A mulher de 43 anos e o filho mais velho, de 20, suspeitos de matar um aluno e ferir outros dois em uma briga em frente ao Colégio Leiny Lopes de Souza, em Anápolis, em Goiás, seguem presos. A Justiça decidiu na audiência de custódia, na quinta-feira (22), que a dupla agiu intencionalmente com violência e colocou em risco a vida de outras pessoas. O filho mais novo, de 15 anos, também envolvido na confusão, acabou apreendido.
O juiz Renato César Dorta Pinheiro entendeu que a mãe e o filho mais velho deveriam permanecer presos preventivamente. “Agiram nas proximidades da escola, durante o fluxo de saída de alunos, fato este que indica (...) a despreocupação em atingir outras pessoas, especialmente crianças e adolescentes”, escreveu o magistrado na decisão.
O caso aconteceu na terça-feira (20). A mulher e o filho mais velho teriam ido até a porta da escola para defender o garoto de 15 anos. Ela estaria armada com uma faca e um martelo e teria passado a ameaçar outros estudantes. Foi quando a briga com empurrões e socos começou e o menor de 14 anos acabou esfaqueado e morto.
Um vídeo divulgado pelo “Portal 6″ mostra a confusão (Atenção: imagens fortes)
Para o juiz, a mãe agiu de forma irresponsável, pois incentivou os dois filhos a brigarem com outros adolescentes. “Como genitora, a custodiada deveria não apenas orientar seus filhos a não praticarem delitos, mas também impedir situações que colocassem em risco a vida de outras pessoas. Entretanto, os relatos colhidos apontam que ela, na verdade, foi quem instigou toda a situação”, ressaltou Pinheiro.
As defesas dos detidos não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
Rixa em jogo online
Um dos dois adolescentes esfaqueado na briga confirmou que a motivação foi uma rixa em um jogo online. “Sabia que essa briga ia rolar por causa de uma live ontem. Estava começando lá aí os dois começaram a se xingar e já marcaram essa briga”, disse ele, em entrevista à TV Anhanguera, reproduzida pelo site G1.
O menor foi esfaqueado na região do tórax e precisou passar por uma cirurgia. “Tinha cortado, se eu não me engano, foi o meu nervo. Só que tinha muito sangue no meu pulmão, aí ele [médico] foi e limpou lá, falou que tinha que fazer cirurgia”, relatou o estudante, que teve alta do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana) e se recupera em casa.
Já o outro adolescente esfaqueado na briga segue internado na mesma unidade de saúde, entubado. O estado de saúde é considerado gravíssimo.
Em nota após o ocorrido, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) lamentou o caso e destacou que ele ocorreu fora do ambiente escolar por “motivos pessoais” dos alunos. Apesar disso, a pasta disse que “a Superintendência de Segurança Escolar e Colégio Militar da Seduc se deslocou para Anápolis, onde acompanha o atendimento aos envolvidos, a escola e o trabalho das autoridades policiais”.
A secretaria ressaltou, ainda, que a equipe do Núcleo de Saúde e Segurança do Servidor e do Estudante já acompanha o caso. “A Seduc lamenta profundamente o ocorrido, sobretudo quando envolvem estudantes da rede pública estadual. Todos os esforços têm sido feitos no sentido da promoção de uma cultura da paz”, concluiu a pasta.
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