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Aluna da USP que desviou quase R$ 1 milhão de fundo de formatura começa a ser julgada hoje

Alicia Muller confessou que usou recursos da turma, mas disse que foi enganada por ‘investimentos ruins’

Ela vai responder em liberdade
Alicia Dudy Muller, de 25 anos, confessou à polícia que deu golpe de quase R$ 1 milhão em fundo de formatura de alunos da USP (Reprodução/Redes sociais)

A estudante de medicina da Universidade de São Paulo (USP) Alicia Dudy Muller, que desviou quase R$ 1 milhão dos fundos arrecadados para custear a festa de formatura, começa a ser julgada na tarde desta terça-feira (31). A audiência do caso, que corre em sigilo, será realizada na 7ª Vara no Fórum Criminal da Barra Funda.

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Alicia foi denunciada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por oito estelionatos consumados e um tentado, mas não quis avançar com o pedido de prisão, conforme solicitado pela polícia. Assim, ela responde em liberdade desde janeiro passado, quando o caso veio à tona.

Conforme a investigação policial, a estudante usou o dinheiro do fundo de formatura para pagar apostas em uma lotérica na Zona Sul da Capital. Ela também é acusada de usar o montante para custear despesas pessoais, como aluguel de apartamento, de carro e para a compra de eletrônicos.

A delegada Zuleika Gonzalez Araujo, titular do 16º Distrito Policial, que investigou o caso, contou que Alicia alegou ter renda mensal de cerca de R$ 4,5 mil. Ela confessou que mentiu para os colegas ao dizer que o dinheiro da formatura tinha sido aplicado em um fundo e que eles teriam sido vítimas de um golpe. Na verdade, foi ela mesma quem desviou os recursos. “Foram feitas diversas movimentações bancárias. Ela conseguiu a transferência da empresa responsável pela formatura para a conta dela”, confirmou a delegada.

A investigadora explicou que o contrato firmado com a empresa contratada para a formatura permitia a retirada de recursos por parte dos membros da comissão de alunos, da qual Alicia fazia parte. Assim, a companhia não teve nenhuma responsabilidades no desvio.

Agora, ao ser julgada pelo caso, Alicia poderá ser condenada à prisão, a pagar multa ou a prestar serviços comunitários.

O advogado que a defende, Sérgio Ricardo Stocco, não quis comentar a estratégia de defesa e diz acreditar que a sentença não seja expedida ainda hoje. De qualquer forma, ele já deixou claro que, caso ela seja condenada, vai recorrer.

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Relembre o caso

Alicia confessou à polícia ter desviado cerca de R$ 1 milhão do fundo de formatura dos colegas. Ela alegou que os recursos não estavam sendo “bem administrados” pela empresa contratada e e fez aplicações, mas perdeu os valores com “investimentos ruins”. Porém, segundo a investigação, ela usou o montante para custear despesas pessoais, como aluguel de apartamento, de carro e para a compra de eletrônicos.

A jovem disse ainda que ficou desesperada e, na tentativa de recuperar o dinheiro, usou a parte restante para fazer jogos em uma casa lotérica. Ela cursa o sexto ano de Medicina e fazia residência médica no laboratório de Emergências Clínicas do Hospital das Clínicas.

Moradora da Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo, a jovem nasceu em Itararé, no interior. Segundo a plataforma Currículo Lattes, ela fez o Ensino Médio na Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas em 2014.

“É difícil descrever como é ter um sonho realizado porque são anos batalhando. Mas agora é uma sensação de compensação. É todo o tempo que você gasta fazendo simulado, estudando pós-aula. Parece que aquilo não foi nada comparado àquele dia que você vê o seu nome na lista”, afirmou em vídeo gravado há quatro anos para o Instituição Poliedro, onde fez cursinho.

Alicia também fazia parte da Atlética da USP.

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