O policial militar Thiago Cezar de Lima, de 36 anos, que foi preso após ser flagrado dando socos e executando a tiros a esposa, a representante comercial Erika Satelis Ferreira de Lima, de 33, na Zona Norte de São Paulo, teve a prisão preventiva por feminicídio mantida em audiência de custódia. Ao ser ouvido pela juíza Marcela Dias De Abreu Pinto Coelho, no Fórum Criminal da Barra Funda, ele confirmou seu novo estado civil, agora como sendo viúvo, e também que responde a processos criminais.
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Conforme o site G1, além da juíza, também participaram da sessão na segunda-feira (4) a promotora Fabiola Aparecida Cezarini e o advogado Hamilton Vale da Silva, que defende o soldado. A magistrada perguntou se ele era “solteiro ou casado” e, inicialmente, o PM respondeu “casado”. Porém, logo depois ela questionou se “agora ele é viúvo” e o homem confirmou que “sim”.
Ainda na audiência, o policial confirmou que responde a outros processos criminais, sendo um deles na Justiça Militar por abuso de autoridade. Lima destacou que outro soldado agrediu um rapaz e, como ele estava junto, também acabou sendo acusado. Além disso, ele admitiu que foi denunciado pela ex-mulher por violência doméstica, sendo que a mulher obteve uma medida protetiva contra ele.
Segundo o representante do Ministério Público, essas denúncias contra a ex-mulher, somadas às imagens que mostraram o PM executando a atual esposa a tiros, foram determinantes para que a prisão preventiva dele fosse mantida.
Já o advogado do soldado disse que não era necessário manter a prisão, uma vez que seu cliente “não é um criminoso contumaz”. Porém, a magistrada discordou e manteve a detenção, sendo que ele deverá seguir no no Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte da Capital, por tempo indeterminado ou até seu eventual julgamento por feminicídio.
Execução da atual esposa
O policial militar matou a atual esposa com três tiros no domingo (3), no meio da rua, em Perus, na Zona Norte da Capital. Câmeras de segurança de um comércio mostraram a mulher parando o carro e tentado tirar o marido do banco de trás. Ele sai forçado, mas parte para cima da mulher e dá cinco socos no rosto dela, depois saca a arma e dá três tiros na esposa, matando-a no local.
O policial entra no carro e sai, mas minutos depois volta e a coloca dentro do veículo. Ele levou a esposa ao hospital, onde os médicos confirmam a morte de Erika.
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VEJA O VÍDEO DO CRIME (ATENÇÃO, AS IMAGENS SÃO FORTES)
No boletim de ocorrência, consta que Lima confessou ter matado a esposa após uma discussão, mas disse que ela tinha tentado pegar a sua arma, por isso ele atirou nela, embora as imagens mostrem que em nenhum momento ela teve qualquer reação nesse sentido, já que mal conseguia se manter de pé após ser surrada pelo marido.
Após ser preso, o PM ficou em silêncio ao ser interrogado na 4ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e não explicou os motivos de ter atirado na esposa.
Ele foi indiciado pelo crime de feminicídio e encaminhado ao Presídio Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo. Conforme a investigação, ele e a vítima estavam casados há seis meses. Ela deixou duas filhas, frutos de um relacionamento anterior.
Ameaçada antes de morrer
No último dia 30 de outubro, Erika registrou um boletim de ocorrência contra o marido por ameaça. Na ocasião, ela disse à polícia que estava sendo ameaçada por ele, mas, ainda assim, não quis fazer uma representação criminal e nem pediu medida protetiva.
De acordo com o site G1, a ocorrência foi registrada na mesma delegacia em que a morte dela é investigada agora, a 4ª DDM. Conforme a denúncia, a mulher disse que o casal tinha ido até uma c asa noturna, mas que o marido havia discutido com ela por causa de ciúmes.
Em casa, a discussão continuou, quando o PM ameaçou matá-la, chegando a pegar a arma em mãos e apontá-la contra sua cabeça. A mulher disse que o soldado afirmou que ela “não iria ver suas filhas crescerem”.
Na época, Erika acionou a Polícia Militar, que a levou até a delegacia. Lima chegou a ser ouvido, mas negou ter ameaçado a esposa e apontado a arma para ela.