Após ataque ocorrido na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, na manhã da última segunda-feira (23), Deysilene Oliveira revelou que a filha não quer mais voltar a estudar.
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De acordo com entrevista à ‘Folha de S. Paulo’, a jovem de 16 anos, que mora a poucos metros da escola, ligou para a mãe “chorando desesperadamente” por volta das 7h30, pedindo para que ela abrisse o portão.
A filha de Deysilene estava na sala de aula quando um estudante da instituição de 16 anos atirou contra alunos, deixando uma adolescente de 17 anos morta e outras duas baleadas.
“Ela só chora, não quer comer e diz que não vai voltar para a escola. Ela só fala que ele [atirador] vai voltar para terminar o que começou”, diz à mãe.
A mulher de 39 anos, que também é mãe de um bebê de três meses, foi até o muro de casa esperar a filha mais velha após o telefonema. Ela viu outras crianças e adolescentes deixando a escola correndo.
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Quando a filha entrou, ela ficou mais calma, contudo, o vídeo da câmera de segurança do local mostra momentos assustadores vividos pela adolescente.
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“Dá para ver na imagem que ele vem em direção a minha filha, com a arma apontada, e depois faz um gesto para ela sair. Mas ele vai a acompanhando quase até a porta, com ela de costas. Acho que a minha ficha na verdade está caindo só agora”, diz.
A mulher revela que a filha era da mesma sala do atirador e que eles tinham uma relação comum. “Ela conversava com ele, era uma relação normal.”
Ainda de acordo com Deysilene Oliveira, em entrevista ao jornal, o jovem teria informado há duas semana que faria o ataque, “mas não acreditaram que ele falava sério.”
A motivação do atirador seria o bullyng e homofobia sofrido na sala de aula. Após o ataque, ele foi detido pela Polícia Militar e levado para o 70º DP de Sapopemba.
“Será no tempo dela e precisará de muito apoio psicológico”, diz a mãe sobre o retorno da filha à escola.
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