Após ter o velório interrompido para exames complementares, o corpo da dentista Bruna Angleri, de 40 anos, que foi encontrada morta e carbonizada dentro de casa, no Distrito Industrial, em Araras, no interior de São Paulo, foi enterrado na tarde de quinta-feira (28). A Polícia Civil ainda tenta entender se ela foi morta antes de ser queimada ou se faleceu em decorrência das chamas. A vítima tinha uma medida protetiva contra o ex-namorado, que foi ouvido e negou o crime.
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“O principal suspeito negou integramente os fatos, apresentando um conjunto de álibis que, com o tempo da investigação, vão ser avaliados. No presente momento qualquer tipo de pedido de prisão com o que se tem é prematuro”, explicou o delegado Tabajara Zuliani dos Santos, responsável pelo caso.
Bruna prestou queixa contra o ex-namorado no último dia 10 de agosto, quando afirmou que ele invadiu sua casa e quebrou alguns móveis. Assim, obteve a medida e ele não podia se aproximar dela.
Em entrevista ao site UOL, o advogado Wagner Moraes, que defende o ex-namorado da dentista, revelou que os dois mantiveram um relacionamento por sete meses e, há um mês, estavam separados.
“Ele foi acionado para prestar depoimento, uma vez que na cidade começaram a circular o nome dele como principal suspeito. Em seu depoimento, negou a autoria, colaborou com tudo, deixou celular para ser periciado, deu detalhes e nomes das pessoas com quem estava e onde estava e foi liberado”, explicou o defensor.
Violentamente agredida
O delegado ressaltou que a dentista foi violentamente agredida, tinha muitas lesões no rosto e também uma costela fraturada. “Ela foi severamente agredida. O rosto estava completamente deformado por fraturas”, contou o delegado.
O corpo de Bruna chegou a ser liberado para o velório, mas a cerimônia foi interrompida para que voltasse ao Instituto Médico Legal (IML) de Limeira, no interior paulista, para a realização de um exame toxicológico.
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Santos informou que quer saber se havia alta concentração de gás carbônico (CO2) na corrente sanguínea da vítima, o que pode ajudar a esclarecer se ela foi morta em função das agressões, asfixiada ou se faleceu em decorrência do incêndio.
A morte foi registrada como homicídio e segue sob investigação na Delegacia de Araras.
Relembre o caso
O caso aconteceu na manhã de quarta-feira (27). A mãe de Bruna foi informada pela universidade onde trabalhava que ela não havia comparecido para o expediente. Assim, foi até a casa da filha, onde encontrou um dos cômodos em chamas.
A mulher acionou o Corpo de Bombeiros, que foi ao local e combateu o incêndio. Os socorristas encontraram Bruna, já sem vida, e avisaram a Polícia Militar.
Bruna tinha um filho de 6 anos, de um relacionamento anterior, que não estava no imóvel. Além de dentista, era também era formada em psicologia e exercia o cargo de coordenadora da pós-graduação na universidade São Leopoldo Mandic, em Araras.
A instituição de ensino divulgou uma nota lamentando a morte. “Perdemos não apenas uma colega de trabalho, profissional exemplar e competente, como também uma pessoa excepcional e querida por todos que conviviam com ela no ambiente de trabalho. Nossas condolências à família”, diz o texto.
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