links divulgados e mensagens postadas pelo acusado através dos perfis @Odim_XXX e @Klebold_OdiunX, pelo auto de apreensão do documento de identidade falso, pelo registro da ocorrência policial, pelo laudo da perícia criminal realizada no aparelho de telefonia móvel do réu, pelas informações prestadas pela serventia do Juízo e, ainda, pelos relatos ofertados sob o crivo do contraditório”, escreveu o juiz na decisão.
Em relação ao crime de vilipêndio a cadáver, o magistrado disse que houve “confissão expressa e espontânea” do réu. André Felipe confirmou ser o titular e gerenciador do perfil ODIM_HIEDLER (@Odim_XXX), que ele usou para divulgar, pela rede social Twitter, links que direcionavam os usuários às fotografias dos cadáveres de Marília Dias Mendonça e Gabriel de Souza Diniz. Um laudo da perícia criminal realizada no celular dele contribuiu com a acusação.
A Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF), que representa o réu, afirmou que não divulgaria informações já que o processo corre em segredo de Justiça.
ANÚNCIO
Relembre o caso
O vazamento das imagens da sertaneja ocorreu no último dia 13 de abril, quando a assessoria da artista fez um apelo para que as imagens não sejam compartilhadas nas redes sociais. “A gente suplica para que as pessoas não divulguem e não compartilhem esse conteúdo.”
O caso passou a ser investigado e a polícia identificou que rapaz de 22 anos que divulgou as fotos na internet. Ele foi detido no dia 17 de abril, em Santa Maria, no Distrito Federal.
Assim, o suspeito foi denunciado pelo Ministério Público “por vilipêndio de cadáver, divulgação do nazismo, racismo e xenofobia por ter veiculado, entre junho de 2022 e de abril de 2023, mediante publicação em rede social, símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos com utilização da cruz suástica”.
Morte de Marília Mendonça
O acidente que matou a cantora Marília Mendonça ocorreu no dia 5 de novembro de 2021, em Piedade de Caratinga, em Minas Gerais.
Além da artista, também morreram na tragédia o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor da artista, Abicieli Silveira Dias Filho; o piloto Geraldo Martins de Medeiros; e o copiloto da aeronave Tarciso Pessoa Viana.
O avião decolou do aeroporto de Santa Genoveva, em Goiânia (GO). A cantora se apresentaria naquela mesma noite, em Caratinga.
Na ocasião, a Cemig confirmou, por meio de nota, que o bimotor atingiu um cabo de uma torre de distribuição de energia elétrica quando se aproximava do aeródromo de Ubaporanga. Em seguida, caiu no curso d’água, o que vitimou todos os ocupantes da aeronave.
A cantora, apelidada pelos fãs de Rainha da Sofrência, tinha 26 anos e colecionava vários sucessos musicais do gênero sertanejo. Ela deixou um filho.
LEIA TAMBÉM: