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Após apelo, jovem que quase morreu ao cheirar pimenta ganha doação de home care: “Presente”

Empresa vai cuidar de Thais Medeiros, 26, enquanto família briga com prefeitura na Justiça

Família briga na Justiça para que prefeitura ofereça o serviço
Thais Medeiros de Oliveira, de 26 anos, recebeu doação de serviço de home care, em Goiânia (Reprodução/Instagram)

A família da trancista Thais Medeiros de Oliveira, de 26 anos, que teve uma crise grave de asma ao cheirar uma pimenta e quase morreu, comemorou nas redes sociais uma doação muito importante recebida pela jovem: o serviço de home care. Enquanto eles brigam na Justiça com a Prefeitura de Goiânia pelo atendimento, uma empresa se dispôs a fazer os cuidados diários que ela precisa (veja o vídeo abaixo).

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“Fomos agraciados, eu não esperava, pelo Home Care Center, do Juliano, que nos presenteou até sair a nossa decisão [judicial]. Fui chamada lá para uma reunião, fiquei surpresa, pois ele tinha dito que iria ajudar a gente com algumas coisas, mas eles agraciaram a Thais com o home care completo”, contou a mãe da trancista, Adriana Medeiros.

“Agradeço pelo presente para a minha filha (...) Obrigada a empresa que vai estar nos apoiando. Foi um ano muito difícil com a Thais, pois a gente vem para casa e fica um pouco perdido. Cuidar dela para mim é o essencial, sempre falei para todos: ‘Vamos fazer o possível pela Thais’. Quero que cuidem da minha filha com carinho, pois ela não é apenas um número (...) Tudo o que tem acontecido, tem a mão de Deus”, disse a genitora.

Adriana explicou que a filha segue sendo paciente assistida pelo Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), mas que o serviço de home care doado “vai acrescentar” nos cuidados diários com Thais.

No vídeo, o padrasto da trancista, Sérgio, ressaltou que a luta pelo serviço oferecido pela rede municipal de saúde continua. “Essa aqui é uma doação que vai nos ajudar, mas precisamos do atendimento efetivo. A Justiça já determinou, mas a Prefeitura de Goiânia está descumprindo. A gente cuida dela da melhor maneira possível, mas não somos enfermeiros e médicos. Quem sabe mesmo cuidar é a equipe de home care”, ressaltou ele.

Na semana passada, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informou ao site G1 que recorreu da decisão judicial, uma vez que Thais “não se enquadra nos critérios de atendimento”. Veja a nota na íntegra abaixo:

“A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que o Sistema Único de Saúde (SUS), não reconhece nenhuma política pública de Home Care. Goiânia custeia, com recursos próprios, um serviços para pacientes que saem da UTI, vão para casa e precisam de respiradores, ou seja, não conseguem respirar sozinhos, o que não é o caso da paciente em questão. Portanto, ela não se enquadra nos critérios de atendimento do serviço municipal e, por isso, o município recorreu da decisão liminar. O serviço que Goiânia poderia oferecer, que são visitas regulares em casa por uma equipe multidisciplinar de saúde, já é ofertado pelo Crer.”

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Alta após 83 dias

No último dia 12, Thais teve alta médica do CRER após 83 dias de internação. A jovem, que passou por tratamentos contra infecções, agora segue recebendo cuidados em casa.

Ela estava internada desde o último dia 6 de dezembro, quando os médicos pretendiam investigar uma infecção nos ossos. Porém, dias depois ela foi diagnosticada com bactérias no intestino e também uma bronquiolite, que acabaram arrastando o tempo de internação.

A trancista teve idas e vindas para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas aos poucos apresentou melhora do quadro de saúde e pôde voltar para casa.

A família também retomou os pedidos de ajuda por meio de uma vaquinha virtual. Uma publicação feita nas redes sociais ressalta de a jovem “chora todos os dias” depois que ficou acamada.

Reação à pimenta

A trancista passou mal na tarde do dia 17 de fevereiro de 2023 durante um almoço na casa do namorado. O rapaz contou que ela cheirou a pimenta e, em seguida, começou a “perder as forças”. Ela foi levada às pressas até o Hospital Evangélico Goiano (HEG), onde foi constatado que sofreu um edema cerebral.

Ao chegar no hospital, a jovem sofreu uma parada cardiorrespiratória, quando ficou cerca de sete minutos sem pulso e 15 minutos sem oxigênio. Assim, ela foi sedada e intubada para evitar danos cerebrais. Depois, foi transferida para a Santa Casa de Anápolis, onde ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Depois, foi transferida para um quarto, onde seguiu sua recuperação. No entanto, o diretor técnico da Santa Casa de Anápolis, Murilo Carlos Santana, ressaltou que o quadro dela era delicado.

Os médicos acreditam que a jovem sofreu uma crise de grave de asma ao cheirar a pimenta e, por conta da baixa circulação de oxigênio no cérebro, teve danos neurológicos. O condimento teria sido o gatilho.

A mãe da jovem havia dito que a filha sofria com bronquite desde que ficou grávida, mas ninguém sabia que ela poderia ter alguma reação à pimenta.

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