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Sinais de violência: polícia apura morte de mulher trans encontrada sobre trilhos de trem, no RJ

Corpo de Manu Diniz, de 24 anos, tinha hematomas, cortes e dentes quebrados; família da vítima foi acusada de transfobia

A Polícia Civil investiga a morte da mulher trans Manu Diniz, de 24 anos, que foi encontrada em uma linha férrea em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. De acordo com a investigação, o corpo tinha hematomas, cortes e ela estava com os dentes quebrados. No momento do enterro, a família usou o nome de batismo da jovem e foi acusada de transfobia (entenda mais abaixo).

Manu desapareceu na noite do último dia 28 de dezembro, quando teria sofrido um surto psicótico. Uma amiga que morava com ela disse à polícia que a jovem tentou agredi-la e a ameaçou com uma faca. Depois disso, teria pulado do 2º andar do prédio e sumido.

O desaparecimento foi registrado no dia 30 de dezembro. Porém, na ocasião, o corpo dela já estava no Instituto Médico Legal (IML) aguardando por identificação. Os familiares estiveram no local na última terça-feira (2) e fizeram o reconhecimento. O laudo da necropsia apontou que a causa da morte doi traumatismo craniano.

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Após a confirmação da morte de Manu, o caso foi encaminhado para a 34ª Delegacia de Polícia de Bangu. Até a manhã desta sexta-feira (5), no entanto, nenhum suspeito pelo crime havia sido identificado.

A deputada Dani Balbi (PCdoB), que é a primeira transexual da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), falou sobre a morte de Manu nas redes sociais e disse que busca por justiça.

“Manu ter perdido a vida em mais um crime de ódio contra pessoas trans é de dilacerar nossos corações. Sem os dentes, arranhada, jogada numa linha férrea. Quando o Brasil irá nos ver como pessoas? Não aguentamos mais tanta insegurança, tanta violência. É muita dor”, escreveu a deputada.

“Não vou descansar até que as investigações encontrem quem fez isso com ela. Não podemos continuar deixando esses índices subirem. É uma VERGONHA o Brasil ser o país que mais mata transexuais e travestis no mundo. Não há nada para comemorar se já estamos iniciando o ano assim”, lamentou a parlamentar.

Denúncia de transfobia

O corpo de Manu foi enterrado no Cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste do RJ, na quarta-feira (3), sob protestos de ativistas da causa LGBTQIA+. Eles reclamavam do fato da vítima ter sido sepultada com a identificação de batismo, masculina, sendo que há anos ela era tratada no feminino.

Os amigos disseram que a jovem tinha, inclusive, feito a mudança dos seus documentos e acusavam a família dela de transfobia, que é o preconceito com pessoas trans.

Um parente de Manu fez postagem nas redes sociais se defendendo, dizendo que ela nunca se apresentou como mulher para família. Por isso, a enterraram com nome de batismo.

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