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Jovem pega 18 anos de prisão por estuprar e matar estudante dentro de sala da UFPI; relembre o caso

Janaína Bezerra foi morta em janeiro deste ano; ela continuou sendo violentada mesmo já sem vida

Ele foi indiciado pelo homicídio
Janaína Bezerra foi estuprada e morta em janeiro deste ano; Thiago Mayson foi considerado culpado e condenado por quatro crimes (Reprodução/Redes sociais)

Thiago Mayson da Silva Barbosa foi condenado a 18 anos e seis meses de prisão por estuprar e matar a estudante de jornalismo Janaína Bezerra, de 22 anos, durante uma calourada na Universidade Federal do Piauí (UFPI), em janeiro deste ano. As investigações apontaram que ele continuou a estuprá-la mesmo depois de morta e fez várias fotos que mostravam a vítima ensanguentada.

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O réu, que era estudante de mestrado em matemática na UFPI, foi submetido a um júri popular que levou mais de 20 horas. Ele foi considerado culpado pelos crimes de homicídio, estupro, vilipêndio de cadáver e fraude processual. No sábado (30), o juiz Antônio de Reis Nolleto decidiu sobre a pena.

Barbosa foi ouvido durante o julgamento, assim como testemunhas de acusação. A defesa não levou ninguém.

Em entrevista ao site G1, a advogada Florence Rosa, assistente no caso, disse que a pena pretendida era de 70 anos de prisão e que vai recorrer. “Ele não foi absolvido de nenhum crime, foi condenado por todos, mas nós discordamos da pena para o homicídio, consideramos muito baixa, por isso vamos recorrer”, ressaltou.

A defesa de Barbosa não foi encontrada para comentar sobre a condenação até a publicação desta reportagem.

Relembre o caso

Janaína foi estuprada e teve o pescoço quebrado no dia 28 de janeiro deste ano dentro de uma sala de estudo do curso de matemática da UFPI. A jovem chegou a ser socorrida e levada a um hospital, mas já estava morta. Ela apresentava lesões no rosto e em diversas regiões do corpo.

Em depoimento, Barbosa contou que já tinha ficado com Janaína e que os dois se reencontraram na calourada. Segundo ele, o casal teve relações sexuais em uma sala da instituição e o preservativo rasgou, mas a jovem teria consentido em continuar com o sexo.

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Ainda segundo o rapaz, a estudante teria desmaiado depois do sexo e ele acredita que ela possa ter batido a cabeça. Em seguida, ele percebeu que havia um sangramento, o que acreditou ser menstruação.

Na época, o delegado Francisco Costa, coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que a estudante de jornalismo foi violentada e morta e continuou sendo abusada pelo criminoso por cerca de 4 horas.

Depois, a delegada Nathália Figueiredo, que assumiu as investigações no DHPP, informou em detalhes qual foi a cronologia dos crimes.

Veja abaixo:

  • 23h do dia 27 de janeiro - Janaína foi a uma festa de calouros no Centro de Ciências da Natureza (CCN), na UFPI. Ela chegou depois da amiga, Rainara Silva, que foi uma das pessoas ouvidas pelo pela polícia para elucidar o crime;
  • 2h30 a 3h do dia 28 de janeiro - Janaína e Thiago foram juntos a uma sala de estudos à qual o mestrando tinha acesso. Os dois já tinham se beijado em uma festa em dezembro do ano passado, porém, não mantinham um relacionamento. Mesmo assim, a jovem foi com ele até o local;
  • 3h40 - Imagens apreendidas no celular de Thiago mostraram que, por volta das 3h40 do dia 28 de janeiro, ele registrou o momento que estuprou a jovem pela primeira vez. Neste momento, ela ainda estava viva. Porém, um segundo vídeo mostrou já o segundo estupro, quando Janaína já estava morta e coberta de sangue;
  • 4h30 - A polícia estima que a jovem morreu entre 4h30 e 5h. Depois disso, o mestrando continuou a abusar sexualmente da vítima, que foi mantida na sala com ele das 5h às 9h;
  • 9h30 - Por volta das 9h30 um segurança da universidade viu Thiago caminhando nos corredores com Janaína nos braços. O funcionário contou à polícia ter percebido que a jovem não tinha pulsação e que estava com as pupilas “viradas”. Ela foi levada ao hospital, onde a morte foi confirmada.

Em função da brutalidade do crime, Barbosa foi indiciado pela polícia por homicídio duplamente qualificado por dolo eventual. A delegada explicou que as duas qualificadoras foram o emprego de meio cruel, já que provavelmente ela morreu depois que teve o pescoço quebrado, e por feminicídio, considerando desprezo à condição de mulher da vítima.

Ele foi denunciado logo depois e se tornou réu no caso. Desde então ele aguardava pelo julgamento preso na Cadeia Pública de Altos.

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