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Médico oferecia exames ginecológicos de baixo custo para abusar de pacientes; vítima chegou a pagar R$ 10

Homem atendia na rede pública e possuía clínica particular em Palmas (TO)

Médico cobrava R$ 10 por consultas ginecológicas e abusava das mulheres
Médico oferecia exames ginecológico de baixo custo para abusar de pacientes; vítima chegou a pagar R$ 10 Imagem: reprodução g1/Divulgação/TJTO

O médico ginecologista Paulo Rodrigues do Amaral, de 61 anos, foi denunciado após abusar sexualmente de oito mulheres.

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Condenado há 28 anos e sete meses de prisão, o profissional chegava a cobrar apenas R$ 10 pela consulta, segundo algumas pacientes. Além de atender na rede pública, ele possuía uma clínica em Palmas (TO).

De acordo com a defesa, as acusações feitas contra o ginecologista são injustas, mas disse que cliente está cooperando com as autoridades.

Segundo depoimento de uma das vítimas, ao qual o g1 e a TV Anhanguera tiveram acesso, ela estava com poucas semanas de gestação e ganhou o exame do pai, pois estava desempregada.

“Optei em ir nessa clínica, devido ao fato de que eu não tinha condições financeiras de pagar o exame. [...] Fui até a clínica, ao chegar à clínica, já percebi que a clínica era uma clínica um pouco afastada, pequena. Ela já dava para ver de cara que não era uma boa estrutura”, relatou.

Segundo a paciente, ela conta que foi abusada pelo médico durante este exame.

“Ele pegou a mão dele e alisava a região para me ajudar a abrir as pernas [...] E aí insistia, dizendo ele que era para mover o meu colo do útero para poder conseguir ver o sexo do meu bebê, ele apalpava a região aqui acima da virilha, apalpava”.

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Ela explica que pagou a quantia de R$ 100 neste primeiro exame, mas como o médico não teria conseguido identificar o sexo da criança, sugeriu que ela voltasse em até duas semanas para realizar novamente o exame endovaginal pelo valor de R$ 10.

“Eu queria ver o sexo do meu bebe e aí eu fui de novo, paguei R$ 10 para poder consultar de novo, mesmo tendo sido abusada ter acontecido tudo o que aconteceu. Contei apenas com a minha mãe”, disse a paciente. Ela explica que voltou pois não tinha condições financeiras de realizar o exame em outro clínica.

No retorno, Paulo não conseguiu novamente identificar o sexo do bebê e teria cobrado mais R$ 10 para fazer outro exame, dessa vez uma ultravaginal, e disse que iria conseguir o resultado.

“E aí, repetiu de novo a mesma coisa. Foi indiscreto, indelicado. Ele fazia movimentos com o aparelho dentro de mim. Colocava, tirava, colocava, tirava”.

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A vítima explica que o baixo custo cobrado pelo ginecologista era apenas para descobrir o sexo do bebê.

A mãe de outra paciente que também denunciou o médico relatou à Justiça sobre o baixo valor do exame oferecido à filha.

“Eu acho que ele queria ver o sexo dela, ver ela pelada, porque não tem nem lógica, e aí cobrou R$ 10. Não se quiser, eu faço a endovaginal e cobro R$ 10 para você. Ele diz que fez, fez o toque nela. Ela disse que estava doendo, machucando, e ele disse que era normal [...] o tempo todo mordeu os lábios e puxando ela pra cima dele o tempo todo”, relatou a mãe.

Segundo a mãe, a filha saiu correndo do consultório devido ao abuso e até esqueceu de pagar a quantia.

“Ela falou: mãe, eu saí de lá tão, tão atormentada que eu não vi nada e vim embora. Ela falou que tinha ficado devendo R$ 10 para o médico para fazer a endovaginal”.

Condenado há 28 anos de prisão

Paulo Rodrigues do Amaral foi condenado no dia 28 de fevereiro deste ano. A sentença foi assinada pelo juiz Marcio Soares da Cunha, da 3ª Vara Criminal de Palmas. Os crimes julgados nessa decisão ocorreram entre 2018 e fevereiro de 2023.

O juiz alegou que os exames realizados “fogem dos padrões habituais, já que consistia em intervenções diversas com os dedos nas genitálias das vítimas”.

O ginecologista foi condenado pela prática de violação sexual mediante fraude, agindo contra a vontade das vítimas. A pena foi aumentada pelo juiz com a justificativa de que o médico estava a em uma posição de autoridade, além de cometer o abuso contra mulheres grávidas.

Segundo o Conselho Regional de Medicina do Tocantins, o registro de Paulo está ativo e um processo sobre o caso foi aberto.

O que diz a defesa do médico

Em nota ao g1, a defesa diz:

Em resposta às recentes solicitações de informações sobre o caso do Dr. Paulo Rodrigues do Amaral, gostaríamos de esclarecer que, devido ao processo tramitar em segredo de justiça, e por respeito ao judiciário, bem como às supostas vítimas, não estamos autorizados a comentar detalhes do processo em curso.

Entretanto, aproveitamos esta oportunidade para reafirmar a inocência de nosso cliente. O Dr. Paulo Rodrigues do Amaral é um profissional da medicina há mais de 30 anos, com um legado significativo na cidade e no estado do Tocantins. Sua trajetória é marcada pela ética, dedicação e um compromisso incansável com o bem-estar de seus pacientes. Acreditamos firmemente que as acusações feitas contra ele são injustas e confiamos plenamente no sistema judiciário para esclarecer a verdade.

O respeito ao processo legal e aos procedimentos judiciais é primordial para nós. Portanto, embora não possamos comentar detalhadamente qualquer decisão neste momento, devido às restrições legais e éticas, estamos comprometidos em cooperar plenamente com as autoridades competentes.

Confiamos que, ao final deste processo, a justiça prevalecerá e o Dr. Paulo Rodrigues do Amaral será exonerado de todas as acusações. Até lá, pedimos à mídia e ao público que respeitem a privacidade e a presunção de inocência de todas as partes envolvidas. Ressaltamos a importância de respeitar os familiares que vêm sofrendo com tais exposições e que estão lutando para provar a inocência do acusado.

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