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Mulher tirou ‘selfie’ com idoso em UPA dias antes de levá-lo a banco para tentar obter empréstimo; veja

Polícia diz que Paulo Braga, de 68 anos, estava morto quando foi levado à agência bancária; Erika Nunes, de 42, segue presa

Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, que foi presa após levar Paulo Roberto Braga, de 68, a um banco em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, tirou “selfies” com o idoso enquanto ele estava internado em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Nas imagens, divulgadas pelo site G1, o homem aparece vivo, com a cabeça enfaixada. Segundo a polícia, dias depois dessa foto, ele foi levado à agência bancária já sem vida, quando a mulher tentava sacar um empréstimo no valor de R$ 17 mil.

Veja a imagem divulgada pelo G1 abaixo:

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Segundo a polícia, Braga tinha sido internado na UPA de Bangu por conta de uma pneumonia. Ele recebeu alta na última segunda-feira (15). No dia seguinte, Erika o levou até o banco, quando ele apareceu em um vídeo que viralizou nas redes sociais já desfalecido.

As imagens, gravadas por funcionários da agência, mostram Braga sentado em uma cadeira de rodas, visivelmente desacordado. Erika segurava a mão do idoso e pedia para que ele assinasse um documento, da mesma forma que constava em seu RG. Em um determinado momento, a cabeça dele cai para trás e ela levanta para frente.

Apesar das tentativas dela de que o idoso segurasse uma caneta para assinar o documento, ele não reagiu. “Tio Paulo, está ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, tem que ser o senhor. O que eu posso fazer, eu faço”, disse Érika no vídeo. “Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento mais.”

Na sequência, ela pergunta para as funcionárias do banco se alguma delas viu o “tio” segurar a porta do banco, dizendo que ele tinha sim forças para fazer a assinatura. Porém, as atendentes dizem não ter visto e uma delas afirma: “Ele não está bem não”.

Depois disso o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e o médico constatou que o idoso já estava morto. Por conta das mudanças de coloração que surgem na pele, o profissional estimou que a morte tenha ocorrido pelo menos duas horas antes.

O delegado Fábio Souza, que investiga o caso, afirma que o idoso ainda estava vivo quando saiu de casa, mas morreu antes de entrar no banco. “Ao invés de levar uma pessoa nesse estado para o hospital, ele foi levado para o shopping. Por que para o shopping primeiro? Porque o shopping fornece cadeira de rodas. Ela pegou a cadeira de roda, sentou para tomar café e nesse momento a gente começa a perceber que ele já entrou em óbito”, disse o delegado, em entrevista ao “UOL News”.

“Ele chegou com vida, mas lá dentro, no shopping, a gente vê que ele entra em óbito. A cabeça dele cai, fica totalmente solta e não tem mais nenhum tipo de movimento. É assim que ele entra no banco. Ele não tinha condições nenhuma de sair de casa naquele dia”, ressaltou o investigador.

Apesar da versão da polícia, Erika e sua defesa sustentam que a morte do idoso ocorreu exatamente no momento em que ele estava na agência bancária.

Prisão preventiva

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A mulher, que foi indiciada por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Em audiência de custódia na quinta-feira (18), a juíza Rachel Assad da Cunha sustentou que a ação da detida foi “repugnante e macabra”, pois ela queria apenas “obter dinheiro”, sem se preocupar com o estado de saúde do homem.

“Tudo a indicar que a vontade ali manifestada era exclusiva da custodiada, voltada a obter dinheiro que não lhe pertencia, mantendo, portanto, a ilicitude da conduta, ainda que o idoso estivesse vivo em parte do tempo”, escreveu a magistrada na decisão.

Para Rachel Assad, toda a ação mostra que Erika agiu apenas pensando em receber o valor do empréstimo. “Tudo a indicar que a vontade ali manifestada era exclusiva da custodiada, voltada a obter dinheiro que não lhe pertencia, mantendo, portanto, a ilicitude da conduta, ainda que o idoso estivesse vivo em parte do tempo”, escreveu ela na decisão.

“Era perceptível a qualquer pessoa que aquele idoso na cadeira de rodas não estava bem. Diversas pessoas que cruzaram com a custodiada e o Sr. Paulo ficaram perplexos com a cena, mas a custodiada teria sido a única pessoa a não perceber?”, questionou a juíza.

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Por fim, a magistrada disse que Erika, que afirma que era cuidadora do idoso, em nenhum momento se preocupou com o estado de saúde dele. Para Rachel Assad, a investigação precisa apurar se a conduta dela não “acelerou” o falecimento de Braga.

“Assim, caberá à instrução probatória verificar, ainda, se a própria conduta não teria contribuído ou acelerado o evento morte, por submeter o idoso a tanto esforço físico, em momento que evidentemente necessitava de repouso e cuidados”, completou a juíza.

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