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PM que agrediu e executou esposa a tiros na Zona Norte de São Paulo vira réu por feminicídio

Câmeras registraram quando Thiago Cezar de Lima, 36, matou Erika Satelis Ferreira de Lima, 33

Ele a agrediu e matou a tiros
PM Thiago Cezar de Lima virou réu pela morte da esposa, Erika Satelis Ferreira de Lima, com quem era casado há apenas seis meses (Reprodução/Redes sociais)

O policial militar Thiago Cezar de Lima, de 36 anos, que foi preso após ser flagrado dando socos e executando a tiros a esposa, a representante comercial Erika Satelis Ferreira de Lima, de 33, na Zona Norte de São Paulo, virou réu pelo crime de feminicídio. A Justiça acatou a denúncia feita pelo Ministério Público sobre homicídio qualificado, com recurso que dificultou a defesa da vítima.

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“É inquestionável que o investigado empregou recurso que dificultou a defesa da ofendida, pois a atacou de surpresa, em circunstâncias em que ela jamais esperava que pudesse ser agredida por ele, seu marido e um policial militar, da forma como foi. Verifica-se que o crime foi cometido contra mulher, a esposa do denunciado, por razões da condição de sexo feminino, pois em situação de violência doméstica e familiar”, escreveu o promotor Romeu Galiano Zanelli na denúncia.

A argumentação foi aceita pela juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro, da 5ª Vara do Júri, no Fórum Criminal da Barra Funda. O soldado seguirá preso por tempo indeterminado ou até seu eventual julgamento no Presídio Romão Gomes, na Zona Norte da Capital.

A defesa do PM não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

Já a Corregedoria da Polícia Militar informou que instaurou uma investigação para apurar a conduta do agente.

Relembre o caso

O policial militar matou a esposa no último dia 3 de dezembro, em Perus, na Zona Norte da Capital. Câmeras de segurança de um comércio mostraram a mulher parando o carro e tentado tirar o marido do banco de trás. Ele saiu forçado, mas partiu para cima da mulher e deu cinco socos no rosto dela, depois sacou a arma e atirou três vezes, matando-a no local.

O vídeo mostra que o policial entrou no carro e saiu, mas minutos depois voltou e a colocou dentro do veículo. Ele levou a esposa ao hospital, onde os médicos confirmam a morte de Erika.

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VEJA O VÍDEO DO CRIME (ATENÇÃO, AS IMAGENS SÃO FORTES)

No boletim de ocorrência, consta que Lima confessou ter matado a esposa após uma discussão, mas disse que ela tinha tentado pegar a sua arma, por isso ele atirou nela, embora as imagens mostrem que em nenhum momento ela teve qualquer reação nesse sentido, já que mal conseguia se manter de pé após ser surrada pelo marido.

Após ser preso, o PM ficou em silêncio ao ser interrogado na 4ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e não explicou os motivos de ter atirado na esposa.

Ele foi indiciado pelo crime de feminicídio e encaminhado ao Presídio Romão Gomes. Conforme a investigação, ele e a vítima estavam casados há seis meses. Erika deixou duas filhas, frutos de um relacionamento anterior.

O soldado passou por audiência de custódia logo depois, quando teve a prisão preventiva por feminicídio mantida. Ao ser ouvido pela juíza Marcela Dias De Abreu Pinto Coelho, no Fórum Criminal da Barra Funda, ele confirmou seu novo estado civil, agora como sendo viúvo, e também que responde a outros processos criminais.

Ameaçada antes de morrer

No último dia 30 de outubro, Erika registrou um boletim de ocorrência contra o marido por ameaça. Na ocasião, ela disse à polícia que estava sendo ameaçada por ele, mas, ainda assim, não quis fazer uma representação criminal e nem pediu medida protetiva.

De acordo com o site G1, a ocorrência foi registrada na mesma delegacia em que a morte dela é investigada agora, a 4ª DDM. Conforme a denúncia, a mulher disse que o casal tinha ido até uma c asa noturna, mas que o marido havia discutido com ela por causa de ciúmes.

Em casa, a discussão continuou, quando o PM ameaçou matá-la, chegando a pegar a arma em mãos e apontá-la contra sua cabeça. A mulher disse que o soldado afirmou que ela “não iria ver suas filhas crescerem”.

Na época, Erika acionou a Polícia Militar, que a levou até a delegacia. Lima chegou a ser ouvido, mas negou ter ameaçado a esposa e apontado a arma para ela.

Ele é PM e foi preso
Erika Satelis Ferreira de Lima, de 33 anos, foi agredida e executada a tiros pelo marido, na Zona Norte de SP (Reprodução/Twitter)

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