Muitos moradores continuam sofrendo com a falta de energia, desde a forte chuva que atingiu São Paulo na última sexta-feira (3). Conforme o último balanço, divulgado na noite de ontem, mais de 320 mil imóveis permaneciam no escuro, sendo 185 mil só na Capital. A previsão das empresas é que a situação seja normalizada até o fim desta terça-feira (7).
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“Temos ao todo 320 mil clientes sem energia na nossa área. Nosso objetivo é chegar no final do dia de amanhã, de terça, com isso praticamente zerado. Estamos trabalhando 24 horas por dia, mil equipes diariamente em campo para isso”, afirmou Max Xavier Lins, diretor-presidente da Enel.
Lins prometeu que a Enel vai estudar formas de ressarcir os consumidores que tiveram prejuízos por conta da falta de energia, mas não deu detalhes de como isso vai funcionar na prática.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da Capital, Ricardo Nunes (MDB), participaram de uma reunião para cobrar planos das concessionárias, para evitar que esse tipo de situação ocorra.
“Os concessionários ficaram com um prazo de 30 dias para estudar essa questão. Vamos verificar o que pode ser feito em termos de providência de que forma esses consumidores podem ser assistidos”, afirmou o governador durante o encontro.
A prefeitura destacou que, por conta das chuvas, foram registradas 213 quedas de árvores na Capital e ressaltou que a concessionária é responsável por fazer essa poda nas áreas próximas aos fios.
Já Tarcísio destacou que o governo vai estudar a possibilidade de mandar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para fazer um manejo arbóreo no estado.
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Investigação
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou que vai investigar se houve omissão por parte da Enel, que resultou na demora no restabelecimento da energia em São Paulo. A Defensoria Pública também enviou um ofício à companhia pedindo esclarecimentos sobre interrupção de energia elétrica.
Já a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ressaltou que os processos de fiscalização do trabalho das concessionárias já teve início e, se identificadas falhas, as empresas poderão ser multadas.
“Temos que ter em perspectiva que o evento que estamos tratando foi completamente atípico, que é reconhecido na regulação como um evento critico. Em situações como essas, a distribuidora de energia tem alguma isenção de responsabilidade, mas não toda”, destacou Sandoval de Araújo Feitosa Neto, diretor-geral da Aneel.
Caos e mortes
O temporal da última sexta-feira (3) teve ventos que chegaram a 100 km/h. Segundo o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, foram registrados mais de dois mil chamados para ocorrências relacionadas às chuvas, principalmente sobre quedas de árvores, em 40 municípios paulistas. Sete pessoas morreram.
Duas das vítimas morreram após queda de árvores sobre veículos na Avenida Eduardo Sabino de Oliveira, na Zona Leste da Capital.
Em Osasco, na Grande São Paulo, ocorreu uma morte depois que uma árvore caiu sobre um muro e atingiu um carro na Avenida Luís Rink. Já em Santo André, no ABC Paulista, a parede de um prédio em construção caiu e matou uma pessoa na Rua Mendes Leal.
Em Suzano, uma árvore caiu e matou uma pessoa na Avenida Antônio Marques Figueira, na Vila Alzira. Já em Limeira, no interior paulista, um muro desabou em função dos fortes ventos e atingiu uma vítima, que também não resistiu.
A sétima morte ocorreu em Ilhabela, no litoral norte, depois que uma embarcação naufragou. Dois tripulantes foram socorridos, mas um terceiro não resistiu e morreu.
Por conta da falta de energia, 29 escolas estaduais tiveram aulas suspensas na segunda-feira. Na Capital, foram 12 unidades fechadas. Alunos também ficaram sem aulas em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, e em Taboão da Serra, na Região Metropolitana.
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