O lavrador Carlos José de França, de 32 anos, acusado de matar a argentina Florencia Aranguren, de 31, em uma trilha na cidade de Armação de Búzios, no Rio de Janeiro, vai a júri popular. O juiz Danilo Marques Borges, da 2ª Vara de Búzios, também negou o pedido da defesa para que o acusado respondesse ao processo em liberdade e manteve a prisão.
A primeira audiência do caso foi realizada na terça-feira (30), quando foram ouvidas 11 testemunhas e realizado o interrogatório do acusado. Ele responde pelo crime de homicídio qualificado.
“O conjunto probatório coligido aos autos indica ser grande a possibilidade do crime ter sido praticado pelo acusado, fato que deverá ser avaliado pelo com maior profundidade pelos jurados, ao longo do julgamento a ser realizado em plenário”, destacou o juiz.
Conforme o processo, França já foi condenado por roubo e por estuprar uma adolescente de 15 anos, em Pernambuco. O crime ocorreu em março de 2009, quando ele pegou o celular da vítima e a levou a um terreno abandonado, onde a estuprou. Ele foi julgado e pegou 20 anos, 6 meses e 15 dias de prisão. No entanto, não há detalhes se ele cumpria o regime aberto ou se fugiu da penitenciária.
A defesa do lavrador não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
Relembre o caso
O crime aconteceu no dia 6 de dezembro do ano passado. Segundo a investigação, Florencia tinha se mudado há apenas três dias para Búzios. Naquela data, estava passeando com seu cachorro, Tronco, pela trilha, quando foi assassinada. Um morador que passava pelo local encontrou o corpo e acionou a polícia.
Ao analisar imagens de câmeras de segurança da região, a polícia identificou um suspeito que estava de bicicleta e seguiu na trilha logo depois da argentina. Se tratava do lavrador, que acabou preso poucas horas após o crime em um condomínio nas proximidades. No momento em que foi capturado, tentava lavar manchas de sangue do corpo.
A polícia diz que França apresentava vários arranhões em seu corpo, marcas de luta corporal, além de sangue na cueca. Após ser preso, ele foi levado até a cena do crime, onde um guarda municipal especialista no trabalho com cães o mostrou ao cachorro da vítima, que ficou nervoso e começou a reagir contra ele.
Conforme a polícia, Florencia lutou muito com o criminoso antes de ser assassinada. Além das marcas deixadas em seu corpo pelo confronto, a vítima levou 18 facadas, conforme apontaram os laudos periciais do Instituto Médico Legal (IML).
Segundo o jornal “O Globo”, a maioria das lesões sofridas pela argentina ocorreram na região do pescoço, sendo que uma das facadas atingiu a artéria carótida e a jugular, provocando uma hemorragia externa que resultou na morte.
A perícia apontou, ainda, que a vítima apresentava escoriações em placa nos membros superiores, como no cotovelo esquerdo, e inferiores, como na dorsal do pé direito, o que indica que ela foi arrastada. Os dedos da vítima também tinham lesões, típicas de tentativa de defesa.
Apesar de ter sido achado ao lado do corpo da dona todo ensanguentado, o cão Tronco não estava ferido. Agora, ele está sob os cuidados de uma amiga de Florencia.
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