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“Achei que estava seguro”: Mãe se desespera ao falar sobre morte do filho esquecido em van escolar

Ele deveria ter sido deixado em creche, mas passou o dia em veículo; motorista e auxiliar foram presos

Motorista e auxiliar foram presos
Apollo Gabriel Rodrigues, de 2 anos, morreu após ser esquecido em van escolar, na Zona Norte de SP (Reprodução/Arquivo pessoal/TV Globo)

Kaliane Rodrigues, mãe do menino Apollo Gabriel Rodrigues, de 2 anos, que morreu após ser esquecido dentro de uma van escolar, na Zona Norte de São Paulo, se desesperou ao falar do caso. Em entrevista à TV Globo, ela afirmou que o garoto não queria ir para a creche na terça-feira (14), mas ela tinha que trabalhar e o enviou por meio do transporte acreditando que ele “estava seguro”.

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“Eu nunca pensei em passar por isso, é muito difícil saber que eu deixei meu filho na perua pensando que ele estava seguro e fui trabalhar. Mas, sabe, pressentimento de mãe. Não foi bom o meu dia”, contou ela.

“Ele estava tão bem, mas quando eu fui por ele na perua ele chorou. Ele chorou. Não queria ir. E ela [auxiliar do motorista] sempre colocava ele na frente, hoje ela colocou ele no banco de trás e esqueceu do meu filho”, afirmou Kaliane.

A mãe afirmou que espera agora que as autoridades tomem providências a respeito do caso. “Independente se ela [auxiliar] colocou atrás, na frente ou no meio da van, isso pra mim é irresponsabilidade, porque quem trabalha com criança tem que ter muita atenção. E eu acho isso injustiça demais. E eu quero justiça. Só peço justiça”, ressaltou.

A morte do menino ocorreu em um dia em que a Cidade de São Paulo registrou 37,7°C de temperatura. A suspeita da polícia é que Apollo não aguentou por estar trancado no veículo, todo fechado. Porém, o laudo com as causas ainda é aguardado.

Avó do garoto, Luzinete Rodrigues dos Santos contou que ele foi entregue ao motorista Flávio Robson Benes, de 45 anos, e a mulher, Luciana Coelho Graft, de 44 anos, que atuava como auxiliar, por volta das 7h. O objetivo era que a criança fosse deixada em uma creche, mas isso não ocorreu.

O condutor disse à polícia que deixou outras crianças em escolas e depois seguiu para um estacionamento, onde o veículo ficou até umas 16h. Quando ele planejava buscá-las, percebeu que Apollo estava dentro da van, desacordado. Ele levou o garoto até o Hospital Municipal Vereador José Storopolli, no Parque Novo Mundo, mas a vítima já estava sem vida.

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A Polícia Civil prendeu o motorista e a auxiliar em flagrante pelo crime de homicídio. Eles disseram que sempre consultam uma lista com os nomes das crianças transportadas e não souberam explicar como Apollo foi esquecido. Ambos devem passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (15).

A defesa dos detidos não foi encontrada para comentar o caso até a publicação desta reportagem.

Luzinete lamentou a morte do neto e destacou que o menino deve ter sofrido muito. “Deixou a perua no estacionamento, num calor terrível, como hoje, só foi perceber [que o menino estava no veículo] na hora de entregar as crianças. Eles não tiveram culpa, mas foi irresponsabilidade. Minha filha quer Justiça. Quem cuida de criança tem que ter o máximo de responsabilidade”, disse a avó, também em entrevista à TV Globo.

O que disse a prefeitura?

Em nota, a Prefeitura de São Paulo lamentou o caso, informou que presta apoio aos familiares do garoto e que descredenciou o motorista de van escolar.

“A Diretoria Regional de Educação (DRE) acompanha o caso e o Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem (NAAPA), composto por psicólogos e psicopedagogos, foi acionado para atender a família. Um Boletim de Ocorrência foi registrado e a Diretoria Regional de Educação (DRE) está à disposição das autoridades competentes para auxiliar na investigação. O condutor do Transporte Escolar Gratuito (TEG) já foi descredenciado e um processo administrativo foi aberto para apurar a conduta do profissional”, diz o texto.

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