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Caso Marcelinho Carioca: amiga aparece com ex-marido e nega relação com ex-jogador: “Nunca tive”

Tais Alcântara de Oliveira ressaltou que foi obrigada a gravar vídeo no cativeiro citando caso com ex-atleta

A funcionária pública Tais Alcântara de Oliveira, que foi sequestrada junto com o ex-jogador Marcelinho Carioca, negou que tivesse qualquer relação amorosa com ele. A mulher afirma que foi obrigada a gravar o vídeo citando o caso com o ex-atleta e apareceu ao lado do ex-marido, Márcio Moreira, que também reclama que foi atacado injustamente após o episódio.

“Eu não tenho nenhum relacionamento com o Marcelinho. Nunca tive. A nossa relação é de amizade mesmo. Eu estou separada do Márcio. A gente mora em casas separadas, não estamos convivendo, apesar que ainda não saiu o divórcio. A gente continua ainda casados no papel”, explicou Tais, em entrevista ao site G1.

A mulher contou que trabalha na Secretaria de Esportes de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, onde Marcelinho Carioca foi secretário até janeiro deste ano. Eles se tornaram amigos e, no sábado (16), ao ver que ele estava no show do cantor Thiaguinho, ela comentou que gostaria muito de ir. Assim, o ex-jogador conseguiu alguns ingressos para domingo (17) e foi até a casa dela para entregar.

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Quando desceu para receber, entrou no carro do amigo, para evitar chamar a atenção. “Ele não queria ficar parado [no bairro]. Ele ia passar as coordenadas do show, qual o portão eu poderia entrar, com quem eu iria falar. A gente deu uma volta de carro no quarteirão e, assim que a gente estava chegando, ele avistou três caras vindo em direção ao carro. Eu falei que eu ia sair [do carro] e ele disse para eu esperar, mas eu abri a porta e os caras já nos abordaram falando para colocar a mão na cabeça”, lembra Tais.

“Ele [Marcelinho] desceu e disse que era o ex-jogador. Os caras não acreditaram. Colocaram ele dentro do carro e deram uma coronhada nele. Me colocaram no banco de trás apontando o revólver para a minha cabeça”, relatou a mulher.

Segundo ela, os criminosos queriam dinheiro e se desesperaram ao perceber que helicópteros rodeavam a área do cativeiro. Nesse momento, decidiram gravar o vídeo, no qual ela e Marcelinho foram obrigados a dizerem que tinham um caso.

“Começaram a se desesperar e falando que ‘moio para eles’, que a casa caiu. Receberam um áudio de uma pessoa falando que era para fazer um vídeo fake, porque se a casa deles caiu, que a nossa tinha que cair também. Então, que era para inventar uma história do marido que sequestrou, que saiu com mulher casada. Uma pessoa ficou atrás segurando a coberta e outra ficou apontando a arma”, contou Tais.

Por conta da repercussão do caso, Márcio Moreira disse que também passou a ser atacado injustamente, já que não teve qualquer ligação com o sequestro. Ele disse que estranhou o sumiço da ex-mulher e fez uma publicação com a foto dela nas redes sociais, em busca de informações sobre seu paradeiro. Foi quando ele soube o que tinha acontecido.

“Quando eu publiquei a foto dela, mais ou menos umas 11h30, começou a chover [comentários]. Parece que em questão de instantes minha vida virou do avesso. Foi quando descobriu que ela estava no cativeiro e começou o pessoal mandando mensagem, inclusive pessoas me xingando. Pessoas que eu nem conheço. Foi um transtorno pra mim total”, lamentou o ex-marido de Tais.

“Para você ter noção, eu estou há três dias sem trabalhar. A gente pode sair e vem um louco aí e confunde a gente: ‘olha o menino ali, o sequestrador. Pode fazer maldade’”, disse o homem.

Relembre o caso

Marcelinho estava desaparecido desde domingo (17), quando saiu do Itaquerão após o show do cantor Thiaguinho. No dia seguinte, a Polícia Militar encontrou o carro dele abandonado em Itaquaquecetuba, que fica na Região Metropolitana da Capital.

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O caso passou a ser apurado e a Delegacia Antissequestro (DAS) foi acionada para ajudar nas investigações. Nesse meio tempo, o ex-jogador apareceu em um vídeo, ao lado da amiga, no qual disse que tinha se envolvido com uma mulher casada. Ela também confirmou a versão dele na gravação.

Porém, na segunda-feira (18), Marcelinho e Tais foram encontrados onde eram mantidos reféns. Na delegacia, ele disse que os sequestradores queriam dinheiro. “Eles pediram a senha do meu telefone. E aí você pensa nos seus filhos, na sua família”, disse ele. “Não é fácil você ter um revólver apontado para você a todo momento”, acrescentou.

Ele acredita que não foi reconhecido de forma imediata pelos sequestradores. “O carro era filmado. Provavelmente eles não sabiam [quem eu era]. Eles viram um carro daquele porte, próximo da comunidade e chegaram para me abordar”, disse.

O ex-jogador e ídolo do Corinthians chorou ao relembrar que foi mantido refém e negou que tivesse qualquer relação amorosa com a amiga. Ele ressaltou que teria sido forçado pelos sequestradores a fazer tal afirmação. Ele ainda criticou a cobertura da imprensa, dizendo que muitas inverdades foram publicadas.

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Na madrugada de terça-feira (19), Marcelinho fez uma postagem em seu Instagram, na qual apareceu ao lado dos seus filhos e netos. “Que bom estar de volta, em casa, do lado de pessoas que realmente a gente ama. Toda a minha família aqui me esperando, torcendo por mim (...) Estou feliz, mas muita gente que torce por mim está também”, começou ele.

“Agradeço a Deus pela minha vida e pela vida da minha amiga Thais, que está agora ao lado dos seus dois filhos. Ao lado das pessoas que amam ela, que é uma mulher digna, correta. E por falar nisso, me perguntaram sobre aquele vídeo onde disse que descobriu depois que a mulher é casada e que o marido dela foi atrás de você para te sequestrar. Gente, se você está com revólver apontado na sua cabeça e você é coagido, não tem como, você vai pensar na sua vida. Eu fui obrigado a fazer aquele vídeo”, disse o ex-jogador.

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Investigação

A Polícia Civil indiciou seis pessoas pelos crimes de sequestro, extorsão, formação de quadrilha, roubo, lavagem de dinheiro e receptação. Quatro delas já estão presas e duas seguem sendo procuradas.

A Divisão Antissequestro (DAS) de São Paulo investiga o caso. Já sobre o vídeo que circulou nas redes sociais, o delegado Artur Dian comentou que não é incomum que sequestradores obriguem suas vítimas a darem outra versão para o crime. “Não é incomum os sequestradores, sob ameaça, fazerem as vítimas falarem o que eles querem. Isso acontece. E o próprio Marcelinho e a Taís corroboraram isso”, explicou.

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O delegado disse ainda que cerca de R$ 40 mil foram sacados da conta de Marcelinho e que as investigações prosseguem para apurar a suspeita de participação de outras pessoas.

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