As primeiras semanas do ano foram marcadas por uma explosão de casos confirmados de dengue na cidade de São Paulo. Conforme dados da prefeitura, até o último dia 29, foram registrados 1.792 casos. Em 2023, no mesmo período, eram 443 ocorrências. Esse foi o maior salto nos últimos 10 anos e acendeu um alerta para que a população reforce os cuidados, principalmente com as crianças, público mais vulnerável.
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A pediatra Elisabeth Fernandes, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que o uso de repelentes contra os mosquitos deve ser reforçada, mas destaca qual tipo é indicado para cada idade. “No caso de bebês e crianças, as indicações precisam ser respeitadas de acordo com a faixa etária”, ressaltou ela.
Veja abaixo a classificação indicada pela pediatra:
- Para bebês acima de 2 meses: Icaridina na concentração de 10%
- Para bebês acima de 6 meses: Icaridina na concentração de 20% e IR3535
- Para crianças acima de 2 anos: DEET
A médica também alerta que os repelentes não podem tocar os olhos e boca dos pequenos e que, para evitar esse risco, eles não devem manipular o produto sozinhos. “Os repelentes também não devem ser aplicados na presença de lesões ou ferimentos”, ressalta.
Vacina contra dengue
Neste mês, o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer uma vacina contra a dengue na rede pública, voltada para crianças e os adolescentes de 10 a 14 anos. No entanto, são poucas doses que serão disponibilizadas em 521 cidades do país (a lista completa pode ser acessada aqui).
A imunização também pode ser obtida na rede particular e a vacina confere proteção contra os 4 sorotipos do vírus da dengue, mesmo para as pessoas que já apresentaram a doença. “É uma injeção subcutânea, ministrada em duas doses, com intervalo de 3 meses entre elas”, explica a pediatra.
“Alguns efeitos colaterais são possíveis, como dor no local da injeção, moleza, dor de cabeça e febre, que podem acontecer até dois dias após a aplicação, principalmente na primeira dose”, lembra a pediatra.
Apesar da opção da vacina, Elisabeth lembra que seguem valendo as recomendações clássicas de cuidados com o ambiente doméstico, como não acumular água nos vasos, tampar as caixas d’água e usar inseticidas para evitar a proliferação do Aedes aegypti.