O ex-jogador Marcelinho Carioca, de 51 anos, fez uma postagem em seu Instagram, na madrugada desta terça-feira (19), na qual apareceu ao lado dos seus filhos e netos. Ele voltou a dizer que foi obrigado a gravar um vídeo, no qual disse que se envolveu com uma mulher casada, e que foi mantido sob a mira de uma arma. A Polícia Civil prendeu cinco suspeitos pelo sequestro.
“Que bom estar de volta, em casa, do lado de pessoas que realmente a gente ama. Toda a minha família aqui me esperando, torcendo por mim (...) Estou feliz, mas muita gente que torce por mim está também”, começou ele.
“Agradeço a Deus pela minha vida e pela vida da minha amiga Thais, que está agora ao lado dos seus dois filhos. Ao lado das pessoas que amam ela, que é uma mulher digna, correta. E por falar nisso, me perguntaram sobre aquele vídeo onde disse que descobriu depois que a mulher é casada e que o marido dela foi atrás de você para te sequestrar. Gente, se você está com revólver apontado na sua cabeça e você é coagido, não tem como, você vai pensar na sua vida. Eu fui obrigado a fazer aquele vídeo”, disse o ex-jogador.
Na sequência ele explicou que foi ao show do cantor Thiaguinho, na Neo Química Arena, o Itaquerão, com dois amigos. De lá, saiu sozinho e foi até Itaquaquecetuba entregar ingressos para o domingo para a amiga e mais dois colegas. Foi quando ele acabou sendo sequestrado.
“Quando eu saí do carro já se aproximaram três armados, colocando todo mundo dentro do carro (...) Mas tudo o que aconteceu dentro do cativeiro foi desesperador. Mas Deus deu uma segunda oportunidade pra gente. O mais importante é que eu estou aqui, ao lado dos meus filhos, e que a Thais está lá, na casa dela com a família dela. Obrigada, gente, pelas orações, pela torcida, por todo o carinho”, ressaltou.
Entenda o caso
Marcelinho estava desaparecido desde domingo (17), quando saiu do Itaquerão após o show do cantor Thiaguinho. No dia seguinte, a Polícia Militar encontrou o carro dele abandonado em Itaquaquecetuba, que fica na Região Metropolitana da Capital.
O caso passou a ser apurado e a Delegacia Antissequestro (DAS) foi acionada para ajudar nas investigações. Nesse meio tempo, o ex-jogador apareceu em um vídeo, ao lado da amiga, no qual disse que tinha se envolvido com uma mulher casada. Ela também confirmou a versão dele na gravação.
Porém, horas depois, Marcelinho e a mulher foram encontrados onde eram mantidos reféns. Na delegacia, ele disse que os sequestradores queriam dinheiro. “Eles pediram a senha do meu telefone. E aí você pensa nos seus filhos, na sua família”, disse ele. “Não é fácil você ter um revólver apontado para você a todo momento”, acrescentou.
Ele acredita que não foi reconhecido de forma imediata pelos sequestradores. “O carro era filmado. Provavelmente eles não sabiam [quem eu era]. Eles viram um carro daquele porte, próximo da comunidade e chegaram para me abordar”, disse.
O ex-jogador e ídolo do Corinthians chorou ao relembrar que foi mantido refém e negou que tivesse qualquer relação amorosa com a amiga. Ele ressaltou que teria sido forçado pelos sequestradores a fazer tal afirmação. Ele ainda criticou a cobertura da imprensa, dizendo que muitas inverdades foram publicadas.
Suspeitos presos
A Polícia Civil informou que cinco pessoas foram presas por suposta participação no sequestro, sendo três homens e duas mulheres, que foram encontrados pela polícia na casa onde estava Marcelinho. Uma sexta pessoa também foi conduzida à delegacia, mas, em princípio, foi ouvida apenas como testemunha. “Cinco pessoas serão autuadas em flagrante”, disse Artur Dian, delegado-geral da Polícia Civil.
Já sobre o vídeo que circulou nas redes sociais, o delegado comentou que não é incomum que sequestradores obriguem suas vítimas a darem outra versão para o crime. “Não é incomum os sequestradores, sob ameaça, fazerem as vítimas falarem o que eles querem. Isso acontece. E o próprio Marcelinho e a Taís corroboraram isso”, explicou Dian.
O delegado disse ainda que cerca de R$ 40 mil foram sacados da conta de Marcelinho e que as investigações prosseguem para apurar a suspeita de participação de outras pessoas.
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