A família da jovem Livia Gabriele Da Silva Matos, de 19 anos, que passou mal durante um encontro em que manteve relação sexual com o jogador sub-20 do Corinthians Dimas Cândido de Oliveira Filho, de 18, e depois morreu, segue muito abalada. Os pais dizem que a garota não tinha nenhum problema de saúde e fazia o devido acompanhamento ginecológico. Além disso, o genitor, Rubens Matos, afirma que estranhou a postura do atleta após a confirmação da morte da filha, pois ele parecia “querer se livrar de alguma coisa”.
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“Ele disse: ‘Estou com meu pai aqui, ele comprou uma passagem para mim e tenho que ir embora’. Parece que queria se livrar de alguma coisa que ia complicar ele, tive impressão. Senti nele muita apatia, sem compaixão nenhuma. Não estava preocupado com a minha filha”, lamentou Rubens, em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo.
Conforme a reportagem, Dimas tinha uma passagem comprada para ir a João Pessoa, na Paraíba, sua cidade natal, e que embarcaria 23h15 daquele 30 de janeiro, após o encontro com Livia. Porém, após a morte da jovem, o pai dela teria impedido que ele de deixar o hospital.
“Quando cheguei no hospital, estava ele e mais dois amigos. Um deles, que não foi ouvido, estava com um dos pés sujo de sangue. Onde sujou?”, questionou Rubens.
A família de Livia também contesta a versão de Dimas de que aquele era o primeiro encontro com a garota. “Ele disse para mim que já tinha se encontrado com minha filha antes”, relatou o pai, que destacou que perguntou ao jogador se ele tinha abusado da jovem. “Tive a noção de que havia abusado sexualmente dela pelo sangramento na vagina”, afirmou.
Já em um um áudio enviado para uma amiga, Livia disse que ela e Dimas quase namoraram. “A gente estava quase namorando, a gente se encontra, a gente sai, ele é muito legal”, disse Livia. Em outras trocas de mensagens entre a jovem e o jogador, eles se tratavam de maneira carinhosa, mas não fica claro se eles mantinham um relacionamento amoroso.
Dimas foi procurado para se pronunciar sobre o assunto, mas não quis falar. O advogado do atleta, Tiago Lenoir, afirmou que ele segue muito abalado e que não houve crime.
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“Ele não cometeu crime nenhum, não matou essa garota. Nunca se envolveu em nenhuma ocorrência policial, nenhum problema fora do futebol. Filho exemplar, amigos de todos. Ele está sendo tratado como testemunha de uma morte desconhecida, não praticou nenhum crime”, ressaltou Lenoir.
A investigação do caso é conduzida pela 5ª Delegacia de Defesa da Mulher, localizada na Zona Leste de São Paulo. Por enquanto, Dimas consta como investigado, mas não como suspeito pela morte de Livia. Ele deverá ser novamente chamado para prestar esclarecimentos nesta semana.
O Sport Club Corinthians Paulista informou, em nota, que “está ciente dos acontecimentos que envolveram um de seus atletas da base, aguarda a investigação dos fatos e está à disposição para colaborar com as autoridades.”
Lesão vaginal
O atestado de óbito de Livia apontou que a causa da morte foi uma ruptura na região genital. Agora, a investigação aguarda os laudos de três exames para saber o que causou essa lesão.
Conforme o documento, emitido pelo Hospital Municipal do Tatuapé, a vítima sofreu uma ruptura de uma membrana no “saco de Douglas”, que é uma região localizada na pelve, na parte de baixo do abdômen, entre o útero e o reto. O corte, de cinco centímetros, foi responsável por uma forte hemorragia. Enquanto era socorrida, a garota sofreu quatro paradas cardiorrespiratórias e não resistiu.
Assim, a polícia aguarda a conclusão dos exames necroscópico, toxicológico e sexológico para descobrir qual foi a causa da lesão genital. A corporação também analisa o histórico de saúde da vítima e a investigação não descarta a hipótese de que tenha ocorrido uma “fatalidade”.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), os laudos do Instituto Médico Legal (IML) ainda estão em fase de conclusão e devem ser divulgados em até 30 dias. No entanto, por conta da investigação sobre a morte suspeita, a expectativa é que essa liberação ocorra o mais rápido possível.
Relembre o caso
Livia morreu na noite de terça-feira (30), depois que foi até o apartamento do jogador para um encontro. Dimas afirmou, em depoimento à polícia, que aquela foi a primeira vez que eles se viam pessoalmente, após meses de conversas pelas redes sociais, quando eles mantiveram relação sexual. Logo depois ele percebeu que ela tinha desmaiado e acionou uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
De acordo com a Polícia Militar, a garota apresentava um intenso sangramento nas partes íntimas quando foi socorrida e sofreu quatro paradas cardiorrespiratórias. Depois do atendimento no hospital, os médicos constataram que ela tinha um corte na vagina de cinco centímetros, que provocou uma forte hemorragia.
Uma perícia foi realizada no imóvel, quando foram encontrados lençóis e toalhas sujos se sangue. Também havia marcas em um colchão e uma camisinha usada. Dimas garantiu que os dois estavam sozinhos no apartamento e que não fizeram uso de drogas ou bebidas alcóolicas.
Livia era estudante de enfermagem e morava com a família em São Paulo. Segundo a PM, ela era filha de um dos seguranças do presidente do Corinthians.
Na delegacia, o pai de Livia contou que a filha disse que ia até um restaurante com uma amiga, onde elas iriam assistir ao jogo do Corinthians contra o São Paulo, pelo Campeonato Paulista. Porém, por volta das 19h30, ele recebeu uma ligação de uma enfermeira do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que dizia que a garota estava sendo socorrida e levada ao Hospital Municipal do Tatuapé.
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