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Aluna morta a tiros por colega dentro de escola em São Paulo sonhava em ser advogada: “Adorável”

Giovanna Bezerra da Silva, 17, foi ferida na cabeça; vizinho diz que ela tinha conseguido emprego há um mês

Ela cursava o terceiro ano do ensino médio
Estudante Giovanna Bezerra Silva, de 17 anos, foi morta em ataque em escola na Zona Leste de SP (Reprodução/Instagram)

O ataque a tiros ocorrido na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, resultou na morte da estudante Giovanna Bezerra Silva, de 17 anos. Além dela, outros três alunos ficaram feridos, mas foram socorridos e estão fora de perigo. A vítima fatal cursava o terceiro ano do Ensino Médio e há um mês tinha conseguido o seu primeiro emprego.

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“Estava trabalhando fazia um mês, recebeu o primeiro salário agora, no dia 20. É um sonho que se interrompe”, disse Reinaldo Lopes, que é vizinho da família de Giovanna, em entrevista ao portal “Metrópoles”. “Ela tinha o sonho de ser advogada, gostava de jogar vôlei e brincava muito com o pessoal aqui. É uma pessoa extremamente família”, relatou o homem, que ainda disse que a jovem era “adorável”.

O vizinho relatou que os pais de Giovanna souberam logo após o atentado sobre a morte da filha e ainda estão extremamente abalados.

A última postagem feita pela estudante nas redes sociais foi na tarde de domingo (22), quando ela esteve com um grupo de amigos no Parque Água Branca, na Barra Funda. Nesta manhã, as publicações dela se encheram de homenagens de despedida.

O ataque

O caso aconteceu por volta das 7h30 desta segunda-feira (23) na Rua Senador Lino Coelho. Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um adolescente de 16 anos, que cursa o 1º ano do Ensino Médio, entrou armado na escola e atirou contra os colegas.

Giovanna, que foi atingida na cabeça, foi socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Hospital Sapopemba, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Outras duas jovens foram baleadas na região do tórax e clavícula e também foram levadas ao hospital. Uma delas recebeu o devido atendimento e já teve alta médica. A outra segue internada em estado estável.

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Um quarto aluno machucou uma das mãos enquanto tentava fugir dos tiros. Ele também recebeu atendimento médico no hospital e já foi liberado.

Em nota, o governo paulista informou que “lamenta profundamente e se solidariza com as famílias das vítimas do ataque ocorrido na manhã desta segunda-feira (23) na Escola Estadual Sapopemba. Nesse momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares.”

Em entrevista coletiva no início desta tarde, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário de Educação, Renato Feder, disseram que as aulas na escola serão suspensas por 10 dias. Além disso, prometeram enviar mais psicólogos para fazer atendimentos nas unidades de ensino do estado.

Ministério da Justiça quer aprofundar investigações
Aluno atirou contra colegas em escola na Zona Leste de SP; uma jovem morreu e três ficaram feridos (Reprodução/Twitter)

Bullying

Alunos da escola dizem que o atirador já vinha alertando há semanas que faria o atentado. Os colegas relataram que ele “brigava muito”, era sempre alvo de chacotas e até bullying.

“Ele brigava muito na escola”, relatou um aluno de 16 anos, que escapou ileso dos tiros, em entrevista ao site UOL. “Ele avisou há semanas. Ele falava que ia atacar a escola e ninguém fez nada”, lamentou.

Outra estudante relatou, em um áudio enviado aos parentes, que escapou por pouco de ser baleada. “Eu não sabia o que fazer, eu só abaixei minha cabeça e pedi para Deus me livrar do mal. Ele mirou na minha cara e não conseguiu disparar. Comecei a sair correndo e vi uma menina morta no chão”, contou ela.

Outro estudante afirmou que conhecia bem o atirador e voltava com ele sempre para casa, mas nunca desconfiou de que ele pudesse cometer o atentado. “Ele sofria muito bullying, mas não achava ele violento”, disse.

Após ser apreendido, o rapaz foi levado para o 70º Distrito Policial da Vila Ema, que vai conduzir as investigações sobre o caso. De acordo com a Polícia Civil, o adolescente usou um revólver calibre 38, que é do pai, para cometer o ataque. A arma, legalizada, foi recolhida e passará por perícia.

O estudante tinha registrado um boletim de ocorrência, no dia 24 de abril deste ano, quando alegou que era vítima de agressões e ameaças de outros alunos na escola.

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