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Professor da Unicamp que segurava faca ao brigar com alunos alega que ‘tentava se defender’

Caso foi registrado na polícia como lesão corporal e incitação ao crime; universidade repudiou a confusão

O professor Rafael de Freitas Leão, do Instituto de Matemática da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, que foi flagrado ao ameaçar alunos com uma faca, disse em depoimento à polícia que “tentava se defender”. O docente disse que foi empurrado por estudantes que se aglomeravam e, para evitar ser linchado, também pegou um spray de pimenta.

“Esse professor foi impedido de entrar em sala de aula para ministrar sua matéria de matemática para os alunos. Alguns jovens, ele não sabe precisar de qual curso, mas não é da matéria ao qual ele ministra, o empurraram. Inclusive, ele teve lesão no quadril. Quando caiu ao solo, se levantou e puxou o spray de pimenta. No sentido de não ser linchado, utilizou o spray de pimenta. Ato contínuo, também puxou uma faca”, explicou o advogado Adilson Junior, que defende o professor, em entrevista ao site G1.

Um vídeo mostrou a confusão envolvendo o professor e alunos, na terça-feira (3), que apoiavam o movimento grevista do Metrô, CPTM e Sabesp. Os estudantes disseram que foram até a sala comunicar o docente que estavam paralisados, quando ele os teria atacado com uma faca e com um spray de pimenta.

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Gustavo Bispo, de 20 anos, diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), afirmou em postagem nas redes sociais que, além dele, outro estudante também foi agredido pelo docente. “Quando a gente estava tentando conversar e fazer um diálogo sobre a a paralisação que está acontecendo, esse professor veio pra cima de mim, segurou no meu braço e me jogou no chão”, relatou.

“Levantou uma faca tentando me esfaquear, a mim e outro estudante, que tentou correr daquele espaço também”, afirmou o estudante.

Após a confusão, os envolvidos foram levados ao 1º Distrito Policial de Campinas, onde o caso foi registrado como lesão corporal e incitação ao crime, sendo que o professor aparece como vítima e Gustavo Bispo como autor. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal.

O que disse a Unicamp?

Em nota, a Reitoria da Unicamp informou que repudia “os atos de violência praticados no campus de Barão Geraldo” e que “a conduta do docente, para além do inquérito policial instaurado, será averiguada por meio dos procedimentos administrativos adequados e serão tomadas as medidas cabíveis.”

“Ressalte-se, ainda, que a Reitoria vem alertando que a proliferação de atos de violência com justificativa ou motivação política não é salutar para a convivência entre diferentes. É preciso, nesse momento, calma e serenidade para que os conflitos sejam tratados de forma adequada e os problemas, dirimidos”, destacou o texto.

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