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‘Golpista do Tinder’ é preso após cair em armadilha das vítimas; prejuízos passam de R$ 1,6 milhão

Caio Henrique da Silva Camossato é investigado por crimes cometidos contra 11 mulheres em SP e no RJ

Com a ajuda de uma armadilha planejada pelas próprias vítimas, a Polícia Civil conseguiu prender Caio Henrique Camossatto, conhecido como “golpista do Tinder”, investigado por crimes financeiros cometidos contra 11 mulheres em São Paulo e no Rio de Janeiro. De acordo com a investigação, ele se envolvia com os alvos por meio do aplicativo de relacionamento e depois alegava problemas financeiros. Sensibilizadas, elas emprestavam dinheiro para o homem, que depois sumia. A estimativa é que o prejuízo passe de R$ 1,6 milhão.

O programa “Fantástico”, da TV Globo, mostrou que Camossatto foi atraído para a armadilha por Tayara Banharo, uma de suas vítimas antigas. A mulher contou que montou um perfil falso no aplicativo de relacionamento e passou a trocar mensagens com o golpista. No último dia 22 de março, ele foi até um restaurante no Rio de Janeiro para se encontrar com o novo alvo, mas acabou preso.

“A gente foi conversando com ele no WhatsApp até conseguir o mandado de prisão. Aí quando saiu o mandado de prisão, eu marquei um encontro com ele”, relatou Tayara.

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A mulher também contou como caiu nas garras do golpista. Ele se apresentava dizendo ser ator de novelas, compositor de músicas famosas e dono de imóveis. Ela estava hospitalizada e passou a conversar com ele por mensagens e foi surpreendida com uma visita.

“Fiquei uma semana internada direto no semi-intensivo. E eu falando com ele, ele simplesmente aparece. Um dia aparece no hospital para me visitar. Fiquei até meio assim. (...) Ele me beijou no hospital”, lembrou a vítima.

Depois disso, quando eles se viram pela primeira vez fora do hospital, ele disse que enfrentava problemas financeiros e passou a pedir dinheiro. Ela ficou desconfiada e chegou a buscar informações sobre ele na internet, mas acabou sensibilizada e fez o empréstimo.

Na sequência, ele sumiu e ela teve a ciência do golpe, mas ameaçou expor o caso nas redes sociais e conseguiu receber o dinheiro de volta. Mas isso não aconteceu com todas as outras vítimas.

‘Estelionato sentimental’

O caso já tinha sido tema de uma reportagem do “Fantástico” em julho de 2023, quando Tayara teve ciência de que Camossatto tinha enganado outras mulheres com o chamado “estelionato sentimental”. Assim, ela criou o perfil falso e armou o plano que resultou na prisão do golpista.

Nos últimos dois meses, Caio se relacionava com uma policial do Rio de Janeiro. “A investigação, ela mostrou que ele era um criminoso contumaz. E o pior de tudo, ele continuava conversando com outras pretensas vítimas. Ou seja, a prisão dele era essencial para evitar que outras vítimas caíssem no seu golpe”, ressaltou o delegado Fabio Souza, responsável pelas investigações.

O homem já tinha sido condenado por estelionato em 2019, mas nunca chegou a cumprir a pena. A defesa dele afirmou que as acusações não tem fundamento e “o que está em apuração não é crime, é um ilícito civil, ou seja: descumpre o que tinha sido acordado entre as partes”. Os advogados afirmam que a prisão dele é arbitrária e ilegal.

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