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Família lança loja online para custear tratamento de jovem que quase morreu ao cheirar pimenta

Thais Medeiros aguarda por auxílio de homecare do SUS, mas não há previsão de liberação de recursos

Jovem segue internada há três meses
Família lança loja online para ajudar no tratamento de Thais Medeiros, que sofreu danos neurológicos após cheirar pimenta (Reprodução/Instagram)

A família da trancista Thais Medeiros de Oliveira, de 26 anos, que teve uma crise grave de asma ao cheirar uma pimenta e quase morreu, enfrenta muitos desafios para manter o tratamento da jovem, que está em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) domiciliar, em Goiânia, Goiás. Além dos cuidados diários com ela, que segue sem respostas neurológicas, a mãe e o padrasto tiveram que deixar seus empregos e sobrevivem de doações, obtidas em uma vaquinha na internet. Eles ainda aguardam por um auxílio do SUS para homecare, mas, enquanto isso, lançaram uma loja online para ajudar nos custos.

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“Como é do conhecimento de todos desde o ocorrido com a Thais tive que fechar meu salão é meu esposo também fechou a loja dele para cuidar das nossas netas, desde estão eu estou só por conta dela e meu esposa toma conta da casa e faz vendas online, então resolvemos montar uma loja online para que possamos continuar mantendo nossa casa é cuidando da Thais, oferecendo a ela um tratamento de qualidade”, explicou Adriana Medeiros, mãe da trancista, em postagem nas redes sociais.

Ela destacou que a família tem recebido doações, mas ainda não conta com ajuda do governo. “Ainda não temos ajuda de nenhum órgão público, portanto todas as despesas do tratamento é particular, já que não temos plano de saúde”, disse ela.

“Graças a Deus e a ajuda dos anjos enviados por ele, estamos tendo condições de manter esse tratamento, porém esse não é um curto, é de longo prazo e de alto custo e devido a isso resolvemos montar essa loja online para que possamos ter condições de arcar com tudo. Entramos com um pedido de homecare que é oferecido pelo SUS, mas não sabemos quando isso vai sair e nem se vai sair”, ressaltou Adriana.

Em entrevista ao jornal “O Globo”, o padrasto de Thais, Sérgio, falou dos custos aproximados que o tratamento da jovem gera mensalmente. “Estamos lutando para ver se conseguimos o homecare pelo SUS, que não sabemos quando vai sair, mas não podemos ficar esperando. Enquanto isso já temos as despesas com fisioterapeuta, de cerca de R$ 4 mil por mês, fonoaudióloga, cerca de R$ 3,5 mil, entre várias outras”, relatou.

“E é com o dinheiro das vaquinhas ainda que estamos mantendo tudo aqui em casa. O tratamento dela, alimentação especial (...) em relação ao material médico, conseguimos algumas doações da prefeitura, mas o resto tivemos que comprar. Estamos aí na luta. Esta semana agora devo colocar a nossa lojinha no ar”, disse Sérgio.

A família também destacou que busca colocar a jovem sob os cuidados de uma das unidades da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação. Enquanto isso, ela segue recebendo os tratamentos em casa, conforme a mãe costuma mostrar nas redes sociais.

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Histórico de internações

Após passar cinco meses internada, Thais recebeu a primeira alta médica no último dia 31 de julho. Na ocasião, ela foi levada para a casa da família, onde foi montada uma UTI domiciliar com ajuda de uma vaquinha virtual.

No entanto, quatro dias depois, a jovem voltou às pressas ao Crer, pois apresentava febre e urina vermelha. Além disso, segundo relatou a mãe, ela sofreu um broncoespasmo, que reduz o ar que chega aos pulmões por causa de uma contração do músculo liso dos brônquios.

Thais também ainda apresentava a infecção óssea e seguia sem respostas neurológicas. Apesar das dificuldades no quadro de saúde da filha, Adriana sempre se manteve otimista. “Mais uma vez, a Thais guerreira, é muito forte. Com certeza Deus tem um propósito pra gente (...) Obrigada a todos pelo cuidado, pelas orações, e estamos aí na batalha”, disse ela, na ocasião.

No dia 14 de agosto, a jovem foi transferida da UTI para a enfermaria do Crer, onde continuava em tratamento contra uma infecção óssea.

A trancista completou 26 anos no último dia 7 de setembro. Um dia antes ela deixou o hospital e pôde celebrar o aniversário ao lado da família. Desde então, segue na UTI domiciliar.

Reação à pimenta

A trancista passou mal na tarde do último dia 17 de fevereiro durante um almoço na casa do namorado. O rapaz contou que ela cheirou a pimenta e, em seguida, começou a “perder as forças”. Ela foi levada às pressas até o Hospital Evangélico Goiano (HEG), onde foi constatado que sofreu um edema cerebral.

Ao chegar no hospital, a jovem sofreu uma parada cardiorrespiratória, quando ficou cerca de sete minutos sem pulso e 15 minutos sem oxigênio. Assim, ela foi sedada e intubada para evitar danos cerebrais. Depois, foi transferida para a Santa Casa de Anápolis, onde ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Depois, foi transferida para um quarto, onde seguiu sua recuperação. No entanto, o diretor técnico da Santa Casa de Anápolis, Murilo Carlos Santana, ressaltou que o quadro dela era delicado.

Os médicos acreditam que a jovem sofreu uma crise de grave de asma ao cheirar a pimenta e, por conta da baixa circulação de oxigênio no cérebro, teve danos neurológicos. O condimento teria sido o gatilho.

A mãe da jovem havia dito que a filha sofria com bronquite desde que ficou grávida, mas ninguém sabia que ela poderia ter alguma reação à pimenta.

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