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Mãe diz que outro aluno foi espancado em escola onde menor foi agredido nas costas, no litoral de SP

Carlos Nazara, de 13 anos, morreu uma semana após ser 'surrado' por colegas; mulher denuncia que violência continua

A mãe de um aluno da Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, denuncia que o filho foi agredido por sete colegas em um dos banheiros da unidade. A instituição é a mesma onde estudava Carlos Teixeira Gomes Nazara, de 13 anos, que morreu uma semana após ser “surrado” por estudantes, que pularam sobre as costas da vítima. A mulher afirma que a violência no ambiente escolar continua.

“Esse banheiro é perigosíssimo. Todas as brigas são resolvidas lá, pois não tem câmera. Eles [os agressores] esperam o aluno que querem fazer bullying entrar e, então, atacam em bando. São sempre os mesmos”, denunciou Tatiane Bueno, em entrevista ao site G1.

Segundo ela, o filho foi pego tentando fugir da escola e, ao ser questionado, disse que estava com medo. O garoto, de 14 anos, relatou que tinha sido espancado por colegas e mostrou vários hematomas e arranhões pelo corpo.

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Tatiane relatou que conversou com a direção da escola, mas foi ela mesma quem compareceu até a hora da saída e abordou os “agressores”.

“Pediram desculpas e disseram que não fariam mais isso. Desde então, converso todos os dias com ele [filho] para ver se o agrediram novamente”, lamentou ela, que disse que o “sentimento é de revolta e medo”.

Morte de Carlos

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o adolescente Carlos Teixeira Gomes Nazara sendo “surrado” por colegas dentro da escola estadual (veja abaixo). O pai dele, Julisses Gomes Nazara, disse que a situação de bullying era constante e já tinha pedido ajuda para a direção do colégio, que não fez nada.

Dias depois dessa confusão, em 9 de abril, o garoto conversava com um amigo, quando dois alunos pularam nas costas dele. “Pularam dois alunos nas costas do meu filho. O primeiro pulou, o outro viu e achou graça. Então esse outro pulou também. Meu filho chegou em casa com dores, febre alta e falta de ar”, relatou Julisses em entrevista ao jornal “A Tribuna”.

O pai disse que depois disso levou o filho várias vezes para atendimento em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e a pronto socorros. Apesar das medicações, o estado de saúde de Carlos não melhorava e ele acabou sendo encaminhado à Santa Casa de Santos, no último dia 15 de abril. Lá, segundo o genitor, os médicos disseram que o adolescente estava com uma infecção no pulmão e precisaram entubá-lo.

Carlos foi transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas sofreu três paradas cardiorrespiratórias e morreu na tarde do último dia 16.

Em outro vídeo, que também circula nas redes sociais, o estudante aparece chorando muito, com dor, e contando ao pai o que tinha acontecido na escola (veja abaixo - ATENÇÃO: imagens fortes).

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No atestado de óbito consta que o adolescente morreu por causa de uma broncopneumonia bilateral, que é um tipo de pneumonia que inflama os pulmões. O caso segue sendo apurado como morte suspeita pela Polícia Civil.

O que diz a Secretaria de Educação?

Sobre a morte de Carlos, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) lamentou profundamente e destacou que a Diretoria de Ensino de São Vicente instaurou uma apuração preliminar interna. Além disso, a escola colabora com as autoridades nas investigações.

Já sobre a denúncia feita por Tatiane, a pasta destacou que repudia todo e qualquer ato de violência e descriminação, dentro ou fora da escola. A secretaria acrescentou, no entanto, que não houve registro de reclamação por parte de responsáveis pelo estudante no mesmo período.

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“Reforçamos que sempre que um caso de violência ou bullying é identificado nas unidades de ensino da rede estadual, a equipe gestora aciona os responsáveis e a rede protetiva que inclui Ronda Escolar e Conselho Tutelar, quando necessário, além do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP)”, complementou a Seduc-SP.

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