O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que conduzia um Porsche e colidiu contra a traseira de um Renault Sandero, na Zona Leste de São Paulo, se apresentou à polícia mais de 38 horas após fugir do local do acidente. Ele estava acompanhado de advogados, que alegaram que o rapaz foi liberado por policiais para ir ao hospital, ficou em “choque” ao saber da morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52, e ainda estava com medo do “linchamento virtual”. Por isso ele não esteve na delegacia antes.
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O acidente aconteceu na madrugada de domingo (31). Testemunhas contaram à polícia que Filho seguia acima dos 50km/h permitidos na via e perdeu o controle da direção ao tentar fazer uma ultrapassagem. Ele acabou atingindo a traseira do Sandero em cheio. Um vídeo gravado por câmeras de segurança mostra o momento da batida (veja abaixo).
Viana sofreu ferimentos graves e foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros com um quadro de parada cardiorrespiratória. Ele foi encaminhado ao Hospital Tatuapé, mas morreu por causa de “traumatismos múltiplos”, segundo a polícia.
Um passageiro do Porsche, que estava no banco do carona, foi levado ao Hospital São Luiz, onde seguia internado na segunda-feira (1º). Não há detalhes sobre o estado de saúde dele.
Segundo o boletim de ocorrência, a mãe do empresário apareceu no local do acidente e afirmou aos policiais que também levaria o filho ao Hospital São Luiz, pois o rapaz apresentava um ferimento na boca. Porém, ele não foi mais encontrado e passou a ser procurado.
Filho só se apresentou na tarde de segunda-feira (1º), no 30º Distrito Policial. Ele foi indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar, lesão corporal e fuga de local de acidente, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).
A Polícia Civil solicitou a prisão temporária dele, mas o pedido não foi aceito pela Justiça. Assim, ele e a mãe, que também foi ouvida, deixaram a delegacia por volta das 20h20.
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Empresário nega fuga
Em entrevista ao site UOL, os advogados dele afirmaram que ele não fugiu e que foi “devidamente qualificado pelos policiais militares de trânsito, tendo sido liberado pela PM para que fosse encaminhado ao hospital”.
Os advogados disseram, ainda, que ele demorou a ir até a delegacia em função da necessidade de “resguardo”, já que o cliente está sofrendo “linchamento virtual” e, além disso, ficou em “estado de choque pelo acidente e pela notícia de falecimento da vítima”.
A defesa do empresário ressaltou que vai procurar a família do motorista de aplicativo para prestar o devido suporte. “Obviamente, a perda não será reparada, mas minimamente prestaremos amparo necessário neste momento de tal fatalidade”, disseram os advogados.
Filho não fez o teste do bafômetro no local do acidente, mesmo com a presença de policiais militares que atendiam à ocorrência. A SSP-SP destacou que a “Polícia Militar instaurou uma investigação preliminar para apurar a conduta dos policiais”.
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