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“Sessão de tortura”: pai causou lesões em todo o corpo de menina espancada até a morte, diz polícia

Genitor disse que Oulatth Alyssah Damala, 8, teria furtado objeto de colega e ele queria corrigi-la

Ele disse que pretendia castigá-la após problemas na escola
Oulatth Alyssah Rodrigues Damala, de 8 anos, morreu após ser espancada pelo pai, em Niterói, no Rio de Janeiro (Reprodução/O Globo)

A Polícia Civil diz que Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, preso suspeito de espancar a filha até a morte, em Niterói, no Rio de Janeiro, promoveu uma verdadeira “sessão de tortura” contra a menina. Segundo o delegado Willians Batista, a perícia constatou lesões em praticamente todo o corpo de Oulatth Alyssah Rodrigues Damala, de 8 anos.

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“Gostaria de reforçar que o que a gente tem aqui não é uma lesão simples. O que a gente encontrou não é uma conduta de alguém que quisesse corrigir, embora já fosse errado corrigir dessa forma. O que a gente teve ali foi, de fato, uma sessão de tortura. O que o laudo do IML mostra é que o que nós tivemos ali foi uma sessão de tortura”, disse o delegado em entrevista ao programa “Brasil Urgente”, da TV Bandeirantes.

“O impacto das lesões desse cinto [apreendido na casa da família] foi tão grande que parte do corpo dela chegou mesmo a lacerar, tirar parte da pele. Essas lesões não foram a causa da morte, apesar de caracterizarem tortura. Ele [o pai] foi autuado em flagrante por homicídio qualificado, inclusive, pela tortura. A causa da morte foi por uma lesão na coluna cervical dela”, destacou Batista.

O investigador ressaltou, ainda, que “não restam dúvidas sobre a autoria”. No entanto, testemunhas serão ouvidas ao longo dos próximos dias. “Precisamos entender o histórico e tudo que acontecia no entorno da criança”, explicou.

Ao ser preso, Ilias disse em depoimento à polícia que pretendia corrigir a menina após problemas na escola. A filha teria furtado um objeto de um colega e a professora comunicou ao genitor. Irritado, ele disse que pretendia castigar a menina, mas a agrediu e ela não resistiu. A investigação ainda aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) com as causas da morte.

O cinto que foi apreendido pela polícia na casa em que o homem morava com a filha no bairro São Lourenço foi encaminhado para perícia. O homem, que é natural do Benin, na África Ocidental, vivia no local com a criança há seis meses.

Ele é natural do Benin, na África Ocidental
Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, foi preso suspeito de espancar a filha de 8 anos até a morte, no Rio de Janeiro (Reprodução/O Globo)

Relembre o caso

O caso aconteceu na noite de segunda-feira (11). Segundo a Polícia Militar, agentes foram acionados por conta de uma denúncia de que uma criança tinha sido espancada em uma residência na Rua Bispo Dom João da Mata. No local, os militares encontraram a vítima sendo atendida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atestou que ela já estava sem vida.

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De acordo com o site G1, no momento em que foi levado para a Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo, o estrangeiro estava acompanhado por um advogado, que explicou que o pai discutiu com a filha e “não conseguiu controlar a raiva”. Ele chorava muito e dizia estar “arrependido”, mas não confessou o crime.

O portal “Em Foco” destacou que o estrangeiro está no Brasil desde 2014. A filha é brasileira e, em 2015, a mãe dela teria registrado um boletim de ocorrência contra o marido por lesão corporal. Depois disso, o casal se separou e a mulher morava em São Paulo, sendo que o pai seguiu com a menina para o Rio de Janeiro.

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