Sete acusados pelo sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca e da amiga dele, Taís Alcântara de Oliveira, em dezembro do ano passado, se tornaram réus, em São Paulo. Quatro deles foram presos em flagrante na época do crime e três ainda são procurados. As vítimas foram mantidas em cativeiro e obrigadas a gravar um vídeo dizendo que tinham um caso, mas essa informação foi desmentida por ambos após a libertação.
Os quatro réus que seguem presos são Eliane de Amorim, de 30 anos, Thauannata dos Santos, de 18, Wadson Fernandes Santos, de 29, e Jones Santos Ferreira, de 37. Segundo a investigação policial, essa parte da quadrilha era responsável pelo cativeiro e por fornecer contas bancárias para recebimento do dinheiro do resgate.
Ainda são procurados Matheus Eduardo Candido Costa, Caio Pereira da Silva e Camily Novais da Silva. Todos tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
O grupo foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por diversos crimes, entre eles associação criminosa, receptação, roubo, extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro.
O caso continua em investigação pela Divisão Antissequestro (DAS) da Polícia Civil. Para a corporação, ao menos 10 pessoas participaram do sequestro. No entanto, a Justiça não decretou a prisão de três delas por falta de provas.
Relembre o caso
Marcelinho Carioca desapareceu no dia 17 de dezembro de 2023, quando saiu do estádio Itaquerão após o show do cantor Thiaguinho. No dia seguinte, a Polícia Militar encontrou o carro dele abandonado em Itaquaquecetuba, que fica na Região Metropolitana da Capital.
O caso passou a ser apurado e a DAS foi acionada para ajudar nas investigações. Nesse meio tempo, o ex-jogador apareceu em um vídeo, ao lado da amiga, no qual disse que tinha se envolvido com uma mulher casada. Ela também confirmou a versão dele na gravação.
Porém, horas depois, Marcelinho e a mulher foram encontrados onde eram mantidos reféns pela Polícia Militar. Na delegacia, ele disse que os sequestradores queriam dinheiro. “Eles pediram a senha do meu telefone. E aí você pensa nos seus filhos, na sua família”, disse ele. “Não é fácil você ter um revólver apontado para você a todo momento”, acrescentou.
Ele acredita que não foi reconhecido de forma imediata pelos sequestradores. “O carro era filmado. Provavelmente eles não sabiam [quem eu era]. Eles viram um carro daquele porte, próximo da comunidade e chegaram para me abordar”, disse.
O ex-jogador e ídolo do Corinthians chorou ao relembrar que foi mantido refém e negou que tivesse qualquer relação amorosa com a amiga. Ele ressaltou que teria sido forçado pelos sequestradores a fazer tal afirmação. Ele ainda criticou a cobertura da imprensa, dizendo que muitas inverdades foram publicadas.
Depois da soltura, a amiga também gravou um vídeo, ao lado do ex-marido, garantido que não tinha nenhum relacionamento amoroso com o ex-jogador. “Eu não tenho nenhum relacionamento com o Marcelinho. Nunca tive. A nossa relação é de amizade mesmo. Eu estou separada do Márcio. A gente mora em casas separadas, não estamos convivendo, apesar que ainda não saiu o divórcio. A gente continua ainda casados no papel”, explicou Tais, em entrevista ao site G1.
O que declararam os quatro acusados que já estão presos?
Jones Santos Ferreira disse que foi procurado pelos criminosos para que conseguisse contas para receber o dinheiro do sequestro. Ele disse que achou que seria um golpe, e não um sequestro. Vai responder por associação criminosa, receptação, lavagem de dinheiro e extorsão mediante sequestro.
Eliane de Amorim está desempregada e disse que Jones, que é um amigo de longa data, pediu sua conta bancária emprestada para receber um “negócio” e que pagaria a ela. Ela negou que recebeu os valores, mas foi indiciada por associação criminosa, receptação e lavagem de dinheiro.
Thauannata dos Santos foi responsável por tomar conta das vítimas enquanto elas estavam em cativeiro e disse que não tinha a intenção de participar de “algo errado”, apenas queria ficar com um dos suspeitos que não foi preso até o momento. Vai responder por associação criminosa e extorsão mediante sequestro.
Wadson Fernandos dos Santos foi cooptado por Jones para fornecer a conta bancária para recebimento do sequestro. Na Polícia, ele disse que Jones havia garantido que não era “coisa errada”, mas foi indiciado por associação criminosa, receptação e lavagem de dinheiro.
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