A Polícia Civil prendeu o cantor sertanejo João Vitor Malachias, de 40 anos, apontado como principal suspeito pela morte da dentista Bruna Angleri, também de 40, que foi encontrada carbonizada dentro de casa, no Distrito Industrial, em Araras, no interior de São Paulo. O homem manteve um namoro com a vítima por sete meses, mas eles já estavam separados há um mês na data do crime. Ela tinha uma medida protetiva, depois que ele invadiu sua casa e quebrou alguns móveis.
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Bruna foi encontrada morta no último dia 27 de setembro. Na ocasião, a polícia chegou a ouvir o cantor sertanejo, que negou a autoria do crime e foi solto por falta de provas. O caso continuou a ser investigado e, na sexta-feira (6), a Justiça expediu um mandado de prisão temporária para ele.
Em postagem nas redes sociais, Malachias chegou a dizer que iria se entregar para a polícia, porém, foi preso em um posto de combustíveis, entre Ribeirão Preto e Cravinhos, no interior de São Paulo, tentando fugir para Goiás. Houve perseguição na Rodovia Anhanguera, o suspeito abandonou o veículo e saiu correndo a pé, mas os agentes conseguiram prendê-lo.
Em outra postagem, após a prisão, o cantor explicou os motivos de ter tentado fugir. “Quando vi a polícia dando sinal fiquei desesperado, com medo e sai correndo, pois os posts, os comentários e as mensagens eram muitas. Então, se realmente existir um pedido de prisão, vou me entregar e continuarei ajudando em tudo para solucionar esse caso”, disse.
O advogado Wagner Moraes, que representa o sertanejo, informou que a defesa só “vai se manifestar exclusivamente nos autos, uma vez que o processo encontra-se em segredo de justiça”. No entanto, logo após o corpo da vítima ser achado, o defensor ressaltou que o cantor sertanejo é inocente e apresentou os álibis sobre onde estava quando a dentista foi morta.
Morta e carbonizada
A morte de Bruna foi descoberta na manhã do último dia 27 de setembro. A mãe da dentista foi informada pela universidade onde trabalhava que ela não havia comparecido para o expediente. Assim, foi até a casa da filha, onde encontrou um dos cômodos em chamas.
A mulher acionou o Corpo de Bombeiros, que foi ao local e combateu o incêndio. Os socorristas encontraram Bruna, já sem vida, com o corpo carbonizado, e avisaram a Polícia Militar.
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O delegado Tabajara Zuliani dos Santos, responsável pelo caso, informou que a dentista foi violentamente agredida antes de ser morta, tinha muitas lesões no rosto e também uma costela fraturada. “Ela foi severamente agredida. O rosto estava completamente deformado por fraturas”, contou o delegado.
O corpo de Bruna chegou a ser liberado para o velório no último dia 28, mas a cerimônia foi interrompida para que voltasse ao Instituto Médico Legal (IML) de Limeira, no interior paulista, para a realização de um exame toxicológico.
O delegado informou que quer saber se havia alta concentração de gás carbônico (CO2) na corrente sanguínea da vítima, o que pode ajudar a esclarecer se ela foi morta em função das agressões, asfixiada ou se faleceu em decorrência do incêndio.
A morte foi registrada como homicídio e segue sob investigação na Delegacia de Araras.
Luto
Bruna tinha um filho de 6 anos, de um relacionamento anterior, que não estava no imóvel. Além de dentista, era também era formada em psicologia e exercia o cargo de coordenadora da pós-graduação na universidade São Leopoldo Mandic, em Araras.
A instituição de ensino divulgou uma nota lamentando a morte. “Perdemos não apenas uma colega de trabalho, profissional exemplar e competente, como também uma pessoa excepcional e querida por todos que conviviam com ela no ambiente de trabalho. Nossas condolências à família”, diz o texto.
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