A trancista Thais Medeiros de Oliveira, de 26 anos, que teve uma crise grave de asma ao cheirar uma pimenta e quase morreu, iniciou na quinta-feira (9) uma nova etapa do seu tratamento, em Goiânia, Goiás. Segundo a mãe dela, Adriana Medeiros, a jovem fará sessões de neuromodulação, que se trata de estimulação de áreas do cérebro. Um vídeo, divulgado no Instagram, mostrou o momento em que ela era atendida pela equipe médica (assista abaixo).
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“Hoje iniciamos o tratamento da Thais com a neuromodulação, ficou constatado que a região do cérebro que mais tem resposta é a região deglutição, portanto será essa região que será estimulada nesse primeiro momento. Agora é trabalhar e continuar a luta para reabilitar minha filha. Nada disso seria possível sem a permissão de Deus e de vocês”, escreveu Adriana.
A mãe continuou agradecendo a ajuda dos profissionais e de pessoas que têm contribuído com o tratamento da trancista. “Com a contribuição de vocês contratamos os profissionais que hoje cuidam dela, compramos suplementos para curativos, medicamentos de alto custo que não são fornecido pelo SUS, alimentação (dieta) que ela utiliza afim, graças a ajuda de vocês temos condições de oferecer um tratamento de qualidade para minha filha”, ressaltou.
No fim do mês passado, a jovem voltou a passar mal e precisou ser socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Na ocasião, ela sofreu um broncoespasmo e foram mais de 40 minutos para que fosse estabilizada pelos socorristas.
“Ontem dia 31 durante o dia a Thais teve uma crise de broncoespasmo a qual conseguimos estabilizar. Mas, na madrugada de hoje (01/11/2023) voltou acontecer e dessa vez foi preciso acionar o Samu que, graças a Deus, depois de longos e desesperadores 40 minutos, conseguiram resgatá-la”, escreveu a mãe nas redes sociais.
UTI domiciliar
Thais segue em tratamento na UTI domiciliar desde o último dia 6 de setembro, quando teve alta do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), em Goiânia.
No mês passado, a mãe dela postou um vídeo no qual a jovem aparece respondendo a estímulos durante uma sessão de fonoaudiologia. Nas imagens, a profissional faz um exercício na boca da trancista e pede que ela engula a saliva. Prontamente, Thais responde. Logo a mãe e a fonoaudióloga comemoraram.
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A primeira alta de Thais, após cinco meses de internação, ocorreu último dia 31 de julho. Na ocasião, ela foi levada para a casa da família, onde foi montada uma UTI domiciliar com ajuda de uma vaquinha virtual.
No entanto, quatro dias depois, a jovem voltou às pressas ao Crer, pois apresentava febre e urina vermelha. Além disso, segundo relatou a mãe, ela sofreu um broncoespasmo, que reduz o ar que chega aos pulmões por causa de uma contração do músculo liso dos brônquios.
Thais também ainda apresentava a infecção óssea e seguia sem respostas neurológicas. Apesar das dificuldades no quadro de saúde da filha, Adriana sempre se manteve otimista. “Mais uma vez, a Thais guerreira, é muito forte. Com certeza Deus tem um propósito pra gente (...) Obrigada a todos pelo cuidado, pelas orações, e estamos aí na batalha”, disse ela, na ocasião.
No dia 14 de agosto, a jovem foi transferida da UTI para a enfermaria do Crer, onde continuava em tratamento contra uma infecção óssea.
A trancista completou 26 anos no último dia 7 de setembro. Um dia antes ela deixou o hospital e pôde celebrar o aniversário ao lado da família. Desde então, segue na UTI domiciliar.
Reação à pimenta
A trancista passou mal na tarde do último dia 17 de fevereiro durante um almoço na casa do namorado. O rapaz contou que ela cheirou a pimenta e, em seguida, começou a “perder as forças”. Ela foi levada às pressas até o Hospital Evangélico Goiano (HEG), onde foi constatado que sofreu um edema cerebral.
Ao chegar no hospital, a jovem sofreu uma parada cardiorrespiratória, quando ficou cerca de sete minutos sem pulso e 15 minutos sem oxigênio. Assim, ela foi sedada e intubada para evitar danos cerebrais. Depois, foi transferida para a Santa Casa de Anápolis, onde ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Depois, foi transferida para um quarto, onde seguiu sua recuperação. No entanto, o diretor técnico da Santa Casa de Anápolis, Murilo Carlos Santana, ressaltou que o quadro dela era delicado.
Os médicos acreditam que a jovem sofreu uma crise de grave de asma ao cheirar a pimenta e, por conta da baixa circulação de oxigênio no cérebro, teve danos neurológicos. O condimento teria sido o gatilho.
A mãe da jovem havia dito que a filha sofria com bronquite desde que ficou grávida, mas ninguém sabia que ela poderia ter alguma reação à pimenta.
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