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Suzane Richthofen é acusada de ‘enganar’ clientes de sua loja virtual após engravidar; entenda

Ela vende produtos personalizados à mão, mas teria terceirizado o serviço após descobrir a gestação

Ela já vende até para o Japão
Suzane Richthofen segue acumulando seguidores em página de ateliê de costura, mas alguns estão insatisfeitos (Reprodução/Site oficial/Su Entre Linhas)

Suzane Richthofen, de 40 anos, condenada por matar os próprios pais, segue aguardando a chegada da primeira filha. No sétimo mês de gestação, ela vive com o namorado, o médico Felipe Zecchini Muniz, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. A ex-presidiária completou no último dia 11 um ano no regime aberto e uma das condições para o benefício é ter emprego fixo. Ela se tornou empreendedora e tem uma loja virtual que vende produtos personalizados à mão. No entanto, uma mudança no esquema do negócio tem deixado os clientes insatisfeitos e alguns se dizem “enganados”.

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O motivo da insatisfação é que a ex-presidiária teria terceirizado a manufatura de seus produtos, mas não deixou isso claro na página “Su Entre Linhas”, onde já acumula mais de 55 mil seguidores. Desde que iniciou a vida de empreendedora, Suzane postou vídeos onde aparecia confeccionando chinelos, bolsas, entre outros itens. Muitos clientes foram atraídos exatamente por essa “personalização”, mas depois descobriram que não é ela quem está, de fato, responsável pela customização.

A reportagem é de Ulisses Campbell, que assina o blog “True Crime”, no jornal “O Globo”. O jornalista e biógrafo também escreve o livro “Suzane .40 - A Mãe que Matou a Mãe”, que deve ser lançado neste ano. Além disso, já publicou outros livros contando a história da assassina dos próprios pais.

Segundo Campbell, desde que descobriu a gestação e se mudou de Angatuba para Bragança Paulista, Suzane deixou a produção a cargo de uma equipe, liderada pela sua ex-cunhada, Josiely Olberg. Nas redes sociais, Josi, como é conhecida, apresenta-se como assistente pessoal da ex-presidiária. As duas passaram o Réveillon juntas, inclusive, na nova residência da condenada.

O jornalista destacou que o novo esquema de negócio de Suzane foi descoberto pela gerente financeira Pamela Siqueira, de 34 anos, moradora de São Paulo, que comprou uma sandália pelo preço de R$ 178 em dezembro passado. A mulher acreditava que estava adquirindo um produto customizado pela própria Suzane, mas teve uma surpresa no recebimento.

Segundo a gerente financeira, o endereço da postagem dos produtos de Suzane segue sendo Angatuba e não Bragança Paulista, onde ela mora agora. Indignada, ela chegou a fazer uma reclamação nas redes sociais.

“Me senti ludibriada duas vezes. Primeiro porque achava que a encomenda chegaria antes do Natal. Segundo porque ela não customizou a sandália, como havia dito. Mas resolvi apagar a queixa porque tenho medo da Suzane. Até porque ela tem o meu endereço, né?”, disse Pamela ao “O Globo”.

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Outro cliente insatisfeito citado por Campbell é o enfermeiro Diogo Castro, de 31 anos, que comprou uma carteira masculina ao custo de R$ 70. Ele foi atendido por Josi, que disse que ele receberia uma chamada de vídeo de Suzane no dia do seu aniversário, caso fosse feita uma segunda compra na loja virtual. Ele acreditou e adquiriu imediatamente um nécessaire ao preço de R$ 80, pois seu aniversário seria dali a três semanas.

No entanto, tal ligação nunca foi realizada e Josi tratou de acabar com as esperanças do enfermeiro. “Vou logo avisando. Estou chateado. A Su Entrelinhas é uma loja feita para arrancar dinheiro e enganar as pessoas”, escreveu ele nas redes sociais.

Como está Suzane atualmente?

Suzane segue levando uma vida tranquila em Bragança Paulista. Imagens publicadas pelo Portal Leo Dias mostraram a ex-presidiária, que está grávida, fazendo compras em um supermercado da cidade no início deste ano (veja abaixo):

Conforme a publicação, Suzane chegou ao supermercado em um VW/Polo. Após estacionar, ela entrou no estabelecimento e encheu o carrinho de compras e foi embora. Bem arrumada, ela exibia a gestação da primeira filha.

A gravidez de Suzane foi revelada em setembro do ano passado por Ulisses Campbell, que destacou que ela, inclusive, já teria escolhido o nome da menina: Isabela. A notícia causou revolta na mãe de Isabella Nardoni, que seria o alvo de uma homenagem, mas o jornalista destacou que a escolha não teve nada a ver com a menina que morreu após ser jogada de um prédio.

Campbell contou que a ex-presidiária marcou vários encontros pelo aplicativo de relacionamento Tinder, onde usava seu segundo nome, Louise, para disfarçar, antes de começar a se relacionar o médico. Exigente, ela teria dispensado alguns candidatos.

Depois disso, ela teria conhecido o médico pelo Instagram e eles passaram a manter conversas, engatando o relacionamento. Em julho deste ano, ela teria descoberto a gravidez e os dois passaram a morar juntos.

Morte do casal Richthofen

Segundo a Justiça, Suzane Richthofen planejou a morte dos próprios pais e teve a ajuda do então namorado, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian Cravinhos, para a execução do casal. O crime ocorreu no dia 31 de outubro de 2022.

Logo depois do início das investigações, a jovem foi presa. Em 2006, ela foi julgada e condenada a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado. No entanto, entrou com vários pedidos de revisão e conseguiu reduzir o tempo para 34 anos e 4 meses de prisão. A previsão é que ela, que está em regime aberto desde o início deste ano, cumpra a sentença no dia 25 de fevereiro de 2038.

A primeira vez que Suzane deixou a Penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, no interior de São Paulo, foi em março de 2016, depois de conquistar o regime semiaberto e ter direito a uma saída temporária de Páscoa. Em setembro do ano passado ela obteve mais uma “saidinha temporária”, quando chamou a atenção por conta da aparência. Bem vestida, ela virou alvo de várias publicações nas redes sociais.

Ela tentava obter a progressão desde 2017 para o regime aberto, mas até então todos os pedidos tinham sido negados. No início de 2023, ela finalmente conseguiu o benefício.

Depois que saiu da prisão, Suzane passou a morar em Angatuba, também no interior de São Paulo. Além de cursar biomedicina em uma faculdade particular, ela também prestou o concurso público da Câmara Municipal de Avaré, visando uma vaga como telefonista.

Além disso, abriu um cadastro de Microempreendedor Individual (MEI) no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Angatuba para seu ateliê de costura.

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