Um laudo preliminar apontou que a tabeliã substituta Dayana Loy de Oliveira Freire, de 25 anos, que morreu durante uma cirurgia de lipoaspiração, em Goiânia, Goiás, sofreu uma complicação chamada tromboembolismo pulmonar. Ela consiste na obstrução das artérias dos pulmões por coágulos. A Polícia Civil continua a investigar o caso.
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“Esse laudo complementar estabelece que causa da morte foi tromboembolismo pulmonar, mas ele não é definitivo, é como se fosse um resultado preliminar. Ou seja, ele ainda depende de um outro exame mais detalhado para definir a causa morte”, explicou o delegado Paulo Ribeiro, responsável pelo caso, em entrevista ao site G1.
O investigador ressaltou que segue ouvindo testemunhas e profissionais que participaram da lipoaspiração. “Estamos na fase de oitivas dos profissionais de saúde que trabalharam na cirurgia da Dayana. O médico cirurgião ainda não foi ouvido, mas outros médicos que participaram sim”, explicou.
O cirurgião plástico Bruno Granieri, responsável pela cirurgia, destacou, por meio de sua defesa, que não teve acesso a esse laudo preliminar e que ainda não prestou depoimento à polícia. “Todavia, se de fato estiver demonstrado que o quadro foi de tromboembolismo, ficará evidenciado que não houve conduta dolosa ou culposa do médico”, destacou a nota.
Relembre o caso
Dayana morava em Itaberaí (GO), mas viajou até Goiânia para fazer a lipoaspiração. Ela deu entrada no Hospital Jacob Facuri, no último dia 12 de setembro.
A família dela denunciou que ela sofreu uma parada cardiorrespiratória depois se ser anestesiada para o procedimento e não resistiu. Os parentes dizem que receberam informações de outros pacientes mortos em operações feitas com o mesmo médico e cobram respostas sobre o que aconteceu.
Primo de Dayana, Gilberto Martins contou, em entrevista ao site G1, que a família estranhou quando o cirurgião deixou o centro cirúrgico e foi comunicar a família sobre complicações. “O médico foi ao apartamento avisar a mãe que a Dayana tinha subido para a UTI. Isso não acontece com frequência. Eles tentaram reanimar ela por 3 horas”, relatou.
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Apesar das tentativas, a jovem não resistiu. Assim, a família decidiu denunciar o caso a polícia. “Vamos aguardar o resultado dos exames para que tenhamos uma decisão jurídica, mas temos diversas informações de casos parecidos, que o mesmo médico fez o procedimento e o paciente veio a óbito”, ressaltou o primo.
Logo após a morte da tabeliã, o Hospital Jacob Facuri também lamentou o caso e disse que também investiga o que aconteceu com a jovem. “Toda a equipe está extremamente sensibilizada, principalmente porque trabalhamos diariamente para salvar vidas e realizar sonhos. Também deixamos claro que estamos investigando todas as possíveis causas e abertos para quaisquer questionamentos.A direção do Hospital Jacob Facuri, lamenta o ocorrido e reitera a disponibilidade para quaisquer esclarecimentos”, destacou o texto.
Já o cirurgião plástico divulgou uma nota, na qual negou qualquer irregularidade durante o procedimento. Veja a íntegra abaixo:
“O médico, cirurgião plástico, vem através de sua advogada Luciana Castro, OAB/GO 20872, manifestar-se sobre o óbito de sua paciente Dayana Loy de Oliveira Freire, ocorrida ontem, 13/09/2023 bem como a acusações de erro médico cometido em outras pacientes.
Acima de tudo, o médico ora acusado lamenta profundamente a perda de sua paciente, e está à disposição da família para maiores esclarecimentos. Quanto aos fatos, informamos que, em razão do dever de sigilo, o médico não poderá fornecer detalhes técnicos sobre o caso, sob pena de infringir disposições do Código de Ética Médica bem como do Código Penal Brasileiro.
Temos o dever de esclarecer, todavia, que a paciente apresentou intercorrência durante o procedimento, sendo que imediatamente foram adotados os protocolos prescritos para o caso por toda equipe médica presente, todavia não houve resposta e a paciente veio a óbito.
Informamos que por decisão da família da paciente, esta foi encaminhada ao Instituto Médico Legal para apuração. Estaremos à disposição, acompanharemos e prestaremos todas as informações pertinentes ao caso, estamos a disposição.
O médico acusado tem plena convicção de seus atos, e que nada foi realizado fora da técnica médica indicada para o caso.
Reiteramos que lamentamos o ocorrido e nos consternamos com a dor enfrentada pela família da paciente Dayana Loy de Oliveira Freire, e esperamos a apuração dos fatos que levaram a seu óbito de forma tão prematura.
Quanto as acusações de “erro médico” (falando deste caso e de quaisquer outros) informamos que todos os fatos estão sendo apurados pela justiça, mas temos a certeza de que será comprovado que não houve falha ou negligência profissional a qualquer tempo.
Devemos aqui ressaltar que a medicina não é uma ciência exata, e que complicações e intercorrências podem ocorrer em qualquer área, independente da maestria do profissional assistente, e que as pacientes são devidamente esclarecidas sobre os riscos, assinam termo de consentimento e entendem todas as possibilidades do tratamento indicado.”
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