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Caso Richthofen: após pedido de regime aberto, MP quer que Cristian Cravinhos faça exame criminológico

Dos três condenados pelo crime, ele é o único que segue em regime semiaberto; defesa alega bom comportamento para progressão

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitou à Justiça que Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal von Richthofen, passe por um exame criminológico. A medida visa analisar se ele tem plena capacidade de voltar a conviver em sociedade, já que busca a progressão de pena para o regime aberto. Dos três condenados pelo crime, ele é o único que segue no semiaberto, podendo sair de dia e retornando à cadeia no período noturno.

A advogada de Cristian, Maieli Luana Rodrigues, entrou com novo pedido de progressão de pena para o regime aberto, na última terça-feira (14), alegando que o preso tem bom comportamento, trabalha na cadeia e sempre voltou das saidinhas temporárias que recebeu, além de ter cumprido metade de sua pena total.

“O reeducando já cumpriu o tempo suficiente de sua reprimenda em regime semiaberto, o qual, com grande perspicácia lhe serviu como instrumento de reparação de seu caráter, de sua moral, corrigindo sua personalidade e, consequentemente, afastando o desejo de delinquir, e a progressão ao regime mais brando é que se impõe”, alega em seu pedido.

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Porém, o promotor Alexandre Mourão Mafetano, da 12ª Promotoria de Justiça de Taubaté, afirma que o atestado de boa conduta carcerária não se mostra o suficiente para comprovar que o sentenciado possa progredir de regime e voltar a conviver em sociedade. Assim, na quarta-feira (15), o MP-SP protocolou o pedido para que ele passe pelo exame criminológico.

“Como o caso em questão necessita de uma análise mais rigorosa devido à gravidade do cometido, a questão deve ser precedida da realização de exame criminológico, na forma do artigo 196, § 2º, da Lei de Execução Penal, de sorte a melhor se traçar o perfil psicológico do preso e se averiguar possível melhora íntima”, destacou o promotor.

Os pedidos da defesa e do MP-SP foram recebidos pela Justiça, mas ainda não há um prazo para a análise dos mesmos. Por enquanto, Cristian segue cumprindo pena na Penitenciária de Tremembé, no interior paulista.

Regressão de pena

Cristian chegou a deixar a prisão em 2017 para cumprir o regime aberto, mas envolveu-se em uma briga com a então namorada, que o acusou de agressão. Apesar de ela não ter registrado queixa, quando a polícia chegou ele estava fora de sua cidade domicílio e em um bar, descumprindo as regras.

Assim, Cristian foi detido tentou subornar os policiais, oferecendo R$ 1 mil em espécie, o que gerou um flagrante e o retorno ao regime fechado. O detento ainda foi flagrado com dinheiro e munição de 9 mm, que é de uso restrito das forças policiais.

Morte do casal von Richthofen

Segundo a Justiça, Suzane Richthofen, que agora mudou de nome, planejou a morte dos próprios pais e teve a ajuda do então namorado, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian Cravinhos, para a execução do plano. O crime ocorreu no dia 31 de outubro de 2022.

Logo depois do início das investigações, Suzane foi presa. Em 2006, ela foi julgada e condenada a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado. No entanto, entrou com vários pedidos de revisão e conseguiu reduzir o tempo para 34 anos e 4 meses de prisão. A previsão é que ela, que está em regime aberto desde o início deste ano, cumpra a sentença no dia 25 de fevereiro de 2038.

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Depois que saiu da prisão, Suzane passou a morar em Angatuba, também no interior de São Paulo. Além de cursar biomedicina em uma faculdade particular, ela também prestou o concurso público da Câmara Municipal de Avaré, visando uma vaga como telefonista.

Além disso, abriu um cadastro de Microempreendedor Individual (MEI) no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Angatuba para seu ateliê de costura. Agora, vive com o namorado, o Médico Felipe Zecchini Muniz, em um condomínio em Bragança Paulista e se tornou mãe.

Ela deu à luz o primeiro filho no último dia 26 de janeiro, em um hospital de Atibaia, também no interior paulista, onde o médico trabalha. Para evitar o assedio, foi montada uma verdadeira “operação de guerra” na unidade de saúde, com ameaça de demissão aos funcionários que vazassem a informação sobre o parto. Neste ano, ela voltou a cursar Direito.

Atualmente, Daniel Cravinhos cumpre pena no regime aberto. Ele vive com a maquiadora Andressa Rodrigues, que está grávida. Em uma carta aberta, o ex-detento pediu perdão à Andreas Richthofen, irmão de Suzane, e afirmou que a “culpa continua a perturbar”. Ele ressaltou que quer se reaproximar do ex-cunhado, que vive isolado.

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Já Cristian, que também foi condenado pela morte do casal Richthofen, segue em regime semiaberto, mas agora está em busca da liberdade.

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