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Brasileira presa por engano na Espanha fala dos dias tensos na cadeia: “Pedia água e não davam”

Maísa da Rocha, 23, ficou quatro dias detida após ser confundida com suposta sequestradora

Ela foi confundida com sequestradora
Goiana Maísa da Rocha, de 23 anos, passou quatro dias presa por engano na Espanha (Reprodução/TV Anhanguera/G1)

A goiana Maísa da Rocha, de 23 anos, que ficou quatro dias presa após ser confundida com uma suposta sequestradora de crianças, na cidade de Oviedo, na Espanha, relatou os momentos de tensão que viveu na cadeia. Mesmo apresentando um álibi e negando a ligação com o caso, ela foi detida por ser ruiva, branca e magra - as mesmas características da suspeita.

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Inicialmente, a brasileira foi levada para uma delegacia, onde ficou três dias. Depois, passou mais um dia em um presídio da cidade, onde dividiu cela com duas mulheres. Nesse período de detenção, ela afirma que passou fome, sede e que não podia nem mesmo ir ao banheiro.

“Eu não tinha nem comido nada. Pedia água e elas não davam, não queriam nem deixar eu ir ao banheiro. Uma coisa fora do normal”, relatou ela ao site G1.

Por conta da prisão, Maísa, que trabalhava como garçonete, perdeu o emprego. Ela diz que contratou advogados e pretende processar o estado. “[Estou] Traumatizada, dá até vontade de ir logo embora. A gente vem para cá em busca de melhorias e acontece isso”, disse.

A reportagem tentou contato com a polícia espanhola, mas não houve retorno. O Itamaraty informou que acompanha o caso, mas não repassou outros detalhes.

Presa por engano

Maísa mora na Espanha há seis anos. Ela divide uma casa com uma irmã na cidade de Oviedo, onde houve a suposta tentativa de sequestro contra uma criança.

Segundo a brasileira, em outubro passado, a avó de um menino procurou a polícia espanhola para denunciar que uma mulher ruiva, branca e magra tinha tentado sequestrar seu neto em uma praça, que fica nas proximidades da moradia de Maísa.

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As autoridades iniciaram uma investigação e reuniram fotos de mulheres com essas características. A mãe do menino viu as imagens e teria apontado Maísa como sendo a responsável.

“A avó da criança foi quem denunciou. Depois, a mãe da criança, que nem estava lá, disse que fui eu. Depois, uma mulher que tem um estabelecimento aqui perto ligou para a mãe da criança e disse que tinha sido eu”, contou a goiana ao G1.

No último dia 7 de outubro, a brasileira diz que foi abordada pela polícia ao sair do trabalho. Na ocasião, foi questionada sobre a suposta tentativa de sequestro e negou, mostrando provas de que, na ocasião em que o crime foi cometido, ela estava com sua irmã em casa.

“Eu estava arrumando para ir para o meu serviço. Mostrei para eles vídeos que tinha feito com minha irmã no Tik Tok naquele horário”, contou a jovem.

Apesar do álibi, a brasileira foi presa e só foi solta depois que uma jovem ruiva procurou a polícia e revelou um desentendimento que teve com a avó do menino.

“A menina que realmente teve a discussão com essa senhora, que tem o cabelo da cor do meu, falou para a mãe dela que quem tinha brigado com a senhora era ela. Elas foram e falaram a verdade para a polícia, que ela tinha discutido com a senhora, mas não queria levar o menino, estava só chamando ele para brincar”, disse Maísa.

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