Foco

Após prisão do ‘golpista do Tinder’, mais mulheres denunciam à polícia que foram vítimas

Caio Henrique da Silva Camossato já era investigado por crimes contra 11 mulheres em SP e RJ

Ele foi preso no último dia 22 de março após emboscada
Caio Henrique Camossatto, o 'golpista do Tinder', é investigado por crimes financeiros cometidos contra mulheres, em SP e RJ (Reprodução/TV Globo)

Após a prisão de Caio Henrique Camossatto, conhecido como “golpista do Tinder”, que já era investigado por crimes financeiros cometidos contra 11 mulheres em São Paulo e no Rio de Janeiro, mais três mulheres estiveram em delegacias e afirmam que foram vítimas dele. O homem, que costumava abordar seus alvos em aplicativos de relacionamento, acabou detido após cair em uma armadilha.

ANÚNCIO

De acordo com a investigação, ele se apresentava dizendo ser ator de novelas, compositor de músicas famosas e dono de imóveis e, após troca de mensagens, alegava problemas financeiros. Sensibilizadas, as mulheres emprestavam dinheiro para o homem, que depois sumia. A estimativa é que o prejuízo passe de R$ 1,6 milhão.

O programa “Fantástico”, da TV Globo, mostrou que Camossatto foi atraído para a armadilha por Tayara Banharo, uma de suas vítimas antigas. A mulher contou que montou um perfil falso no aplicativo de relacionamento e passou a trocar mensagens com o golpista. No último dia 22 de março, ele foi até um restaurante no Rio de Janeiro para se encontrar com o novo alvo, mas acabou preso.

Após a repercussão, mais mulheres procuraram Tayara e afirmam que foram vítimas. “De ontem para hoje, já vieram umas 10 mulheres falar comigo sobre o Caio: algumas disseram que o papo com ele não desenvolveu, e outras disseram que ele as deixou muito lesadas. Uma delas disse que perdeu carro, vendeu apartamento por causa dele”, contou ela ao site G1.

A defesa de Camossatto afirmou que as acusações de não têm fundamento e “o que está em apuração não é crime, é um ilícito civil, ou seja: descumpre o que tinha sido acordado entre as partes”. Os advogados afirmam que a prisão dele é arbitrária e ilegal.

Armadilha

Tayara lembrou como caiu no golpe: “Fiquei uma semana internada direto no semi-intensivo. E eu falando com ele, ele simplesmente aparece. Um dia aparece no hospital para me visitar. Fiquei até meio assim. (...) Ele me beijou no hospital”, relatou a vítima.

Depois disso, quando eles se viram pela primeira vez fora do hospital, ele disse que enfrentava problemas financeiros e passou a pedir dinheiro. Ela ficou desconfiada e chegou a buscar informações sobre ele na internet, mas acabou sensibilizada e fez o empréstimo de R$ 1 mil.

ANÚNCIO

Na sequência, ele sumiu e ela teve a ciência do golpe, mas ameaçou expor o caso nas redes sociais e conseguiu receber o dinheiro de volta. Mas isso não aconteceu com todas as outras vítimas.

O caso já tinha sido tema de uma reportagem do “Fantástico” em julho de 2023, quando Tayara teve ciência de que Camossatto tinha enganado outras mulheres com o chamado “estelionato sentimental”. Assim, ela criou o perfil falso e armou o plano que resultou na prisão do golpista.

Golpes antigos

Nos últimos dois meses, Caio se relacionava com uma policial do Rio de Janeiro. O homem já tinha sido condenado por estelionato em 2019, mas nunca chegou a cumprir a pena.

“A investigação, ela mostrou que ele era um criminoso contumaz. E o pior de tudo, ele continuava conversando com outras pretensas vítimas. Ou seja, a prisão dele era essencial para evitar que outras vítimas caíssem no seu golpe”, ressaltou o delegado Fabio Souza, responsável pelas investigações.

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias