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MP pede quebra do sigilo bancário para saber se condutor de Porsche comprou bebidas alcoólicas

Fernando Sastre Filho, 24, deixou local de acidente sem fazer bafômetro; motorista de app morreu

Ele vai responder pela morte do motorista de aplicativo
Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que dirigia um Porsche e bateu contra um Sandero, segue respondendo em liberdade (Reprodução/TV Globo/X)

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitou à Justiça a quebra do sigilo bancário do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que conduzia um Porsche e bateu contra a traseira de um Renault Sandero, na Zona Leste, no fim de março. O rapaz deixou o local sem fazer o teste do bafômetro e agora os promotores querem saber se ele comprou bebidas alcoólicas naquela ocasião. O motorista de aplicativo Ornaldo Viana, de 52 anos, morreu na colisão.

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O pedido, assinado pela promotora Monique Ratton, destaca que a quebra do sigilo bancário é uma “diligência imprescindível” para esclarecer se Fernando comprou bebidas alcoólicas. Horas antes do acidente, ele esteve em um restaurante com amigos, onde foram consumidos nove drinques, e depois em uma casa de pôquer, que funciona no esquema “open bar”.

Fernando deixou o local do acidente acompanhado pela mãe, com a promessa de que iria para um hospital. No entanto, sumiu e só compareceu a uma delegacia mais de 38 horas depois, quando não era mais possível realizar o teste do bafômetro. O empresário e a namorada negam que ele tenha feito consumo de álcool naquela noite.

Porém, o jovem Marcus Vinicius Rocha, que é amigo de Fernando e ficou ferido no acidente, contou à polícia que o empresário consumiu alguns drinques e “deu uma acelerada” ao volante antes do acidente.

Marcus Vinicius contou à polícia, seguindo o depoimento de sua namorada, eles estiveram com Fernando e sua companheira na noite do dia 30 de março deste ano em um restaurante, onde consumiram bebidas alcoólicas. Depois disso, seguiram para uma casa de pôquer e, na saída, o empresário estava “alterado por conta das bebidas”, mas não queria que ninguém dirigisse seu Porsche.

Assim, ele se ofereceu para ir embora com Fernando, já na madrugada de 31 de março, para evitar que ele fizesse “besteira”. Marcus Vinicius ressaltou, ainda, que Fernando deixou a casa de pôquer dirigindo de “forma tranquila”, mas em um determinado momento “deu uma acelerada”, quando acabou atingindo a traseira do Renault Sandero.

Outras testemunhas do acidente também disseram à polícia que viram Fernando “cambaleando e com a voz pastosa”, com sinais visíveis de embriaguez. Uma mulher, que chegou ao local logo após a batida, afirma que tinham três garrafas de vidro dentro do carro de luxo.

A Justiça deve analisar o pedido do MP, mas não há um prazo para a decisão. Fernando, por sua vez, segue respondendo ao caso em liberdade. A defesa dele não foi encontrada para comentar a solicitação da quebra de sigilo bancário.

Dirigia a mais de 150 km/h

Um laudo elaborado pela Polícia Técnico-Científica revelou que Fernando dirigia a mais de 150 km/h quando atingiu a traseira do Sandero. A velocidade máxima na vida é de 50 km/h.

O laudo foi requisitado à Justiça pelo MP-SP. Conforme o órgão, “a perícia da velocidade média do Porsche indicou que o veículo estava a mais de 150 km/h instantes antes do acidente”, ressaltando que a máxima permitida na via pública é de 50 km/h.

O MP-SP destacou, ainda, que “pediu perícia scaner em 3D para elucidar o acidente em detalhes”. Esse procedimento deverá ser realizado na próxima quinta-feira (25).

A Polícia Civil ainda aguarda outros laudos produzidos pelo Instituto de Criminalística (IC) e Instituto Médico Legal (IML) para dar andamento às investigações.

Na semana passada, no entanto, o delegado Nelson Alves foi afastado do caso. Quem assumiu a investigação no 30º Distrito Policial é o delegado Milton Borgesi. A motivação da mudança não foi esclarecida pela Polícia Civil.

Autor ainda é procurado
Fernando Sastre de Andrade Filho, que conduzia o Porsche (à esquerda), atingiu Sandero dirigido por Ornaldo da Silva Viana, que morreu (Reprodução/Redes sociais)

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